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Meses de junho e julho estão com a agenda a definir, diz Tatiana Turra, do Curitiba Convention e Visitors Bureau | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Meses de junho e julho estão com a agenda a definir, diz Tatiana Turra, do Curitiba Convention e Visitors Bureau| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Comércio

Feriados da Copa podem gerar perdas de R$ 1 bilhão, diz ACP

Além do setor de eventos, outras áreas da economia, como o comércio e a indústria, consideram que o mundial de futebol também pode afetar de maneira negativa seus negócios. A principal ressalva é em relação aos feriados em dias de jogos.

Por determinação da presidente Dilma Rousseff, os dias de jogos do Brasil serão feriado nacional. Além disso, a Câmara de Vereadores de Curitiba discute a possibilidade de que os dias de partidas na Arena da Baixada também sejam de recesso. O principal argumento é que o feriado poderia facilitar a mobilidade dos torcedores até o estádio onde serão realizadas as partidas.

Se essa medida for aprovada, serão ao todo sete dias de feriados, somente na primeira fase do torneio, calcula Glaucio Geara, vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP). Segundo ele, com esses feriados, o equivalente a R$ 1,12 bilhão deixará de ser movimentado na economia da Curitiba. A conta leva em conta o valor do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade dividido por dia.

"Se os feriados entrarem em vigor, vamos acionar a Justiça. Não se justifica que, por conta de apenas 42 mil pessoas que vão assistir aos jogos, a cidade tenha que parar", diz.

Indústria

O varejo já vem fazendo as contas em relação aos dias parados. Para o presidente do grupo Boticário, Artur Grynbaum, o impacto será de 1% a 2% sobre os resultados em 2014. O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, prevê que os jogos vão mudar a rotina das empresas. "Algumas indústrias vão compensar os dias parados com atividade em outros dias. Mas para algumas delas, com produção contínua, isso não é possível. É preciso bom senso para lidar com essa questão", diz.

A Copa do Mundo deve impulsionar a vinda de turistas para o Brasil, mas, ao que tudo indica, terá efeito inverso sobre o turismo de negócios no país. Conforme o Curitiba Convention e Visitors Bureau, a procura por espaço para congressos e feiras despencou. Com as atenções voltadas para o mundial de futebol, muitos eventos e encontros corporativos foram adiados, segundo Tatiana Turra, diretora executiva da entidade.

De acordo com ela, 2014 deve registrar resultados bem abaixo do que 2013. "Estão previstos apenas três congressos no segundo semestre de 2014, que é um número baixo para a média", diz.

Ano passado, Curitiba contabilizou cerca de 300 eventos, com a movimentação de cerca de R$ 186 milhões. "Para 2014 temos confirmados apenas R$ 25 milhões até agora. O que não é comum, já que esses eventos são fechados com antecedência. Para julho a agenda está toda a definir", diz.

Os eventos corporativos realizados por empresas também serão menores em 2014, segundo Anita Pires, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc). "As empresas estão substituindo as convenções por bônus e premiações para os funcionários com viagens para ver os jogos da Copa", diz.

Bloqueio

Não há dados oficiais sobre a queda no número de convenções corporativas, mas Anita diz que o fato de alguns hotéis que em geral abrigam esse tipo de evento estarem bloqueados pela Fifa para a Copa também contribuiu para a mudança nos planos das empresas. O torneio começa em 12 de junho e segue até 13 de julho. Os duelos em Curitiba vão ocorrer em junho, nos dias 16, 20, 23 e 26.

Segundo Tatiana, a expectativa é que a queda de 2014 seja compensada por um número maior em 2015. "Para o próximo ano já temos dez grandes congressos confirmados", diz.

O setor, segundo a presidente da Abeoc, espera que o legado deixado pela Copa possa ser usado na promoção de eventos nos próximos anos. "Tivemos casos de sucesso nesse sentido, como a Inglaterra, e de fracassos como o da África do Sul. Esperamos que o Brasil consiga seguir o bom exemplo", diz Anita.

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