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Dupla de segurança à paisana acompanha atento ao treino da seleção brasileira em Johannesburgo. Estratégia não prevê policiais armados em treinos | Albari Rosa/Gazeta do Povo – enviado especial
Dupla de segurança à paisana acompanha atento ao treino da seleção brasileira em Johannesburgo. Estratégia não prevê policiais armados em treinos| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo – enviado especial

A seleção brasileira não é uma das equipes que possui a segurança mais ostensiva na Copa do Mundo. O rigor e o temor estão nos times que representam países visados para supostos ataques terroristas na África do Sul.

Além dos cinco africanos – os donos da casa, Gana, Ca­­marões, Argélia e Costa do Mar­­fim –, escaldados após a equipe de Togo ter sido recebida a tiros na Copa das Nações Africanas, em Angola, no mês de janeiro, os Estados Unidos e a Inglaterra são a maior preocupação da Fifa e dos organizadores do Mundial.

Um megaesquema deve ser montado para o confronto entre os dois, no dia 12 de junho, em Rustemburgo. O grupo extremista árabe Al-Qaeda já teria ameaçado explodir o estádio nessa partida – o grupo negou a intenção posteriormente.

Holanda e Dinamarca também trabalham com medo de sofrer retaliações de grupos extremistas. Os dinamarqueses chegaram a falar que o risco era substancial. Itália, França e Alemanha, países acusados de fazerem parte de uma cruzada contra o islamismo, além de Eslováquia, Austrália, Nova Zelândia, Portugal, Eslovênia e Grécia também foram ameaçados.

O Departamento de Estado norte-americanos, diante do pânico instaurado, emitiu ontem um alerta aos cidadãos do seu país que estão na África. Além do medo dos extremistas, uma crítca à infraestrutura. O texto diz que o transporte público "é pouco desenvolvido".

"Cada seleção tem um pacote específico de segurança dado pelo Comitê Organizador. O nosso é o básico", revelou o diretor de comunicação da CBF Rodrigo Paiva.

Ao todo, não mais do que dez policiais rondam ininterruptamente o hotel onde o time está concentrado e fazem a escolta do ônibus até o local de treino. Uma empresa de segurança particular chamada Piranha foi contratada para proteger os brasileiros.

Diferentemente do que ocorreu na Alemanha (2006) e especialmente na Ásia (2002), nada de armas expostas e cabanas militares ou grandes exibições de aparato. Pelo contrário, os guardas da Piranha – nem todos trabalham uniformizados – às vezes ficam sentados, olhando para o nada e se mostrando despreocupados com o que ocorre em volta.

Nem mesmo a CBF vê riscos quanto à falta de segurança. Mesmo com os altíssimos índices de roubos e assaltos à mão armada, apenas dois funcionários da delegação de 50 pessoas estão especialmente dedicados à proteção de Robinho, Kaká e companhia.

"Fomos orientados a deter qualquer um que tente entrar no campo. Geralmente trabalhamos armados, mas aqui foi pedido para deixarmos as armas escondidas em uma sala", conta Moleti Molema, supervisor do grupo de seis seguranças que atuam no campo da escola Randburg, outros seis ficam no Hotel Fairway.

Em vez de ficar atento ao gramado e ao estafe da equipe nacional, enquanto conversava com a reportagem, Molema estava mais interessado em questionar o motivo de Ronaldinho Gaúcho não ter sido convocado. Disse que vai torcer contra o Brasil por isso.

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