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Os laterais Daniel Alves e Michel Bastos caminham no centro de treinamentos do Atlético. Dupla foi escolhida para dar entrevis ta ontem | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Os laterais Daniel Alves e Michel Bastos caminham no centro de treinamentos do Atlético. Dupla foi escolhida para dar entrevis ta ontem| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Desconhecido, Michel Bastos é confundido com Robinho

Michel Bastos se garantiu na Copa nos últimos instantes. Parti­­cipou de apenas três jogos com Dunga, os últimos antes da convocação final. Desconhecido, o lateral-esquerdo é constantemente confundido em Curitiba – a CBF escolheu o CT do Caju para iniciar a preparação pré-Mundial. Nem as passagens pelo Atlético, entre 2003 e 2006, tornaram o jogador conhecido na cidade.

"Os torcedores me chamam de Robinho desde que eu vim caminhando por ali [portão de acesso aos jornalistas, por onde entrou no complexo na sexta-feira, data de apresentação do time nacional]. Não tem problema, acho que pareço com ele", disse, aproveitando os holofotes para elogiar o tratamento que recebeu do Furacão no início de sua carreira – o ala deixou o clube brigado com Mário Celso Petraglia, ex-homem forte rubro-negro. "Sou muito grato ao Clube Atlético Paranaense, que ajudou na minha formação", afirmou.

O quase anonimato não impede o lateral de traçar planos ambiciosos. Michel Bastos quer confirmar o favoritismo na briga com o experiente Gilberto pela camisa 6. E, projetando o futuro, emendar o segundo Mundial da carreira – em 2014, no Brasil. "Quero me insta­­­lar na seleção brasileira e agarrar essa posição com as duas mãos. Não quero só jogar essa Copa, mas a outra também", ressaltou, se mirando no exemplo de Roberto Carlos, de quem declarou ser fã. "Se amanhã ou depois eu tiver uma história igual a dele ficarei bem satisfeito".

  • As imagens oficiais -Seguindo o cronograma de trabalho do técnico Dunga, os atletas da seleção brasileira passam por baterias físicas e médicas no CT. Hoje à tarde, o time fará trabalhos físicos no gramado
  • Intimidade via CBF -Os jogadores da seleção completam hoje a bateria de exames médicos que estão realizando no Caju. Segundo o médico José Luís Runco, às 17 horas, todos os procedimentos serão encerrados. Os preparadores físicos Paulo Paixão e Fábio Mahseredjian iniciam as atividades físicas para o grupo, no campo e na sala de musculação. Nas imagens, fornecidas pelo site oficial da CBF, Kaká, Gilberto Silva e Juan fazem bicicleta ergométrica; e o paranaense Nilmar exame oftalmológico

"Comprometimento, trabalho, grupo vitorioso, valorizar a seleção..." Daniel Alves personifica o discurso de Dunga. O 12.º titular da seleção, status adquirido pela facilidade de transitar por diversas posições em campo, é, dentro do grupo, quem melhor assimilou a linguagem patriótica usada constantemente pelo treinador.Ontem, ao falar para os jornalistas no CT do Caju, em Curitiba, o lateral-direito do Barcelona seguiu a mesma linha usada pelo comandante na entrevista coletiva em que justificou a escolha dos 23 nomes para o Mundial da África do Sul, no mês que vem – o Brasil estreia no dia 15/6, contra a Coreia do Norte, em Johannesburgo."Eu sei que algumas pessoas não acreditam, mas a seleção está bem servida em todas as posições", abriu ele, antes de se aprofundar na defesa ao chefe. "Esses jogadores vão responder ao Dunga como ele merece. Estamos com muita vontade de mostrar que ele não se equivocou".

Daniel Alves foi descoberto e moldado pelo treinador gaúcho, por isso a simbiose. Em três anos e meio, foi convocado 48 vezes. Participou de 34 partidas (1.533 minutos). Marcou apenas três gols, mas todos importantes.

O lateral ajudou a seleção a con­­­­quistar a Copa América de 2007 na final com a Argentina; colocou, de falta (uma de suas especialidades), o time na final da Copa das Con­­­federações, no ano passado, em dramático confronto com a África do Sul; balançou também a rede do Uruguai no mítico Centenário – goleada por 4 a 0 que encerrou um jejum de 33 anos sem trunfos do Brasil no país vizinho.

O baiano de Juazeiro, 27 anos, também é versátil, outra característica que vai de encontro com o que Dunga pensa. Joga na direita, mas já foi testado do outro lado e no meio de campo. Há quem aposte que tão logo a Copa comece, o jogador arrumará um lugar ao lado de Kaká no setor de criação. Ou, quem sabe, até na vaga do craque do Real Madrid caso o camisa 10 não se recupere dos problemas físicos. "O Kaká vai fazer um Copa espetacular, estou confiante", cravou, desviando a conversa.

Mesmo dono de tantos predicados, Daniel Alves é reserva de Maicon na equipe nacional – para muitos a melhor dupla de lateral-direitos do mundo. Sem reclamação, o que lhe rendeu ainda mais pontos com o "professor" – perseverança elogiada durante a entrevista de Dunga na capital fluminense.

"Fácil jogar na seleção não é para ninguém. Um lugar no grupo sai muito caro. Para mim, não importa se por um minuto ou um segundo, o que eu quero é estar na seleção", comentou o lateral, um dos principais jogadores do multicampeão Barcelona.

Pelo clube catalão, Dani – como é chamado pela torcida –, ao lado do argentino Lionel Messi, o melhor do mundo segundo a Fifa, conquistou todos os títulos possíveis. "Não falamos sobre Copa, mas, pelo últimos resultados, acho que ele não quer cruzar com o Brasil", disse, repetindo uma frase que também não seria surpresa vinda da boca de Dunga.

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