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Treino da seleção brasileira ontem à tarde em Port Elizabeth. À frente, Robinho e Kaká, duas das principais esperanças da equipe nacional para derrotar a forte equipe da Holanda, que não perde um jogo desde setembro de 2008, com 23 partidas de invencibilidade | Antônio Scorza/AFP
Treino da seleção brasileira ontem à tarde em Port Elizabeth. À frente, Robinho e Kaká, duas das principais esperanças da equipe nacional para derrotar a forte equipe da Holanda, que não perde um jogo desde setembro de 2008, com 23 partidas de invencibilidade| Foto: Antônio Scorza/AFP

O duelo

Lado direito será a arma da Holanda

A Holanda joga com três atacantes: Kuyt pela esquerda; Van Persie no meio; e Robben na direita. Para marcar a trinca, não há dúvida sobre a capacidade da sólida defesa brasileira para fechar o centro e a parte direita com Juan, Lúcio e Maicon. No entanto, na lateral-esquerda, Michel Bastos terá de se desdobrar para evitar o talento de Robben.

O avante holandês desequilibrou no triunfo das oitavas de final contra a Eslováquia e virou preocupação para o técnico Dunga. Bastos, que teve atuação bem melhor do que vinha tendo anteriormente na vitória sobre o Chile, vai ter de estar bem mais atento à marcação no confronto com os holandeses. Até porque, caso Felipe Melo não jogue, o auxílio quase sempre eficiente na destruição das jogadas do rival por ali, pode ficar comprometido.

"Sem dúvida o Robben é um jogador diferenciado. Ele é técnico e faz a diferença. Basta ver as últimas partidas do Bayern de Munique [pela Ligas dos Campeões]. Ele foi sempre decisivo", relembra o treinador, referindo-se à campanha da equipe alemã vice-campeã europeia.

  • Compare os números de Brasil e Holanda

Dunga tem uma mania ainda maior do que duelar com a im­­prensa: a eficácia da bola parada da seleção brasileira. As cobranças de falta e escanteio viraram a grande marca da gestão de 3 anos e meio do treinador na CBF. Por isso ele faz questão de treinar a jogada à exaustão – invariavelmente com portões fechados, longe do olhar dos curiosos.

Havia sido assim na véspera do confronto com o Chile (28/6). Dun­­­­ga pediu para que a imprensa se re­­­­­­­­tirasse e, por um bom tempo, en­­­­saiou a estratégia. Deu resultado. No jogo, Daniel Alves cobrou es­­­­­can­­­­­­­­­­­­­­­­­teio e Juan subiu de cabeça, livre, para abrir o caminho da classificação brasileira para as quartas de final. No banco, ao abraçar o au­­­­­xiliar Jorginho, o técnico se sentia re­­­­­­­compensado. Valeu o esforço. Foi a primeira vez que a "carta na man­­­­­ga" deu resultado durante a Copa.

Dunga sabe que a bola parada é, em parte, responsável por sua popularidade diante do time nacional (passa de 65% segundo levantamento recente da Paraná Pesquisa publicado pela Gazeta do Povo). E pelo sucesso da equipe. A tática ajudou o Brasil a bater gigantes como a Argentina, em Rosário (gol do zagueiro Luisão), e o Uruguai, em Montevidéu (gol de Juan), quebrando um tabu de 33 anos sem triunfos na casa do rival, ambos pelas Eliminatórias. Colaborou também para que a seleção brasileira desse a volta olímpica na África do Sul, no ano passado. O capitão Lúcio, de cabeça, sacramentou a virada sobre os Estados Unidos (3 a 2), garantindo o título da Copa das Confederações.

Sem Elano, praticamente fora do Mundial por causa de um edema ósseo no tornozelo direito, a responsabilidade de municiar atacantes e zagueiros dentro da área acabou dividida. Ficou com os laterais Daniel Alves (lado direito) e Maicon (lado esquerdo). A missão da dupla será ainda maior hoje, a partir das 11 horas (de Brasília), contra a Holanda. Terão papel chave no enredo de uma partida que promete ser equilibradíssima – reportagem de ontem da Gazeta do Povo comparando as equipes titulares revelou que o Brasil venceria o fictício duelo por apertados 6 a 5. "É um jogo de detalhes. Necessitamos ter muita atenção para não sermos surpreendidos", ressaltou Juan.

Além da bola parada, Dunga aposta no mistério. Apesar das evidências de que o volante Felipe Melo, recuperado de dores no tornozelo esquerdo, reaparecerá entre os titulares, o treinador prefere manter a escalação sob suspense – Josué e Kléberson são as opções. "Vocês terão de esperar amanhã [hoje]. O Elano está fora mesmo, não tem a menor condição. Já o Felipe Melo treinou normalmente, não sentiu nada, mas teremos de aguardar a reação dele. Isso só posso saber no dia do jogo", afirmou o treinador.

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