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No estoy de buena onda con brasileños hoy.

Estávamos em 2005 e a frase vinha do vendedor de uma loja em Buenos Aires, onde eu estava passando uma semaninha de férias. Uma hora antes eu estava entocado no quarto do hotel, assistindo à final da Copa das Confederações. Foi um Brasil x Argentina, 4 a 1 para nós. Com dois gols de Adriano, que na época jogava muita bola e até aparecia nos treinos. Bons tempos...

Apesar do jeitão mal-humorado, o tal vendedor estava sorrindo. Futebol tem dessas coisas, principalmente quando o torneio é secundário – a Copa das Confederações é um Mundial em miniatura, mas está longe de ter, para nós e para eles, a importância de uma Copa. Aí dá para levar tudo na esportiva, literalmente. O time do cara tinha perdido, mas o jogo tinha sido justo e bonito. Tão bem jogado que não tinha como fechar a cara. Só não dava pra ficar de papo com o adversário.

Tempo de Copa do Mundo de­­veria ser sempre assim, tempo de buena onda. E até deve ser assim para a turma dos sem-chance, que é majoritária no torneio. Que resta, por exemplo, aos torcedores da Eslovênia, de Honduras, da Ar­­­gélia e da Coreia do Sul, senão curtir o espetáculo em si e, quem sabe, torcer por uma zebra que os leve às oitavas de final?

Para quem está na linha de frente não é assim. Para nós, brasileiros, pentacampeões e sempre favoritos, a cobrança nunca termina. E certamente é assim em outras terras onde futebol é serviço essencial – os hermanos argentinos, a Inglaterra, a Itália... Para esses, a vitória é o mínimo aceitável. E, em se tratando de Brasil, se não for de goleada e com passe de calcanhar, melhor nem ganhar.

A pressão é tanta que fica difícil não errar. Acho até que é por isso que o Kaká não deslanchou na partida contra a Tanzânia. Com tanta gente de olho no seu púbis, o rapaz deve ter ficado envergonhado. Você não ficaria?

De minha parte, prometo ficar de buena onda com a seleção, pelo menos até a terça-feira que vem, dia da estreia contra a Coreia do Norte. Aliás, esse é um adversário que deve dar trabalho. A delegação coreana está tratando os treinos com tanto sigilo que parece até que os cientistas do programa nuclear do país estão entre os jogadores.

Nesse meio-tempo, não me venham com notícia, principalmente se for de Economia. Como todo bom brasileiro, estou em concentração.

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