Expectativa
Confiança para os dois lados
Os holandeses, favoritos para avançar hoje, têm procurado evitar falar de um possível confronto com o Brasil nas quartas. "Brasil? Ainda não é hora de falar desse jogo. Temos a Eslováquia pela frente. E o Brasil pode perder. Ou não pode?", disse o meia Sneijder, companheiro de Júlio César, Maicon e Lúcio na italiana Inter de Milão. "Mas de fato seria um grande confronto contra o Brasil", comentou o atacante Kuyt, que luta por espaço no time titular com Van der Vaart, por causa do retorno de Robben.
A confiança é grande dos dois lados. Após eliminarem a Itália, os eslovacos apostam na histórica dificuldade da Laranja Mecânica contra a antiga Tchecoslováquia (perdeu de 3 a 0 na Copa do Mundo de 1938 e por 3 a 1 na Eurocopa de 1976). "Viemos buscar algo sensacional. Esperamos fazer um jogo bonito e repetir o que fizemos contra a Itália", afirmou o técnico Vladimir Weiss.
Segundo o treinador, que não concorda que os 3 a 2 na Itália tenham sido um "milagre", os dois primeiros jogos do time (1 a 1 com a Nova Zelândia e derrota por 2 a 0 para o Paraguai) não servem como base para hoje. "Mudamos nossa mentalidade. Contra o Paraguai, não jogamos o nosso jogo. Contra a Nova Zelândia, tomamos um gol no último minuto. Começamos mal, mas vamos fazer um bom jogo contra a Holanda. Tudo é possível."
O atacante Vittek, três gols nesta Copa, aposta que a Holanda sentirá a pressão. E que Robben faz a diferença. "É um time com Robben e outro time sem ele."
A Holanda é considerada ampla favorita para o confronto contra a Eslováquia. Mas quer se precaver para não se despedir da Copa do Mundo, como fizeram os italianos. Por isso, todo cuidado será pouco na partida de hoje, às 11 horas (de Brasília), no Estádio Moses Mabhida, em Durban, pelas oitavas de final. "A Eslováquia vai ser um rival muito duro. Mostraram atitude e união no jogo contra a Itália e conquistaram um grande resultado para seu país", disse o atacante Van Persie. "É um adversário que não devemos subestimar, nem nos desconcentrar por um instante", completou o técnico Bert Van Marwijk.
A Holanda luta para aliar aos resultados o bom futebol. Venceu os três jogos que disputou na África do Sul, mas ainda não encheu os olhos, que era o que se esperava dos rápidos e talentosos jogadores da equipe. "Nosso melhor momento está na linha dos dois primeiros jogos do Mundial [contra Dinamarca e Japão]. Se conseguirmos manter a concentração como nesses jogos, temos muito a ganhar", resumiu o treinador.
Principal jogador da equipe, o atacante Robben estreou apenas na vitória sobre Camarões, pela terceira rodada da primeira fase. Mesmo recuperado de lesão muscular, ele deve continuar na reserva.
De qualquer forma, os laranjas entrarão em campo com cautela dobrada. Até porque seis titulares estão pendurados com cartão amarelo e podem ser desfalque no jogo das quartas de final, contra o vencedor do duelo entre Brasil e Chile: Van Persie, Kuyt, Van der Vaart, De Jong, Van der Wiel e Van Bronckhorst.
Considerada uma das maiores surpresas da Copa, a Eslováquia baseia seu jogo nos contra-ataques, puxados pelo habilidoso meia Hamsik, que atua no Napoli, e concluídos por Vittek, que anotou três gols. Portanto, poderá até jogar como franco-atiradora, mas não contará mais com o fator surpresa. "Somos um time alto, mas que tem velocidade. A Holanda toca muito bem a bola e vai tentar explorar isso ao máximo. Quando tivermos a posse da bola, precisaremos ser muito rápidos para surpreendê-los", disse o técnico Vladimir Weiss.
Os jogadores mostram-se cientes dos limites técnicos do time. "Temos uma deficiência em atacar pelos lados. Mas acho que chegou o momento de buscar esta alternativa. Eu mesmo posso cair mais pela direita e abrir espaços para os jogadores que chegam de trás", afirmou o atacante Jendrisek.
Ao vivo
Holanda x Eslováquia, às 11 horas, na RPC TV, Band, BandSport, SporTV e ESPN Brasil.
Deixe sua opinião