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Avenida das Torres, em Curitiba: antes da paralisação, obra já demonstrava sinais de atraso | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Avenida das Torres, em Curitiba: antes da paralisação, obra já demonstrava sinais de atraso| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Cenário

Empreiteiros dizem que atrasos no Paraná são generalizados

Os atrasos nos pagamentos não atingem apenas os contratos firmados com a empresa Empo e Mavillis. A informação foi repassada por funcionários das empreiteiras responsáveis pelas outras obras do PAC da Copa sob responsabilidade do governo do estado. Nessas situações, porém, a falta de repasses ainda não motivou a suspensão dos serviços.

"Também não estamos recebendo, mas optamos por seguir com os trabalhos acreditando que o governo resolverá a situação. Desmontar um canteiro e mandar funcionários para casa não é a melhor solução para o momento", afirmou um diretor responsável por uma das empresas que pediu para não ter o seu nome e o da empresa divulgados.

Além das três obras paralisadas citadas nesta reportagem, o governo é responsável pela requalificação de outras duas vias de integração radial metropolitana e pela implantação do Sistema de Integrado de Monitoramento metropolitano.

Orçamento

O custo da requalificação do trecho estadual do corredor Aeroporto-Rodoferroviária, pouco mais de 10 km no limite de Curitiba com São José dos Pinhais até o Aeroporto Afonso Pena, cresceu 10% de acordo com último levantamento, do dia 1º de julho, passando de R$ 44,5 milhões para R$ 52,5 milhões. O reajuste fez com que o investimento direto do governo do estado na obra mais do que dobrasse – de R$ 2,2 milhões para R$ 7,1 milhões.

Mesma situação ocorreu no corredor Marechal Floriano Peixoto, onde o governo deverá pavimentar 3,4 km da Avenida das Américas. Orçada até então em R$ 21,1 milhões, houve crescimento de 17% em julho – elevando a participação direta do estado em R$ 3,6 milhões.

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Três obras de mobilidade urbana pensadas para a Copa do Mundo de 2014 foram paralisadas devido a atrasos nos pagamentos sob responsabilidade do governo do Paraná. Na melhor das hipóteses, caso o impasse seja resolvido neste ano, os cronogramas de duas dessas intervenções deverão ser estendidos por 30 dias – esticando a entrega para um mês antes do evento esportivo.

Os serviços paralisados estão nos corredores Marechal Floriano Peixoto e Aeroporto-Rodoferroviária, ambos em São José dos Pinhais, e na Avenida da Integração, em Pinhais. Todos os trechos são de responsabilidade da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) – órgão da Secretaria do De­senvolvimento Urbano do Paraná (Sedu). A decisão da suspensão foi tomada pelas empresas Empo – Empresa Curitibana de Saneamento e Construção Civil e Mavillis Construções Limitadas.

Os atrasos nos pagamen­tos para a Empo, de acordo com o diretor técnico da Comec Sandro Setim, vêm de 60 dias para cá e ocorreram por causa de um trabalho da Secretaria da Fazenda para equacionar os gastos do governo com as despesas de fim de ano. Setim disse, porém, que não há necessidade de nova licitação. "Não se trata de abandono ou rescisão. A empresa disse que aguardará a volta dos pagamentos para reequilibrar seu fluxo de caixa".

Além da Empo, cujos atrasos foram confirmados pela Comec, a Mavillis informou que também não recebe há mais de dois meses, o que levou a suspender os trabalhos no trecho de 5,1 km na Avenida da Integração, entre Pinhais e Curitiba. A via é uma das quatro que compõem a ação "Vias de Integração Radial Metropolitanas". A empresa disse, porém, que a suspensão não coloca em risco o cronograma caso o governo resolva o problema com celeridade.

Atrasos

O mesmo não pode ser dito em relação aos trechos estaduais dos corredores Marechal Floriano Peixoto e Aeroporto-Rodoferroviária. Mesmo antes das paralisações, a execução físico-financeira dessas obras já dava mostras de atrasos. Nas últimas medições realizadas em agosto, os porcentuais de ambas as intervenções não passavam da casa dos 30%. E diante do impasse com a construtora responsável pelas obras, a Comec já estendeu o prazo de conclusão delas para maio de 2014 – poucas semanas antes de a bola começar a rolar no mundial.

Procurada pela reportagem para comentar o reflexo da paralisação das obras no cronograma, uma funcionária da Empo disse que o responsável na empresa daria retorno, mas isso não ocorreu até o fechamento desta edição. Já a Secretaria da Fazenda do Paraná informou que quitou uma parte do valor e que continua negociando para regularizar todos os pagamentos.

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