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O haitiano Samull Jerome reclama de que, sem o pagamento do Atlético, não tem dinheiro nem para comer | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
O haitiano Samull Jerome reclama de que, sem o pagamento do Atlético, não tem dinheiro nem para comer| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Um dia após a final da Copa do Mundo, um grupo de cerca de 30 empresários e operários que participaram das obras de conclusão da Arena da Baixada protestou em frente ao estádio, reivindicando o pagamento de valores atrasados pelos serviços prestados. A ação teve início por volta do meio-dia de ontem, horário em que os manifestantes chegaram a fechar completamente a Avenida Getúlio Vargas, na região da Arena. Uma hora depois, com a chegada da Polícia Militar, eles aceitaram liberar uma das pistas.

Após quase três horas de manifestações, um grupo de quatro empresários foi recebido por membros do clube e ouviu dos representantes rubro-negros que o pagamento não foi realizado porque não foi feito o último repasse da Fomento Paraná para a CAP S/A, sociedade jurídica criada pelo Atlético para gerenciar as obras — a empresa tem ainda a receber a última parcela do financiamento do BNDES encaminhado via Fomento Paraná, no valor de 6,4 milhões. Mas, para isso, precisa atualizar a documentação para receber a quantia.

Segundo os manifestantes presentes na reunião, o clube chegou a propor um parcelamento dos valores, o que não foi aceito. Assim, os empresários, que representavam ao todo oito empresas, deram prazo até sexta-feira, 15 horas, para que o pagamento seja efetuado. Caso contrário, um novo protesto será realizado.

Durante a ação, por volta das 13 horas, funcionários do Furacão, alegando medidas de segurança, fecharam a sede administrativa, cerrando as portas e fechando o portão de entrada. Os manifestantes reagiram gritando: "Falido! Falido!". A partir de então, os funcionários do clube passaram a ter acesso à sede por uma entrada lateral, escoltados por seguranças.

Ainda antes da reunião, um dos empresários discutiu por telefone com o engenheiro Luiz Volpato, diretor-geral de projetos e construção do Atlético. "Isso é falta de respeito com quem trabalhou. Na hora de pedir ajuda para terminar a obra a tempo para a Copa, nos chamaram e aceitamos. Agora, na hora de pagar, não nos dão resposta. Algumas empresas não recebem há três meses", reclamou o empresário do ramo de terraplenagem, Sílvio Ednei Buzato, de 37 anos.

A situação também afeta os operários, que aderiram à manifestação. "Estou há seis meses no Brasil e vim só para trabalhar. Agora não consigo receber. É muito difícil. O Brasil tem muitos problemas", disse o operário haitiano Duguey Cyprius.

Apesar dos entraves financeiros, o presidente a­­tle­­ticano, Mario Celso Pe­­traglia, prometeu, na última sexta-feira, a instalação do teto retrátil no estádio em 90 dias.

Outro lado

O engenheiro Luiz Vol­pato afirmou não ter autorização para falar em nome do clube sobre o assunto. Já o coordenador-geral da Copa em Curitiba, Mario Celso Cunha, lembrou que o clube é uma entidade privada, com fluxo de caixa próprio, o que o torna responsável pela solução da dívida.

A diretoria do Atlético foi procurada, mas se recusou a responder à reportagem da Gazeta do Povo.

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