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Messi é o maior ídolo da torcida do Barcelona | Albert Gea / Reuters
Messi é o maior ídolo da torcida do Barcelona| Foto: Albert Gea / Reuters
  • Argentino não consegue na seleção reeditar grandes atuações do Barça. Mas a expectativa é tanta que Messi tem tudo para ser o craque do Mundial

Eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo de 2009, o atacante argentino Lionel Messi vai passar pela maior provação da sua carreira na Copa do Mundo da África do Sul. Aos 22 anos (fará 23 durante a disputa), o craque tenta acabar com o tabu do principal destaque da temporada anterior fracassar no Mundial.Desde 1991, quando a premiação oficial da Fifa foi instituída para o melhor do ano, a maldição persiste. Em 94, o italiano Roberto Baggio perdeu o pênalti decisivo frente ao Brasil e deu o tetracampeonato para nossa seleção. Quatro anos mais tarde, na França, Ronaldo fez uma boa competição, mas no dia da final teve uma até hoje mal explicada convulsão, que além de atrapalhá-lo durante a partida, deixou desestabilizada toda a equipe brasileira diante da França.Em 2002, o português Luís Figo foi uma decepção completa e a esquadra lusitana não passou da primeira fase da competição. Pior ainda fez Ronaldinho Gaúcho em 2006. Após arrebentar no Barcelona e conquistar a Liga dos Campeões, no torneio de seleções, realizado na Alemanha, o meia foi um desastre, assim como praticamente todo time comandado por Carlos Alberto Parreira (hoje técnico da anfitriã África do Sul).

"A Copa é um torneio curto. É bem diferente de um campeonato mais longo. O futebol é muito dinâmico e o desafio do Messi será muito grande. Ele será muito marcado e todos os holofotes estarão sobre ele", afirmou Carneiro Neto, colunista da Gazeta do Povo e da Rádio CBN.

A atual fase de Messi, coincidentemente também astro do Barça, é até melhor do que a do Ronaldinho Gaúcho de quatro anos atrás. Em 44 partidas (38 como titular), somando o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei e a Liga dos Campeões, La Pulga, como é chamado pelos portenhos, marcou 36 gols. Números incríveis, que fazem o "herdeiro" de Maradona chegar como principal referência futebolística à Copa.

Responsabilidade, que em outros momentos decisivos – nas oitavas e quartas de final da Liga dos Campeões, por exemplo – não pesou, mas que será dobrada na terra de Nelson Mandela.

"Tem que dar tempo. Ele está acostumado com um futebol que jogam todos para ele. Ele foi campeão com a seleção menor, mas tem de dar tempo a ele na seleção principal", pede o centroavante Ariel Nahuelpan, do Coritiba. "Com justiça o Messi é o melhor do Mundo, mas a seleção argentina não é o Barcelona. O Maradona (Diego, técnico da Argentina) está tentando uma maneira em que a equipe jogue para fortalecer o futebol do Messi", reforça outro conterrâneo, o atleticano Javier Toledo.

Outro desafio para Messi é não se prejudicar com comparações que inevitavelmente irão ocorrer caso ele comprove a fama de melhor do mundo na África do Sul. "A responsabilidade de Messi é muito maior do que imaginam. Ele pode até ganhar a Copa pela Argentina e ser criticado. Isso porque há muita gente, especialmente em seu país, esperando dele atuações de Maradona na Copa de 1986", lembra o jornalista Rodrigo Bueno, da Folha de São Paulo e da ESPN.

Opinião semelhante tem o jornalista Mauro Cézar Pereira, da ESPN Brasil. Fã do futebol argentino, o especialista crê que é a equipe de Maradona quem precisa adaptar-se ao futebol do camisa 10 e não o contrário. "O Messi não joga bem na seleção argentina porque a seleção toda não joga bem. A exceção foi o amistoso com a Alemanha. Não resta dúvida de que o Messi está preparado para ser o destaque da Copa. A dúvida é se a seleção está pronta para jogar no mesmo nível dele", questiona.

Mesmo sem ainda ter mostrado o mesmo brilhantismo do Barça com a camisa azul-e-branca, o momento de Messi deixa a torcida portenha bem mais otimista do que nos Mundiais mais recentes. A boa fase de outros nomes, como Carlos Tevez, Diego Milito e Ganzalo Higuaín, reforça este sentimento. De qualquer forma, nas rodas de analistas, os comandados de Maradona ainda não são apontados como favoritos destacados.

Brasil, Espanha e Inglaterra lideram as bolsas de apostas, mas ninguém dúvida do que Messi é capaz para alterar o panorama. "Ofensivamente eles (argentinos) têm melhores opções até do que o Brasil. Na defesa nem tanto, mas o Maradona tem tentado um esquema mais sólido nos últimos jogos. O teste será mesmo a Copa. Se der certo, é possível que a Argentina seja uma das favoritas", avalia Pereira.

Colaboração:Ana Luiza Mikos e Napoleão de Almeida

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