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Policiais guardam a entrada de estação de metrô, com manifestante mirim fazendo pose logo à frente | Kai Pfaffenbach/ Reuters
Policiais guardam a entrada de estação de metrô, com manifestante mirim fazendo pose logo à frente| Foto: Kai Pfaffenbach/ Reuters

São Paulo ganhou uma trégua, ao menos momentânea. Os metroviários decidiram na noite de ontem, em assembleia, voltar ao trabalho. Mas, em uma nova reunião amanhã, irão definir se param novamente no dia 12, na abertura da Copa do Mundo.

A assembleia ocorreu após a reunião em que o governo não aceitou revogar o processo de demissão que seria aplicado a 42 funcionários que tiveram participação na greve da categoria. Antes do encontro, os metroviários se mostraram dispostos a aceitar o aumento 8,7% proposto pela Justiça, mas condicionavam o retorno às atividades à revogação das demissões.

O fim da greve ameniza o caos na cidade nos últimos dias. Às vésperas do jogo entre Brasil e Croácia, a capital paulista, e temporariamente do futebol mundial, amanheceu travada ontem. Três helicópteros sobrevoavam a Avenida Paulista, sirenes agitavam o ambiente pela manhã, cerca de 20 viaturas guardavam a estação Ana Rosa, mas não foi possível impedir o confronto entre o Batalhão de Choque e manifestantes.

Enquanto isso, no aeroporto de Guarulhos, os Estados Unidos desembarcavam com um esquema especial que a livrou parcialmente da confusão.

Com a greve batendo a casa inédita dos cinco dias – a maior da história do metrô paulista –, não havia desavisados em São Paulo nesta segunda-feira. Mas a desordem conseguiu surpreender até mesmo a população calejada e o visitante estrangeiro ciente da má fama do transporte paulistano.

"Não sigam de forma alguma, por nenhum motivo para a Marginal Tietê. Em 30 anos dirigindo pela cidade, jamais vi a avenida se transformar neste imenso estacionamento a céu aberto", alertou o motorista de táxi Willian Alves Rocha. O recado foi enviado à rádio SulAmérica Trânsito, cujo tráfego é tema exclusivo.

O noticiário sindical também não era nada agradável. "Já estamos nos organizando para fazer piquetes em trens, estações e pontos de manutenção. Ninguém vai trabalhar. Se não chegarmos a um acordo, na quinta-feira não vai ter metrô nem para Itaquera, nem para lugar nenhum", prometeu o secretário do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes. Medidas que serão rediscutidas amanhã.

Questionado sobre a amea­ça ao jogo inaugural, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, desmentiu ontem o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e disse que não há uma alternativa à questão do transporte, como o político havia afirmado. "Não existe plano B para o Itaquerão no dia da abertura. Apostamos no transporte público e essa questão tem de ser resolvida", disse o francês. Integrante do Comando de Policiamento Copa (CPCopa) da PM, o Sargento Márcio José também confirmou nunca ter existido um plano B.

O presidente eleito da CBF, Marco Polo del Nero, classificou a paralisação como "probleminha" e afirmou que o torcedor poderia ir ao estádio de carro. Mesmo que haja transporte público na quinta-feira, um grande ato contra a Copa está marcado para a Estação Carrão a caminho do Itaquerão.

Transtornos

A greve impactou o deslocamento pela cidade. Chegar e sair do maior aeroporto do país eram tarefas complicadas O engenheiro Fábio Alonso perdeu o voo para Porto Alegre ao levar três horas para chegar a Guarulhos. Na via inversa, a peruana Esmeralda Siqueira esperou 1h30 na fila do ônibus que leva até Congonhas. Trajeto que no fim da manhã demorava 2h20 minutos, mais do que o dobro do normal.

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