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Edemundo Campos, de 40 anos, foi o aventureiro do dia em frente ao CT do Caju |
Edemundo Campos, de 40 anos, foi o aventureiro do dia em frente ao CT do Caju| Foto:

Rápidas

Felipão gente boa

A torcida apelou para o bom humor ontem na tentativa de entrar no CT do Caju e ver o treino da seleção. Um segurança careca, de bigode e vestido com o agasalho do Brasil foi o alvo das piadas por ser parecido com o técnico pentacampeão Luiz Felipe Scolari. "Felipão, libera o portão", gritava a torcida. Outro torcedor, mais espirituoso, foi mais longe. "Ô, Felipão, você é mais gente boa do que o Dunga. Libera aí...", disse, para a gargalhada geral – inclusive do falso Felipão.

Vuvuzelas na área

Se o técnico Dunga decidir abrir algum treino para a torcida assistir, os jogadores já terão uma prévia do que vão encarar nos estádios da África do Sul durante a Copa. Do lado de fora do CT do Caju, era grande o número de torcedores com cornetas de plástico, fazendo bastante barulho. "Isso não é nada, perto do barulho que as vuvuzelas vão fazer na África", comentou um jornalista argentino, que esteve ano passado na cobertura da Copa das Confederações.

Churrasco da seleção

Ontem o dia foi movimentado na casa da família Gouveia, vizinha de muro do CT do Caju. Cerca de 30 parentes e amigos foram à residência para um churrasco. "Têm uns aqui que fazia tempo que não aparecia...", entrega rindo o taxista.

O professor Edemundo Campos, 40 anos, rodou 5 mil quilômetros de bicicleta até Curitiba, no in­­tuito de passar pelas 12 cidades que abrigarão a Copa do Mundo de 2014. Na capital paranaense – a quinta sede pela qual passa desde que deixou a esposa e os dois filhos em Macapá (AM), no extremo Norte do país – coincidiu de ele chegar justamente no período de preparação da seleção antes do embarque para a Copa da África do Sul. Além de Curiti­­ba, Campos já passou por Ma­­naus, Cuiabá, Brasília e Porto Alegre.

Campos leva na bagagem uma bandeira de 50 por 10 metros autografada pela população das cidades em que passa, com a qual prega a paz no futebol. Em troca, pede uma ajuda de custo para concretizar um projeto ainda mais ambicioso: estar na África do Sul na Copa.

"Já juntei R$ 2,5 mil em doações. E não é ajuda de empresa, patrocínio, nada. É do povo mesmo", diz ele, que pretende finalizar o projeto das cidades-sede 15 de junho, no Rio de Janeiro, e depois ir para a África. "Não vai dar para pegar a abertura da Co­­pa. Mas vou estar lá, com certeza", diz ele, de momento alojado em um quartel do Corpo de Bom­­beiros em Curitiba.

O amapaense que dá aulas de técnicas agrícolas não era o único a pedalar quilômetros ontem no CT do Caju. Um grupo de três amigos do Rio Grande do Sul também deu uma paradinha no projeto de pedalar por todos os estados brasileiros para tentar ver a seleção. O vigilante Enoque Zech, 22 anos, e o estudante Wel­­lington Moraes, 17, saíram há oito dias de Carazinho para se encontrar em Erechim com o amigo Daniel Juk, técnico agrícola de 19 anos, e juntos rodarem os 27 estados brasileiros de bicicleta, pregando a mensagem contra o crack e a pedofilia.

O plano dos três era apenas dormir em Curitiba. Mas assim que souberam que a seleção estava na cidade, foram ao CT. "Não sabíamos que a seleção estava aqui", diz Zech, que, a partir da dica de Campos, também procuraria abrigo com os amigos no quartel dos Bombeiros – os três partiram do Rio Grande com apenas R$ 100.

Os quatro ciclistas lamentaram não poder ver os jogadores. Mas nada que os desmotive. "Acredito que vou ver alguém. Se até com o presidente eu estive, por que não vou ver a seleção?", enfatiza Campos, mostrando a foto ao lado de Lula, que leva na mochila. A foto de Campos com Lula, aliás, serve de inspiração para o trio gaúcho, que depois de Curitiba vai para Santos. "A gente quer dar um abraço no Neymar e no Ganso. Eles mereciam estar na seleção", diz Zech.

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