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Em sua coluna no principal jornal alemão, Franz Beckembauer disse que o futebol de Özil se iguala ao do argentino Messi | Kim Kyung Hoon/ AFP
Em sua coluna no principal jornal alemão, Franz Beckembauer disse que o futebol de Özil se iguala ao do argentino Messi| Foto: Kim Kyung Hoon/ AFP

Evolução

Destaque desde a base

Mesut Özil surgiu como destaque alemão no título europeu sub-21, conquistado pela primeira vez pelo país em 2009, na Suécia. Na final, diante da Inglaterra, vencida por 4 a 0, fez um gol e deu duas assistências. Ótimo desempenho que chamou a atenção do técnico da seleção principal, Joachim Löw.

Convocado a partir de então para a equipe adulta, ele foi o responsável pelo lançamento que terminou em gol de Klose, na vitória por 1 a 0 sobre a Rússia, resultado que garantiu os germânicos na Copa da África do Sul.

Em clubes, o canhoto formado pelo Schalke 04 acabou assumindo o posto de Diego como referência do Werder Bremen, após a transferência do brasileiro para a italiana Juventus. E, como o ex-meia do Santos, também deixou o seu nome gravado na história do clube.

Foi de Özil o gol que garantiu o título da Copa da Alemanha ao Bremen, em 2009, na vitória por 1 a 0 sobre o Bayer Leverkusen. Mostrando agora qualidades de um autêntico camisa 10 no Mundial – embora vista a 8 –, ele certamente será disputado pelos grandes clubes do planeta. O Barcelona já é um dos candidatos.

A contusão de Michael Ballack, pouco antes da Copa do Mundo, fez a torcida da Alemanha temer o pior. Como se comportaria a se­­leção mais jovem do país em todos os Mundiais (média de idade inferior a 25 anos) sem o seu principal jogador? Quatro jogos depois, e a presença nas quartas de final, não há mais com o que se preocupar: o novato Mesut Özil, de apenas 21 anos, é a nova referência dos tricampeões mundiais.

Foi do camisa 8 o gol que classificou os gêrmanicos para as oi­­tavas, em primeiro lugar no grupo, num chutaço de fora da área, contra Gana (1 a 0). E na primeira disputa eliminatória, frente à po­­derosa Inglaterra, ele descolou uma assistência, caprichosa, pa­­ra Müller marcar o quarto gol (4 a 1), e despachar os ingleses para casa.

Brilho individual – sem contar o excelente desempenho coletivo, como o responsável por "pen­­sar o jogo" do time do técnico Joachim Löw – capaz de transformar o canhotinho em mais uma atração no clássico decisivo com a Argentina, marcado para o próximo sábado, às 11 horas, na Cidade do Cabo.

Com Lionel Messi do outro la­­do, Özil terá nova chance de equiparar-se às estrelas da competição, como Kaká e Cristiano Ro­­nal­­do, além do destaque do Bar­­celona. Confiança não lhe falta. "Para mim, tanto faz se o ad­­ver­­sário tem dois metros de altura ou a largura de um armário. Não tenho medo de ninguém", disse o alemão, descendente de turcos, ao site da Fifa.

Os números também o credenciam. Nas estatísticas, o de­­sempenho de Özil em solo africano pode ser comparado ao dos jo­­gadores badalados. Em uma de suas principais qualidades, o passe, o meia teve acerto de 71% nas quatro partidas da Copa, Messi 73%, Cristiano Ronaldo 65% e Kaká 78%.

Em lançamentos, ele também tem bom aproveitamento. Nos 317 minutos em que esteve em campo, esticou 29 bolas, acertando 12 (41%). "O Löw me dá toda a liberdade no setor ofensivo. Gosto muito de jogar assim e sou muito grato ao técnico por essa oportunidade", comentou o jo­­gador, mais uma vez ao site da Fifa.

E se alguém ainda duvida da capacidade dele, Özil tem o aval de ninguém menos que Franz Bec­­kembauer, o maior ídolo do esporte na Alemanha e um dos grandes jogadores da história do futebol.

"Dois jogadores dessa forte equipe me impressionaram. Me­­sut Özil executa os chamados ‘passes matadores’ como só Messi faz. Imprevisível e confundindo o adversário, mas adaptado perfeitamente aos seus companheiros de equipe. Özil só pode me­­lho­­rar convertendo suas chances de gol", escreveu o Kaiser, em sua coluna para o jornal alemão Bild.

Com todas essas credenciais, e o francês Zidane como grande espelho, não será surpresa se Özil sair da posição de revelação para a de craque da Copa do Mundo.

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