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Abraço da festa uruguaia contrasta com a decepção e a tristeza da solidão sul-africana: derrota pode custar a eliminação precoce do time da casa | Gabriel Bouys/ AFP
Abraço da festa uruguaia contrasta com a decepção e a tristeza da solidão sul-africana: derrota pode custar a eliminação precoce do time da casa| Foto: Gabriel Bouys/ AFP

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Parreira mantém otimismo

Parreira declarou após o jogo que ainda acredita na classificação da África do Sul às oitavas de final. "Sabíamos que era um grupo muito difícil, com quatro seleções com chances de se classificar, mas não perdemos a esperança", afirmou. Segundo o treinador, o resultado "frustrou as ilusões de todo um país". "Quando você dirige uma seleção anfitriã, tem uma responsabilidade maior. É quase uma obrigação passar da primeira fase", disse. Mesmo assim, manteve uma postura otimista, à espera de um empate, hoje, entre França e México.

"Vai ser importante o resultado. Se houver empate, poderemos vencer (a França, no próximo dia 22) e nos classificar". As principais palavras dele, porém, foram direcionadas ao árbitro suíço Massimo Busacca. "Estou muito furioso. Até agora, é o pior da competição".

A revolta era especialmente sobre o pênalti que culminou com a expulsão do goleiro Khune e o segundo gol do adversário. Forlán cobrou com perfeição e aumentou para 2 a 0 aos 35 minutos do segundo tempo, liquidando grande parte das esperanças dos "Bafana Bafana". "Não houve falta e muito menos cartão vermelho. Espero não voltar a vê-lo [em um estádio]. Não merece estar aqui", declarou.

Busacca é um dos árbitros europeus mais famosos nos últimos anos, tendo participado de grandes competições, como a Copa-2006, a Eurocopa da Suíça e Áustria-2008 e da final da Liga dos Campeões 2008-2009, entre Barcelona e Manchester United.

  • Veja a ficha técnica do jogo Uruguai X África do Sul

A África do Sul já tem o seu Mara­­canazo. Três gols uruguaios silenciaram ontem o Loftus Versfeld, em Pretória, uma espécie de Ma­­racanã do rúgbi sul-africano, temporariamente convertido em estádio de futebol. Ainda que por apenas alguns segundos, nenhuma vuvuzela podia ser ouvida nas arquibancadas.

O desastre veio numa das datas mais significativas para o país, o aniversário de 34 anos do levante de estudantes em Soweto, feriado nacional, considerado o começo do fim do apartheid.

A derrota deixa a equipe muito perto de ser a primeira anfitriã a não passar para a segunda fase de uma Copa.

A África do Sul primeiro torce por um empate hoje entre França e México. Depois, precisa ganhar da França no dia 22, em Bloem­­fontein, e esperar que os mexicanos não ganhem dos uruguaios.

Já o Uruguai tem situação bem mais tranquila. Além de ter quatro pontos, acumulou bom saldo de gols, primeiro critério de desempate.

Embora a posse de bola tenha ficado rigorosamente em 50% para cada equipe, o Uruguai foi bem mais objetivo: chutou 19 ve­­zes a gol, contra 10 da África do Sul.

Com forte esquema de marcação, dificultou muito o ataque sul-africano, que se resumia a tentativas do meia-atacante Pienaar.

O primeiro tempo seguiu amarrado até o chute de fora da área de Forlán, aos 24 minutos. O goleiro Khu­­ne fez golpe de vista, mas a bola entrou.

"No primeiro gol, o estádio emudeceu. Foi incrível’’, disse o za­­gueiro Diego Godín.

Mesmo atrás no marcador, os Bafana Bafana eram tímidos ao atacar. Sua melhor chance veio apenas aos 22 minutos do segundo tempo, numa cabeçada de Mphela.

À medida que o tempo passava, o zumbido das vuvuzelas ia ficando mais baixo. Na metade do segundo tempo, já era possível conversar nas arquibancadas quase sem gritar. "É difícil para eles porque o país todo [estava] empurrando’’, afirmou o volante Diego Perez.

Aos 35 minutos, com o pênalti convertido por Forlán, novamente o Loftus se calou. As arquibancadas coloridas de amarelo foram dando lugar ao azul das cadeiras, conforme o estádio foi esvaziando.

Grande parte dos 42.658 pagantes já não estava lá quando Pereira fez o último gol, nos acréscimos.

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