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Klose, autor de dois gols no jogo que marcou a vexatória eliminação da Argentina, pode se tornar o maior artilheiro de Copas: alemão tem 14;Ronaldo, o líder, 15 | John Macdougall/ AFP
Klose, autor de dois gols no jogo que marcou a vexatória eliminação da Argentina, pode se tornar o maior artilheiro de Copas: alemão tem 14;Ronaldo, o líder, 15| Foto: John Macdougall/ AFP

O jogo

Um dos mais aguardados jogos da Copa começou em ritmo alucinante. Müeller abriu o placar logo aos 2 minutos. Na etapa final, um mas­­sacre. Aos 22, Podolski avançou sozinho pela esquerda e deixou Klose sozinho para ampliar. A Argentina ruiu depois do gol. E levou o terceiro sete minutos depois, após Schweinsteiger fazer fila pela esquerda, chegar à linha de fundo e cruzar para trás. Com tran­­quilidade, o zagueiro Friedrich só completou para o gol. Klose ainda marcou o quarto aos 43.

Melhor em campo (Fifa)Schweinsteiger, Alemanha.

Depois da eliminação do Brasil, poucos dos torcedores brasileiros ainda esperavam viver um mo­­­mento de intensa alegria na África do Sul. Mas ele apareceu. E nem de­­morou muito para as vuvuzelas voltarem a ecoar pelas ruas do país e os gritos de gol desfilarem animados garganta afora. Sem o time de Dunga em campo, ontem foi dia de torcer contra os hermanos – que na véspera cumpriram sua parte na provocação com tremenda festa pelo adeus verde e amarelo do Mundial. A rejuvenescida Alemanha, então, ganhou o apoio da nação pentacampeã na sequência das quartas de final. Jogando um futebol eficiente e vistoso – que bem poderia ser o da seleção brasileira, se o treinador fosse outro –, os germânicos tiraram Messi e seus companheiros para dançar no Green Point, na Cidade do Cabo. O show de bola comandado por Sch­­weinsteiger teve placar tão incontestável quanto a superioridade europeia: 4 a 0.

"A equipe mostrou uma vontade de campeã. Um resultado assim era inimaginável antes da partida", vibrou o técnico Joa­­chim Löw, encantado com o massacre. O treinador explicou a es­­tratégia para explorar a fragilidade argentina e anular a estrela Mes­­si. "Os quatro ou cinco [jogadores] da defesa não agridem, e os quatro ou cinco do ataque não gostam de voltar para marcar", constatou o comandante da seleção alvinegra, que partindo daí, concluiu: "Disse aos meus jogadores que, se mantivéssemos a de­­fesa argentina sob pressão, seríamos bem-sucedidos".

Quanto ao camisa 10 da Alvi­­celeste, o jeito foi marcá-lo de ma­­neira especial. "Sabíamos que era necessário neutralizar Messi. Dei­­xei dois jogadores marcando-o e um na sobra. Funcionou. Neu­­tralizamos completamente ele e Higuaín". Apesar de ter todo o planejamento bastante detalhado, a Alemanha se beneficiou de algo que não poderia ter previsto, marcar o gol mais rápido do Mundial. Uma bola cruzada na área aos 3 minutos foi desviada por Müller, colocando os europeus na frente e deixando a adversária na obrigação de ter de se expor para reagir. Explorar o contra-ataque é a especialidade do time de Joachim Löw, como ficaria provado no segundo tempo.

Após o intervalo, a Alemanha derrubou o sonho de virada do ima­­ginário argentino. Foram mais três gols em jogadas rápidas. Klose fez dois. E essa pode ser a única má notícia para os brasileiros. O camisa 11 germânico chegou a 14 tentos em Mun­­diais, faltando agora 1 para igua­­lar Ronaldo Fenômeno como o maior goleador das Co­­pas. O zagueiro Frie­­drich marcou o dele em belíssima jogada de Schweinsteiger pela esquerda. Dia perfeito para a tricampeã. Ou quase, já que o habilidoso Müller recebeu o segundo cartão amarelo e não poderá en­­frentar a Espanha na semifinal de quarta-feira.

A explicação para um time tão jovem, formado meses antes do Mundial, ir tão longe e de maneira tão convincente é a exigência do treinador. Ele não abre mão de um time alegre. "Isso torna o elenco mais unido", atesta o zagueiro artilheiro. "Existe também um poder de concentração muito grande, que nos deixa fortes nos momentos mais difíceis", complementou o camisa 3.

A união também está no menu que garantiu a indigestão argentina após a festa pela desclassificação brasileira. "Somos um grupo homogêneo, em que um atua para o outro e pelo outro. Temos um ex­­traordinário espírito de equipe", definiu Müller, que encampou o discurso do "ainda não ganhamos nada". Para os brasileiros, já valeu o título.

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