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O Atlético rompeu o silêncio e assumiu ontem que está devendo para locadores de máquinas para a obra da Arena para a Copa de 2014. O anúncio foi publicado no site da CAP S/A, sociedade de propósito específico criada para gerir a reforma.

Na primeira manifestação sobre o assunto, o Rubro-Negro revela estar negociando as pendências. E ameaça que, caso não ocorra um entendimento com os credores, a discussão vai parar na Justiça. O clube alega que os problemas são "em função dos recursos para a obra da Arena dos Paranaenses serem parcos e considerados de interesse público".

A controvérsia aponta para o ajuste das horas paradas e trabalhadas. Algumas das empresas afirmam que assinaram contratos mensais com o Furacão e exigem receber pelo período completo em que disponibilizaram os seus serviços. O Atlético, por sua vez, está recalculando os acertos e pretende pagar apenas o que foi produzido. As empresas rebatem dizendo que se não operaram a culpa foi dos atrasos e da desorganização no canteiro da Rua Buenos Aires.

Quem está discutindo com o clube e representando as empreiteiras é a Engevix, responsável por gerenciar a obra. Enquanto as duas partes conversam, diversas máquinas estão paradas. Retroescavadeira, escavadeira, miniescavadeira, rolo, caminhões-caçamba, caminhões-muncks, entre outras.

"O Atlético nos prometeu que iria pagar assim que recebesse o dinheiro do financiamento. Mas, até agora, nada. Só recebi um dinheiro que eles disseram que era da televisão. E agora querem refazer o que foi acertado desde o início", afirma o representante de uma das empresas, que prefere não se identificar, temendo represálias.

O representante diz ainda que as empresas não aceitam um novo cálculo das despesas, já que tiveram de gastar do próprio bolso na expectativa de reaver o montante no futuro. E, caso não recebam nada até hoje à tarde, não descartam uma paralisação na semana que vem.

No dia 9 de janeiro, o clube recebeu o primeiro repasse do empréstimo financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econô­mico e Social (BNDES), de R$ 26.233.060 – 20% dos R$ 131.168.000 empenhados junto à entidade. O orçamento total é de R$ 184,6 milhões, divididos entre o Rubro-Negro, governo do estado e prefeitura.

Apesar da crise, na última quarta-feira, integran­­tes da Fifa e do Comitê Orga­­nizador Local (COL) visitaram a Baixada. Na ocasião, Reginaldo Cordeiro, secretário municipal de Urbanismo e da Copa, e Mario Celso Cunha, secretário estadual do Mundial, afirmaram que o estádio será entregue até o dia 30 de novembro. Segundo a CAP S/A, o projeto alcançou 55,82% de sua conclusão, em um ano e três meses. Assim sendo, restam 44,18% das obras para serem cumpridas em dez meses.

Em entrevista à TV CAP na terça-feira, Mario Celso Petraglia, presidente do clube, disse que o ritmo vai acelerar: "Não tivemos confiança, segurança de apertarmos todos os botões, para botar 600, 800 homens na obra. Que serão no momento de pico, segundo semestre. Não se faz obra sem recursos. Em 40, 45 dias, teremos outro contingente [de operários]".

No início do ano, o clube trouxe o engenheiro civil Luiz Volpato para ser novo diretor-construtor. Desde então, o genro de Petraglia tem liderado e revisado todo o processo.

Também visando dar celeridade à obra, o Atlético teria contratado e registrado em seu nome, ainda no ano passado, cerca de 100 operários.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Rubro-Negro para tratar da falta de pagamentos. No entanto, recebeu a resposta que "o que o clube tem a informar está escrito na nota".

Na terça-feira, a Gazeta do Povo publicou uma matéria abordando a falta de pagamentos. Da mesma forma, o Atlético decidiu não se pronunciar quando procurado.

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