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David Luiz assume a braçadeira de capitão e  o posto de ídolo | Hugo Harada
David Luiz assume a braçadeira de capitão e o posto de ídolo| Foto: Hugo Harada

Willian ou Paulinho

O técnico Luiz Felipe Scolari escondeu a escalação do Brasil para o jogo com a Alemanha. O meia-atacante Willian e o volante Paulinho são as opções para substituir o camisa 10, fora da Copa por contusão. "Se eu jogar com três volantes, darei mais liberdade aos laterais. E se eu jogar com dois homens, darei um pouco menos de liberdade, mas vou acrescentar alguma situação diferente para causar algum prejuízo à Alemanha", comentou o treinador. De certo, apenas a entrada de Dante no lugar de Thiago Silva, suspenso. Com isso, David Luiz passa a atuar pelo lado direito da defesa. Há ainda a indefinição entre Daniel Alves e Maicon na lateral direita. Caso opte por três volantes – com Paulinho, Luiz Gustavo e Fernandinho – Daniel Alves ganha nova chance.

David Luiz encara diante da Alemanha desafio proporcional à grandeza que a sua figura carismática alcançou ao longo da Copa do Mundo. Sem Thiago Silva e Neymar, o cabeludo é a principal referência da seleção brasileira para o confronto de semifinal, hoje, às 17 horas.

Líder natural do Brasil, David Luiz herdou a braçadeira de capitão do companheiro de zaga suspenso. Nova prova do prestígio do jogador de 27 anos, que superou a concorrência com os mais experientes Fred (30) e Júlio César (34).

Não por acaso. O camisa 4 é quem absorveu e propaga melhor o espírito que a comissão técnica julga fundamental para conquistar o hexacampeonato. Tem sempre a frase certa na ponta da língua, invariavelmente abordando o sonho e o sacrifício de uma disputa em casa.

"É um cara equilibrado, profissional, vem trabalhando bem, todo mundo sabe o peso que é uma semifinal de Copa e o David tem condições de ser o capitão", referenda o atacante Bernard.

O zagueiro também turbinou sua importância técnica, antes resumida à firmeza com que protege a meta brasileira. Não ao ponto de ser comparado a Neymar, claro. Mas o suficiente para tornar-se uma das esperanças de gol na partida decisiva no Mineirão.

A expectativa existe por causa dos dois tentos que marcou nos dois confrontos eliminatórios. Contra o Chile, dividiu com o adversário e escorou para as redes a bola que inaugurou o marcador. No duelo com a Colômbia, nas quartas, detonou um torpedo de falta que aumentou para 2 a 0 o placar e desafogou o time.

Status inimaginável há pouco mais de um ano. Quando foi convocado para a Copa das Confederações, o paulista era apenas um dos bons jogadores que fizeram carreira no exterior, longe dos olhos da maioria dos torcedores, como Dante e Luiz Gustavo. Até um lance na final com a Espanha (3 a 0) redefinir seu papel. O Brasil vencia por 1 a 0, no Maracanã, quando David salvou uma bola quase em cima da linha fatal. Foi o impulso que faltava para deixar o papel de coadjuvante e virar fenômeno de popularidade.

Nova condição só possível graças à espontaneidade e também ao visual incomum. David Luiz é hoje o queridinho de todas as idades. É incapaz de negar um autógrafo ou foto (as populares "selfies") aos fãs. Exibe a mesma paciência com os jornalistas, o último a sair da zona mista após os jogos.

"Nós que convivemos com ele sabemos também da grande pessoa que ele é. É muito carinhoso, muito atencioso, independentemente de quem seja a pessoa. Não é todo dia que você encontra gente assim", resume o atacante Hulk.

Histórico

Campeão e herói. Campeão e melhor da Copa. Destaque sem título. Fracasso absoluto. Substituto de Neymar, Willian joga hoje para saber qual jogador brasileiro que virou titular inesperado em uma Copa do Mundo ele pode ser.

• Djalma Santos

Reserva durante toda a Copa de 1958, ganhou a posição na final, após o titular De Sordi sofrer uma fratura de clavícula na semifinal, contra a França. Bastou um jogo para Djalma sair na foto do título e ser eleito o melhor lateral-direito do torneio.

• Amarildo

Virou titular após a lesão de Pelé no segundo jogo da Copa de 1962. Marcou dois gols logo na estreia, contra a Espanha, e mais um na final, frente aos tchecos. Voltou para casa campeão e com o apelido de Possesso, dado por Nelson Rodrigues.

• Josimar

Após o corte de Leandro por fugir da concentração, Edson Boaro virou titular da lateral direita na Copa de 1986. Saiu machucado do segundo jogo, abrindo espaço para Josimar. O novo titular estreou com um golaço contra a Irlanda do Norte, fez outro nas oitavas de final contra os poloneses e deixou o México como um dos destaques da seleção, porém sem o título.

• Zé Carlos

Famoso pelas imitações na concentração, viu cair no colo a titularidade na semifinal da Copa de 1998, com a suspensão de Cafu. Foi um desastre. A Holanda marcou seu gol e criou as melhores oportunidades em cima do então jogador do São Paulo.

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