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Revitalizada, a zona portuária de Waterfront foi destino certo para os turistas aproveitarem as pechinchas | Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial
Revitalizada, a zona portuária de Waterfront foi destino certo para os turistas aproveitarem as pechinchas| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial

Cidade do Cabo - Brasileiros e argentinos se uniram. No turismo. Eliminados precocemente da Copa, os vizinhos aproveitaram os "dias de folga" para desbravar a África do Sul. E fazer compras, muitas compras. Tudo partindo da Cidade do Cabo, o cartão-postal do país de Nelson Mandela, palco da derrocada dos hermanos ante a Alemanha (4 a 0), e base da torcida do Brasil durante o evento da Fifa.

Sem compromisso com os jo­­gos, os torcedores se dividiram em dois grupos distintos. Um lado saiu à caça das belezas naturais sul-africanas. O acesso à Table Mountain (Mon­­tanha da Mesa), principal ponto turístico do Cabo, ficou concorridíssimo. Longas filas se formaram nas bilheterias do local para chegar ao ponto mais alto da cidade, com direito a visão panorâmica do mar e das montanhas que rodeiam o município de colonização holandesa.

O catarinense Fabiano Lanz­­­naster e sua turma usaram o tempo livre para descer até o Cabo da Boa Esperança, extremo sul do continente, a cerca de uma hora de carro. "Sem a seleção, o jeito é fazer turismo. Aproveitar os últimos dias para conhecer o que an­­tes não dava tempo", afirmou ele, que com a derrota do time de Dun­­ga para a Holanda encurtou a estada em três dias – irá embarcar de volta ao Brasil nesta sexta-feira, em vez de na segunda-feira seguinte.

Nesse aspecto o trio Flávio Car­­valho, Fernando Barros e Marcelo Cruz pode dar aulas aos iniciantes. O grupo desbravou a África do Sul de ponta a ponta em pouco mais de duas semanas, com direito a esticadas a Moçambique e Angola, países de origem portuguesa. Per­­cor­­reram o litoral, de Port Eli­­za­­beth ao Cabo de carro (aproximadamente 700 km), fizeram safári, mergulho... Só deixaram para o último dia – ontem – a visita a Robben Island, a mítica ilha de 5,4 km de comprimento e 2,5 km de largura em que Mandela ficou preso por 18 anos (1964-1982) no período do apartheid, a política de segregação racial que vigorou no país até 1994. "Não tem jeito de não ir lá", disse Carvalho, um dos tantos brasileiros indignados "com a falta de opção de Dunga para reverter o placar contra a Holanda". "Aí o jeito foi se dedicar aos passeios", emendou Barros.

Há também quem preferiu gastar. Aproveitar a desvalorização do rand em relação ao real (4 por 1). Neste caso a escolha invariavelmente recaiu sobre o Wa­­terfront, a revitalizada zona portuária da cidade. Turistas enlouquecidos com as pechinchas en­­chiam as mãos de sacolas. Artigos relacionados ao Mundial eram os mais procurados, ainda mais com uma imensa loja da Fifa instalada no coração do complexo, em meio a bares e restaurantes especializados na culinária de diversos países.

"Como só volto no dia 14, estou vendo o que é mais barato para levar de lembrança. Procurando, você encontra coisas boas e com preços baixos", explicou o argentino Fabrizio Renaldi, de Mendoza, revoltado com a sonolenta atuação de Lionel Messi e cia. contra a Alemanha. "Enfrentamos uma potência do futebol. Sabíamos do risco de sermos eliminados, mas não da forma como foi. Decep­­­cionante. O jeito é esperar o Brasil em 2014", acrescentou, fazendo referência à próxima Copa.

Carlos Alberto dos Santos também saiu – com o agasalho da seleção brasileira – às compras. Olhava de um lado para o outro as vitrines do Waterfront atrás de uma promoção, ressabiado em gastar dinheiro de­­mais. "Há muita coisa legal para fazer, mas sabe o que é pior? Não poder assistir ao Brasil na semifinal aqui", ressaltou. A vaga ficou com a Holanda, que encara amanhã o Uruguai. Péssimo para quem sonhava com o sexto título do mundo, mas muito bom para o turismo – e os negócios.

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