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 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Check list

Um panorama da reforma da Arena da Baixada:

O que Curitiba já fez

• Comitê gestor – a comissão formada por prefeitura, estado e Atlético trabalha em conjunto desde 24 de janeiro e continuará ativa.

• Operários – de pouco mais de 900 em janeiro, beirou os 1.300 nesta semana. Os turnos de trabalho também foram ampliados.

• Fluxo financeiro – a Fomento Paraná liberou, dia 23 de janeiro, R$ 39 milhões de um empréstimo de dezembro. Foi pedido um novo crédito no BNDES para a obra, de R$ 65 milhões.

• Gramado – foi o primeiro ponto atendido no estádio. O calor do início de fevereiro acelerou o enraizamento. Em breve estará liberado para jogos.

• Energia elétrica – uma das preocupações da Fifa, foi resolvida com a conclusão da subestação elétrica do estádio.

• Assentos – a instalação já ultrapassou a marca dos 15 mil, 50% a mais que o necessário para o primeiro evento-teste. Estão sendo fabricadas diariamente 500 unidades.

• Cobertura – as placas de policarbonato já foram totalmente colocadas. Falta apenas o fechamento da estrutura.

• Vestiários e acessos – o acesso ao campo foi desobstruído e os quatro vestiários estão em fase de acabamento.

• Lajes – uma das lajes do setor Brasílio Itiberê foi concretada e a outra está em fase final.

O que falta fazer

• Operários – Charles Botta quer mais gente trabalhando. A previsão orçamentária é bater em 1.500 operários entre março e abril.

• Fluxo financeiro – assim que o Atlético assinar o contrato do quarto financiamento, entram os R$ 6,5 milhões pendentes do empréstimo do BNDES de R$ 131,1 milhões. Enquanto o novo crédito do banco federal não chegar, a Fomento Paraná fará os aportes necessários.

• Banheiros e vestiários – a finalização destes dois itens é a próxima meta física da obra.

• Limpeza – deve ser tratada como obsessão. A Fifa quer limpeza diária, para evitar o acúmulo de entulho.

• Eventos-teste – serão dois, um no fim de março e outro em abril. Até sexta-feira Fifa e COL devem definir os jogos escolhidos.

• Telecomunicações – o avanço da obra permitirá à Fifa começar a testar serviços essenciais para a Copa, como TI, rede de internet e suporte para transmissão de tevê.

• Estruturas temporárias – ontem foram publicados os editais de licitação pela prefeitura de Curitiba. Com custo estimado em R$ 40 milhões a ser arcado pela prefeitura, são estruturas para imprensa, patrocinadores e vistoria de segurança. Somente com este aparato instalado a Fifa considera o estádio pronto para a Copa.

  • Fachada da Arena da Baixada nesta sexta-feira, dia da inspeção decisiva da Fifa
  • Operários trabalham na Arena da Baixada no dia da vistoria decisiva da Fifa
  • Van que levou o consultor da Fifa Charle Botta na chegada à Arena da Baixada
  • Antes da vistoria da Fifa na Arena, pedra brita foi despejada na entrada da Basílio Itiberê para aliviar a lama
  • Imprensa está de plantão desde a manhã desta terça-feira na Arena da Baixada
  • Maria Neusa, única torcedora em frente da Arena da Baixada durante a vistoria da Fifa
  • Arena da Baixada antes da vistoria decisiva da Fifa
  • Fachada da Arena da Baixada no dia decisivo da vistoria da Fifa
  • Operários trabalham na fachada da Arena durante vistoria da Fifa
  • Consultor estadual da Copa, Mario Celso Cunha chega à Arena
  • Fachada é um dos pontos que está recebendo obras da Arena da Baixada
  • Presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, chega à Arena da Baixada para inspeção da Fifa

Questão central na reconfirmação da Copa do Mundo em Curitiba, a Arena ficou curiosamente em segundo plano ontem. Com o anúncio oficial do secretário Jérôme Valcke marcado para Florianópolis e a profusão de boatos antecipando o "ok" da Fifa, a visita do consultor de estádios Charles Botta ao reduto atleticano foi mais formal do que decisiva.

