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Jardim Botânico ganhou uma discreta coloração verde e amarela ontem à noite. Patriotismo é uma das armas para a Copa novamente nas graças da população | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Jardim Botânico ganhou uma discreta coloração verde e amarela ontem à noite. Patriotismo é uma das armas para a Copa novamente nas graças da população| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Conta da Copa para país deve ganhar reajuste

O custo atual do Mundial é de R$ 26 bilhões, aponta a última atualização da Matriz de Responsabilidades, documento que reúne todas as intervenções relacionadas com o evento da Fifa, atualizado pela última vez em setembro. Mas já se estima que a conta final chegue a R$ 30 bilhões.

Em Curitiba, o valor total do torneio está em R$ 558,1 milhões em obras de mobilidade, além de um mínimo de R$ 123 milhões investidos na Arena.

Falta ainda entrar nesse orçamento as despesas com as estruturas temporárias, exigência da Fifa para todas as arenas do Mundial, que incluem gastos com aluguel de tendas, aparelhos de raio X e implantação do sistema de tecnologia de informação e as Fan Fests, custos que a maioria das cidades ainda não providenciou ou definiu quem vai pagar.

Em Curitiba, tais estruturas estão orçadas em R$ 61 milhões e serão financiadas exclusivamente pela prefeitura.

Diante dos gastos, o otimismo nacional com a Copa está em derrocada. A percepção de que o legado da Copa será menor do que o previsto tem causado a queda do apoio dos brasileiros à realização da Copa. Segundo pesquisa divulgada em fevereiro pelo Datafolha, 52% dos entrevistados são a favor do Mundial, percentual que teve declínio desde que o instituto começou a fazer as entrevistas, há cinco anos. Em novembro de 2008, 79% dos questionados eram favoráveis à realização da Copa.

Turismo

EUA dominam compra de ingressos para Curitiba

Os norte-americanos são os estrangeiros que mais procuraram Curitiba para assistir jogos da Copa na primeira fase de vendas de ingresso do Mundial, quando ainda não se sabia quais seleções iriam jogar na capital paranaense. Para cada um dos quatro jogos que serão disputados na Arena, cerca de 3% dos ingressos foram comprados por norte-americanos.

Com os dados divulgados ontem pela Fifa, Curitiba receberá, em média, sete estrangeiros para cada cem torcedores que compraram seus ingressos na primeira fase de vendas.

Depois dos norte-americanos, os que mais procuraram a capital paranaense foram os ingleses (0,7%) e os colombianos (0,7%), torcedores que não verão suas seleções jogarem na cidade. Alemães, canadenses, australianos, chilenos, mexicanos, peruanos, franceses foram outros estrangeiros que fizeram compras de ingressos para jogos da Copa em Curitiba e verão partidas entre Irã x Nigéria (em 16/6), Honduras x Equador (20/6), Austrália x Espanha (23/6) e Argélia x Rússia (26/6).

"Esperamos um aumento da presença de espanhóis e australianos agora. Para trazer os norte-americanos, acho que o que chamou a atenção é o fato de sermos exemplo em segurança e planejamento. Tivemos uma crise com a questão da Arena, mas contornamos e retomamos o rumo", avalia o secretário municipal da Copa, Reginaldo Cordeiro.

O poder público tem 100 dias para conquistar o curitibano sobre a Copa do Mundo. A cidade sofre hoje – em meio à contagem regressiva derradeira– a maior desaprovação de seus moradores em cinco anos por receber os quatro jogos do torneio, entre 16 e 26 de junho.

A fórmula adotada para reverter esse quadro tanto pela prefeitura quanto pelo governo estadual é a agenda de obras. As melhorias na cidade, segundo o secretário municipal da Copa, Reginaldo Cordeiro, começam a sair do papel entre este mês e maio. O viaduto estaiado, na Avenida das Torres, abre a série.

O principal indicativo da desaprovação ocorreu em fevereiro, após o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, anunciar que Curitiba corria o risco de ficar de fora do Mundial. Levantamento da Paraná Pesquisas à época apontou que 58% dos curitibanos diziam que o esforço feito para receber quatro jogos não compensava.

Em julho de 2013, outra sondagem revelou que 55% dos moradores afirmavam que o megaevento traria benefícios à cidade. Apesar de indicar mais da metade de aceitação, o percentual foi inferior ao mensurado em maio de 2009 para a mesma pergunta, quando 84,4% dos entrevistados disseram que a Copa seria boa para a capital do estado.

Mesmo com a redução na aceitação do Mundial na cidade, a prefeitura não tem nenhum grande projeto para atenuar a rejeição de parte dos curitibanos.

Desde ontem à noite, o Jar­­dim Botânico foi iluminado com verde e amarelo, em alusão ao Mundial. A proximidade com o evento – tendo o aspecto esportivo e o nacionalismo à frente – é outro trunfo político para reconquistar a empolgação.

"Nossa primeira preocupação é mostrar o legado, tanto nas obras de mobilidade quanto na movimentação do turismo. Tínhamos investimento em marketing previsto, mas esse valor foi revertido para subsidiar o transporte público", destacou Cordeiro.

O secretário confia que com o início das entregas das obras a população irá sentir-se mais animada.

Opinião endossada pelo coordenador-geral da Copa no Paraná, Mario Celso Cunha: "Pelo legado que vai ficar, a população vai entender o trabalho feito. Acredito nos números de pesquisas, mas considero mais importante o número de ingressos vendidos. Curitiba é a terceira cidade com mais procura".

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