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 | Henry Milléo / Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milléo / Gazeta do Povo

Dia Fifa

Veja como foi o antes, durante e depois de Irã e Nigéria em Curitiba:

00:00

Começam as restrições da Fifa no entorno da Arena. Nenhum carro pôde estacionar em ruas próximas ao estádio.

09:00

Um grupo de pessoas é chamada a depor na Polícia Federal, no Santa Cândida, mediante intimação recebida previamente. Segundo os interrogados, a medida teve objetivo de dispersar as manifestações do dia. Eles foram perguntados sobre seus conhecimentos em treinamento militar e se algum país ou organização financiavam suas atividades.

10:00

Começa o ato "No país da Copa, homofobia não rola!", organizado por ativistas ligados ao movimento LGBT, na Boca Maldita. O protesto é pacífico e atrai poucas pessoas.

12:00

Uma manifestação do movimento Linha de Frente, que protege minorias ameaçadas, reúne debates e show de música próximo ao relógio da Rua XV. O evento serve de aquecimento para a manifestação marcada para as 14 h. Fifa fecha o acesso de carros na região da Arena.

13:00

Dados oficiais revelam que 56 carros foram guinchados por causa de estacionamento no entorno da Arena. Multa à prefeitura de R$ 85,30.

14:00

A manifestação principal marcada para o dia, "Não Vai ter Copa – Curitiba", começa a reunir pessoas na Boca Maldita. Com faixas e megafones, eles gritaram contra os crimes da Copa e contra a higienização do Centro da cidade. Segundo eles, a prefeitura e o governo estariam removendo pessoas pobres das localidades principais da cidade-sede da Copa do Mundo.

15:00

O grupo, formado então por cerca de 300 pessoas, entre manifestantes identificáveis e black blocs, caminhou pela Rua XV até a rua Des. Westphalen. Eles foram fechando os cruzamentos por onde passavam e gritando palavras de ordem. Alguns chegaram a bloquear o cruzamento da rua com a Av. Visconde de Guarapuava com lixo, e depois atearam fogo.

15:30

A manifestação, agora formada quase que exclusivamente por black blocs, chega ao bloqueio policial na Av. Iguaçu. Eles gritam palavras contra a polícia e pedem paz. A tropa de choque chega na esquina da rua com a Av. Getúlio Vargas e os black blocs decidem fazer a volta ao centro pela Av. Marechal Floriano Peixoto.

16:00

Black blocs começam a depredar as agências bancárias da Av. Marechal Floriano Peixoto. O Choque é acionado e a manifestação se dispersa rapidamente na altura da Rua XV. Comeja Irã e Nigéria na Arena da Baixada.

17:50

Termina Irã e Nigéria. Jogo sem gols é o primeiro empate da Copa.

18:10

A dispersão dos torcedores do estádio é rápida e tranquila. Não houve confusão.

19:45

As forças de segurança atuantes no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) do Paraná divulgam que 14 pessoas que participaram de protestos contra a Copa foram detidos. São 12 adultos e dois adolescentes, de 15 e 17 anos.

20:00

Acaba a zona de restrição da Fifa na região da Arena da Baixada. Carros e pessoas voltam a circular sem restrição.

Cerca de 300 pessoas participaram de um ato contra a Copa do Mundo da Fifa ontem à tarde em Curitiba, pouco antes do jogo entre Irã e Nigéria, primeira partida do evento na cidade.

Pelo menos três agências bancárias localizadas no Centro de Curitiba foram depredadas. Uma estação-tubo também foi vandalizada. O protesto gerou corre-corre entre pessoas que circulavam pela região e fez com que comerciantes fechassem as portas mais cedo.

"A gente viu um monte de gente mascarada jogando bomba. Ficamos com medo e fechamos a porta na hora", disse a vendedora Priscele Aparecida da Rocha Sampaio, de 38 anos.

No cruzamento entre as Avenidas Sete de Setembro e a Marechal Floriano Peixoto, os manifestantes provocaram um bloqueio, obrigando os ônibus a pararem. Houve fila de coletivos e, durante o transtorno, os passageiros não puderam descer dos coletivos. Uma agência do banco HSBC, uma Caixa Econômica Federal e uma do Itaú foram depredadas.

"Nós queríamos quebrar tudo mesmo, principalmente os bancos", disse um dos participantes, visivelmente bêbado. Por volta das 18h30, os funcionários das agências bancárias começaram a substituir os vidros quebrados.

Até o fechamento desta edição, 14 pessoas que participavam do protesto foram detidas e levadas à Delegacia de Eventos de Futebol. Segundo o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), cinco manifestantes foram detidos porque estavam pichando ônibus e fachadas e depredando estabelecimentos. Um deles foi pego em posse de um coquetel molotov.

Os manifestantes, contrários à realização da Copa do Mundo no Brasil, se reuniram por volta das 14h30 na Boca Maldita e seguiram em direção à Arena da Baixada. No caminho, derrubaram lixo na faixa de pedestres e atearam fogo, impedindo a passagem de automóveis. O grupo bloqueou os cruzamentos das ruas Desembargador Westphalen com a Avenida Iguaçu e Avenida Marechal Floriano Peixoto com a Sete de Setembro, ao lado do Shopping Estação.

Alguns manifestantes seguravam cartazes protestando contra as ações da Fifa, exploração sexual e supostos atos "higienistas" – retirada de moradores de rua e recolhimento de seus pertences – realizados no centro da capital.

Os protestos do dia que abriu a Copa em Curitiba começaram pela manhã de forma pacífica. Na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, ativistas ligados ao movimento LGBT fizeram uma manifestação contra as leis anti-homossexuais vigentes nos países que disputam a Copa do Mundo na cidade. Além de Irã e Nigéria, também estão nessa lista Argélia e Rússia, que jogam no dia 26.

"A ideia foi fazer a denúncia da homofobia no mundo. Não é por direitos humanos, é por direito à vida, porque as pessoas no Irã são decapitadas, jogadas de penhascos e apedrejadas por serem gays", explica o ativista Toni Reis, presidente do grupo Dignidade.

Colaboraram: Angieli Maros, Felippe Aníbal, Kelli Kadanus, Rodrigo Batista e Yuri Al’Hanati.

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