INFOGRÁFICO: Confira o histórico da obra

SLIDESHOW: Confira imagens da vistoria da Fifa na Arena da Baixada

A definição pró-Curitiba teria sido adiantada ao governador Beto Richa por telefone na noite de segunda-feira. Fontes ligadas ao Palácio Iguaçu vazaram a notícia e esvaziaram parte da expectativa. Ontem, o primeiro compromisso da comitiva da entidade máxima do futebol foi uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet. Não sem antes encarar o trânsito pesado da cidade, agravado pela chuva intermitente, e um susto ao ficar por cerca de cinco minutos presa no elevador da prefeitura.

A agenda atrasou em 1h26 a chegada à Arena, que desde cedo tinha os arredores ocupados pela imprensa local. Ao contrário da segunda-feira, quando vários jornalistas estrangeiros passaram pela sede – então ainda ameaça de exclusão – antes de seguir para o congresso técnico da Fifa na capital catarinense, ontem apenas um jornalista inglês e uma tevê australiana aguardavam a visita.

Também por causa do clima, os operários precisaram fazer ainda mais reparos de última hora para esconder os buracos, poças de água e barro no acesso ao estádio localizado na Brasílio Itiberê – este também com obras intensas. Menos de dez minutos antes da chegada da van com a comitiva, britas eram colocadas por um trator e espalhadas às pressas por funcionários.

Com os vidros fechados, o veículo entrou direto passando pela rampa de acesso ao subsolo do estádio. Os primeiros a saírem foram o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, e o secretário estadual de Copa, Mario Celso Cunha.

Logo depois, com o inspetor ainda no estádio, a sequência de Curitiba no Mundial de 2014 era confirmada pela prefeitura, antes mesmo do anúncio da entrevista atrasada de Valcke em Florianópolis. A notícia já era replicada mundialmente quando Charles Botta deixou o palco da Copa, 3h35 minutos depois, da mesma forma que entrou: rápido e em silêncio.

Não houve mobilização pública no estádio. À tarde, em frente à prefeitura, menos de dez pessoas exibiam cartazes contra os gastos públicos com a Copa. Horas depois, um protesto reuniu 60 pessoas na Boca Maldita.

Apenas a dona de casa Maria Neusa Rosas, de 62 anos, toda vestida de verde e amarelo e usando uma sombrinha nos mesmos tons, foi ao estádio. "Vim torcer pela nossa Copa. Nem tenho ingresso. Vou ficar torcendo aqui de fora mesmo. Me contento com pouco", disse, satisfeita com o decreto final da Copa em Curitiba.

Fala, leitor!

"Política do pão e circo."

Christian Michel.

"Parabéns ao Paraná, parabéns a Curitiba. Essa linda cidade não merecia ficar fora da Copa."

Dirceu Gabriel Merlin.

"Até agora, 2 bilhões de reais gastos, transtornos, obras inacabadas (algumas faraônicas), mais gastos na sequência, jogos inexpressivos e quem paga a conta? O povão! De novo."

Wilson Schneider Amaral.

"Para a Fifa é cômodo que não haja mudanças de última hora em locais e datas de jogos. Se as garantias que foram oferecidas à entidade a deixaram satisfeita, ela está pouco se importando com a imagem da cidade. Mas haverá desdobramentos após esta decisão."

Acir João Cardozo.

"Depois de tudo que foi feito e falado e até documentado, resta ver o resultado. Resta também ver qual a postura dos Tribunais de Conta do Estado e da União com relação à aplicação dos recursos. Acho que não vai acontecer nada. O que querem mesmo é Copa, cerveja liberada nos estádios e festa se o Brasil for campeão."

José Alberto.

"Quero ver daqui para a frente o governo dizer que não tem fundos para saúde, segurança, educação e outros investimentos. A cidade está sucateada e os R$ 65 milhões a mais na Arena já são palanque político. Estão investindo para assegurar votos, uma eleição não pode ser feita só de atleticanos e é isso que o bando está achando."

Léo J. Martins.

Dia D da Arena

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