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Domenech se nega a cumprimentar Parreira no final da partida, alegando que o técnico brasileiro disse ano passado que a França não merecia estar na Copa da África | Siphiwe Sibeko/Reuters
Domenech se nega a cumprimentar Parreira no final da partida, alegando que o técnico brasileiro disse ano passado que a França não merecia estar na Copa da África| Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters

Lágrimas

Com os olhos cheios de lágrimas, o brasileiro Carlos Alberto Parreira se despediu ontem das Copas do Mundo. O técnico faz parte da história dos Mundiais e dirigiu seu último jogo ao liderar a África do Sul em uma vitória honrosa contra a vice-campeã do mundo, a França. Os sul-africanos deram adeus à sua Copa e passam a ser os primeiros anfitriões na história dos Mundiais a não se classificarem para a segunda fase. "Nos despedimos do Mundial de cabeça erguida", insistiu Parreira. O técnico não escondeu a emoção quando falou de suas oito Copas do Mundo, das quais participou de seis como treinador. Foram 23 partidas como treinador de cinco seleções. "Eu não tenho mais nada para fazer em Copas. Terminei com uma vitória e isso me gratifica muito", disse.

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Ontem, o fiasco da França na Co­­pa do Mundo de 2010 terminou com mais uma polêmica. Ao final da partida contra a África do Sul, Carlos Alberto Parreira foi até o banco rival para cumprimentar o treinador Raymond Domenech. O francês se recusou a apertar a mão do brasileiro, virou as costas e atacou verbalmente Parreira. "Ficou provada a razão de ele estar do jeito que está no seu país. Há razões suficientes para isso, que provam o motivo de não ser querido lá", rebateu o brasileiro, após o jogo, aos jornalistas.

A briga entre os dois técnicos e o fraco futebol francês em campo deu o tom da despedida do time de Domenech e do próprio técnico, que será substituído por Laurent Blanc. Visivelmente irritado, Domenech se recusou a responder aos jornalistas sobre o motivo da briga entre os dois técnicos. "Eu vou sair se as perguntas continuarem", ameaçou. Ao ser questionado porque é que não queria falar sobre o assunto, apenas disse: "Próxima pergunta".

Já Parreira não disfarçou a sua indignação com o comportamento de Domenech. "Lamento muito o que ocorreu. Fui cumprimentá-lo, até por educação e gentileza. Sei que não será mais técnico da França após a Copa e não entendi nada. Ele falou que eu tinha ofendido a equipe dele, mas em nenhum momento isso aconteceu. Ambos trabalhamos no futebol e somos uma classe que trabalha sob uma pressão muito grande. Mas isso foi extremamente lamentável", garantiu o brasileiro.

Parreira contou que, mais tarde, um dos assistentes de Do­­menech explicou o motivo da briga. "O assistente dele, mais educado e polido, foi ao nosso vestiário e disse que, após a classificação da França, naquele jogo da Irlanda, eu falei que a França não merecia estar aqui. Mas não lembro disso, além de ter sido coisa de um ano atrás".

Em campo, os nomes de Domenech e do atacante Nicolas Anelka foram vaiados pela torcida francesa ao serem anunciados no telão do Estádio Free State. Uma faixa em francês com os dizeres "Raymond, quer casar comigo?" foi estendida por um grupo. É uma referência ao fato de Domenech ter pedido sua mulher em casamento durante um programa de tevê, há dois anos. Outro cartaz, em inglês, diz "French players know how to strike", que pode ser lido como "jogadores franceses sabem marcar gols" ou "jogadores franceses sabem fazer greve" – o verbo "strike" tem duplo sentido.

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