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Objeto mais desejado do futebol mundial, a Taça Fifa movimenta a economia do munda da bola | Marcelo Hernandez/ Reuters
Objeto mais desejado do futebol mundial, a Taça Fifa movimenta a economia do munda da bola| Foto: Marcelo Hernandez/ Reuters

Campeão

R$ 55,5 milhões - É a quantia que a Fifa pagará como prêmio para o campeão da Copa do Mundo, valor quatro vezes maior do que no penta, em 2002.

Vice-campeão

R$ 44,4 milhões - O segundo colocado não sairá da África do Sul de mãos vazias. A cota para quem for derrotado na final, dia 11 de julho, é substanciosa.

3º lugar

R$ 38,8 milhões essa é a quantia que cabe ao terceiro colocado, enquanto ao quarto lugar serão destinados "apenas" R$ 19 milhões.

Quartas e oitavas

R$ 25,7 milhões - Chegar às quartas de final já rende uma boa poupança para qualquer seleção. Para a fase anterior, o prêmio ficava em R$ 18,5 milhões.

1ª fase

R$ 16,6 milhões - Na primeira fase, cada seleção receberá esse valor, independentemente dos resultados. Quantia maior que a do título do Brasil em 2002, que foi de R$ 14 milhões.

Os jogadores brasileiros sempre dizem que atuar em uma Copa do Mundo e ser campeão é a maior glória que se pode ter na carreira. Mas engana-se quem acredita que todos os atletas fazem isto apenas pelo amor à pátria.

Mesmo com os altos salários que recebem nos seus clubes, eles ainda ganham uma premiação em dinheiro conforme o desempenho no Mundial. Para a Copa da África do Sul, tudo indica que estes valores devem ser definidos no Centro de Trei­­na­­mento do Atlético, antes da viagem para a competição.

Segundo a assessoria de im­­prensa da CBF, esta prática é normal, com a premiação normalmente sendo decidida em reunião com os atletas antes dos torneios que o Brasil disputa. "O prêmio pela classificação nas Eliminatórias já foi todo pago", conta Rodrigo Paiva, sem citar valores.

Essa prática não é exclusividade da seleção canarinho. A Ale­­manha, por exemplo, já divulgou que pagará 250 mil euros (cerca de R$ 589 mil) para cada atleta se a equipe for tetracampeã mundial. A premiação co­­meça na classificação para as quartas de final: 50 mil euros (R$ 118 mil). Uma vaga na semifinal vale 100 mil euros (R$ 235 mil) e chegando na final cada jogador alemão leva 150 mil euros (R$ 353 mil).

Já a anfitriã África do Sul fez um acordo mais drástico. Diante do medo do vexame de ser eliminada na primeira fase do torneio, a equipe comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira receberá a cada gol marcado. O valor: 1 milhão de rands (aproximadamente R$ 232 mil) será dividido entre os grupos de jogadores.

Segundo Amir Somoggi, professor de Gestão de Entidades Esportivas e Estratégias de Mar­­ke­­ting Esportivo, o acerto destas premiações acaba sendo ne­­cessário.

"Isso já foi caso de eliminação do Brasil em Copa do Mun­­do. Em 1990 ocorreram al­­guns problemas por causa da premiação, pois alguns jogadores não estavam satisfeitos com os valores oferecidos", conta, complementando. "O mundo do fu­­tebol é dinheiro, não tem jeito".

Muitos desses recursos, inclusive, são injetados pela própria Fifa. Na África, no total, serão pa­­gos pela entidade US$ 420 mi­­lhões (R$ 777 milhões), bem mais que os US$ 261 milhões (RS 483 milhões) da Copa da Alemanha, de 2006.

A entidade já prometeu US$ 30 milhões (R$ 55,5 milhões) à seleção campeã do mundo, enquanto o vice ficará com US$ 24 milhões (R$ 44,4 milhões). Para se ter uma ideia do aumento, em 2002 o Brasil ganhou com o pentacampeonato US$ 7,59 milhões (R$ 14 milhões), quase quatro vezes menos.

Diante disso, Somoggi acredita que é natural os atletas ficarem com a parte deles. "É indispensável. Se a Fifa vai subir o dinheiro dado, o jogador também tem de receber uma parcela disso", argumenta. "O que subiram as premiações dadas pela Fifa é uma loucura. Em relação ao torneio no Japão e na Coreia do Sul, em 2002, tivemos um crescimento de 173%", comenta o especialista.

O motivo desse crescimento tão elevado é discutível. Alguns acreditam que a proximidade das eleições da Fifa, que ocorrerão nos dias 29 e 30 de maio, foram a razão.

Porém, Somoggi diz não acreditar muito nisso. "Pode até ter um aspecto político, mas eu acredito que tem a ver com a valorização da competição. Quanto mais se paga em prêmios, mais a disputa fica acirrada e os clubes trabalham mais para que os seus jogadores tenham um bom desempenho", opina.

Os clubes, inclusive, também receberão gratificações da Fifa. Cada time que tiver um jogador no torneio receberá US$ 1,6 mil (cerca de R$ 3 mil) por partida disputada por seu atleta. Uma reivindicação antiga das associações esportivas, que pagavam os salários e não recebiam pelo "empréstimo" durante a competição. Desta vez, U$ 40 milhões (R$ 70 mi­­lhões) estão reservados para isso.

Mesmo com todos estes valores altos, os dirigentes da entidade máxima do futebol ganham ainda muito com a competição. Os tais U$ 420 milhões não chegam a ser a metade dos cerca de U$ 1 bilhão que a Fifa teve como receita só em 2009. Valores oriundos de receitas já determinadas e que garantem ainda mais dinheiro para os organizadores.

"A Copa já é um sucesso. Os contratos estão fechados. Não tem como a Fifa não ter lucro", conclui Somoggi.

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