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O chef Paulo Sérgio Barbosa, 47 anos: “O Kaká parece ser o mais filhinho da mamãe. Acho que se alguém reclamar vai ser ele.” | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
O chef Paulo Sérgio Barbosa, 47 anos: “O Kaká parece ser o mais filhinho da mamãe. Acho que se alguém reclamar vai ser ele.”| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

CT do Caju

Dunga tem o apoio dos funcionários

Atualmente, talvez a cozinha atleticana seja a única onde Dunga tenha a certeza absoluta de que a sua comida estará a "contento". Ao contrário, se depender da auxiliar Adriana Souza, o melhor pedaço do bife vai para o técnico da seleção.

A mulher é maluca por Dunga. Acha o comandante brasileiro bonito e competentíssimo. Além disso, para ela o treinador quebra um dos piores estigmas masculinos na ótica feminina: a falta de sinceridade.

"Acho ele maravilhoso e lindo. Ao contrário do que dizem ele é muito simpático. Nas entrevistas da para perceber que fala a verdade. É sincero, fala o que pensa."

Com tanta admiração, não há Júlio Baptista ou Josué que estremeça a idolatria que a auxiliar de cozinha tem pelo ex-camisa 8 do tetra. E quem disser o contrário que se cuide com a fã.

"O Dunga sabe muito bem o que está fazendo. Não adianta o seu Ronaldinho e o seu Adriano ficarem reclamando. Eles não iriam fazer nada de bom para a seleção."

E Dunga que se cuide com Adriana. Ele será uma dos 18 funcionários da cozinha que permanecerão no CT.

"Filé mignon dourado no azeite de oliva, envolto com pasta de shitake e patê de fígado enrolado em massa folhada. Levar ao forno até deixar essa espécie de ro­­cambole no ponto." Mestre Paulão, chef atleticano, tentará ser um dos primeiros cozinheiros industriais a fazer o refinado Filé à Wellington em larga escala.

O esforço vale a pena, afinal será a primeira vez que ele cozinhará para um público tão distinto como o elenco formado por Dunga, Kaká, Robinho, Luís Fabiano e Cia. A ansiedade dele é tanta que, se a receita acima for rejeitada, Paulão já tem no mínimo outras cinco para apresentar à nutricionista da seleção. Entre elas, matambre re­­cheado, codorna desossada e contrafilé à Piquet – outras de suas especialidades.

"Na certa vão pedir para que eu faça algo", imagina o cozinheiro, com três anos de casa e uma única preocupação: Kaká. Não que Paulo Sérgio Barbosa, 47 anos, queira agradar mais um jogador do que outro, pelo contrário. O medo é que o meia brasileiro tenha, digamos, "certas frescuras". "O Kaká parece ser o mais filhinho da mamãe. Acho que se alguém reclamar vai ser ele", brinca.

A alegria parece ser natural do chef, mas com certeza foi realçada pois ele é um dos poucos funcionários do Rubro-Ne­­gro que não têm dúvida sobre sua permanência no CT do Caju na estada da seleção em Curi­­tiba. Só ele sabe pilotar a incrementada cozinha que, entre ou­­tras coisas, consegue fritar ovos ou batatas no forno.

Mas enquanto Paulo Sérgio Barbosa, de 47 anos, se prepara para realizar os sonhos de boa parte dos brasileiros, o restante das cerca de 200 pessoas que trabalham e moram no centro de treinamento só ficaria sabendo ontem qual destino tomaria. "Ficar ou sair?", eis a questão.

"Ainda não sabemos de na­­­da, mas quem não quer fi­­car? Isso é uma vez na vida", afirma o fisioterapeuta Már­­­­­cio Ravaz­­zani. "Mas se ficar, prefiro não atender ninguém, só conhecê-los", brinca – em sua função, trabalho é quase sinônimo de lesão do paciente.

Se para Márcio estar no CT nos 5 dias em que a seleção fará de Curitiba sua casa seria como ganhar uma ri­­fa, para os garotos das categorias de base, parece que os bilhetes já foram todos sorteados. E não houve vencedor no grupo.

O goleiro Hugo Gumiero, de 17 anos, era o exemplo da decepção. Mesmo sem a tal reunião acontecer, ele já sabia que teria férias no período.

"Vou voltar para São Paulo dia 20 e volto depois. Todos [os garotos] terão de fazer o mesmo. Estávamos na expectativa, mas depois que nos falaram isso perdemos a esperança", afirmou o arqueiro. Já que ele não correrá risco de encontrar Dunga pessoalmente, arriscou um palpite. "Olha, sou fã do Júlio César. O Gomes fez um bom cam­­peonato inglês. Mas o Doni nem jo­­gou. Quem me­­recia ir era o Vítor."

A matéria acabaria por aqui se, no exato momento em que ela estava sendo escrita o tal Filé à Wel­­­­­­­­­­­­ling­­ton não houvesse voltado à tona. Por que logo ele, tão complicado? Em uma busca rápida, talvez a ex­­pli­­cação que Paulão omitiu.

O prato foi criado por Ar­­thur Wellesley (1769-1852), o primeiro duque de Wellington, em So­­mer­­­­set, Inglaterra que, no en­­tanto, é mais co­­nhe­­cido por ser o ge­­­neral britânico que ficou conhecido por derrotar as tropas francesas de Nap­­oleão Bo­­na­­parte na Batalha de Wa­­ter­­loo. To­­mara que, de al­­­gu­­ma ma­­neira, ajude.

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