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Fernando Misuno, do Personalle Buffet, torce pelo hexa mesmo tendo prejuízo com os jogos do Brasil na Copa | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Fernando Misuno, do Personalle Buffet, torce pelo hexa mesmo tendo prejuízo com os jogos do Brasil na Copa| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Mais uma vez, o Brasil enfrenta a Holanda em uma quarta de final de Copa do Mundo (em 1994, vitória brasileira). Mais uma vez, o país para para ver o confronto, em uma alegria verde e amarela que parece não ter fim.

Há quem, no entanto, não compartilhe essa euforia plenamente. Como os donos de restaurantes do Centro de Curitiba. Em muitos, a queda no movimento chega a 75% em dia de seleção na Copa. "Não dá prejuízo. Mas o lucro diminui", diz o proprietário do Buffet Personalle, Fer­­nando Martins Misumi. Afinal, boa parte de sua clientela é dispensada do trabalho para ver o time de Dunga e almoça em casa.

Em um dia normal, Misumi recebe cerca de 320 pessoas. A grande maioria é de trabalhadores autônomos e funcionários de empresas da região. Hoje, o empresário economizará nos cumprimentos de "bom dia" aos clientes. "Com o jogo começando às 11 horas, o restaurante ficará vazio. Contra Portugal (25/6), também nesse horário, previ que teria 40% dos clientes de outros dias. Não chegou a 25%", falou.

Ainda assim, o restaurante estará de portas abertas. Os funcionários na ativa para colocar em dia atividades que porventura estejam atrasadas. A proprietária do Taisho Express, na movimentada Avenida Marechal Deodoro, preferiu render-se ao Mundial. Hoje, Natália Hayashi deu folga à equipe de 20 funcionários responsáveis pelo buffet de comida japonesa.

"Quase ninguém virá almoçar. Na partida de estreia [contra a Coreia do Norte, em 15/6, que co­­meçou às 15h30] o movimento caiu pela metade, imaginei que teria prejuízo se abrisse em dia de jogo na hora do almoço", conta.

A queda nos rendimentos dos restaurantes, no entanto, não gera uma antipatia dos empresários pela seleção brasileira. "Agora que chegou até aqui, queremos o título", diz Natália. "Nem todos vão ganhar sempre. E são apenas sete jogos. Não será uma perda irreparável", diz Misumi.

No mundo dos negócios, esses empresários estão entre os poucos que não conseguiram aumentar os lucros com a Copa do Mundo. A paixão do brasileiro por futebol fez a alegria de lojas de eletrodomésticos, com a venda de televisores. A rede MercadoMóveis, por exemplo, estima uma expansão de 40% sobre a movimentação na mesma época do ano passado.

Vendedores de materiais esportivos, de assessórios para festas, de vestuário, e de qualquer bugiganga em verde e amarelo, festejam o lucro com a Copa. Ambulantes e proprietários de bares da cidade também.

Aos donos dos buffets do Centro da capital paranaense resta o conformismo de saber que não são os únicos que perdem com a Copa. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bo­­ves­­pa) registrou giro financeiro in­­ferior ao usual nos dias dos jogos da seleção contra Portugal e Chile. No horário dos jogos, o mercado ficou parado enquanto os pregões seguiam normalmente no resto do mundo.

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