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O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, defendeu ontem que o go­­verno brasileiro seja responsabilizado em casos de prejuízos causados à entidade por causa de desastres naturais na Copa-2014. Esse é um dos principais impasses entre governo e Fifa na elaboração da Lei Geral da Copa, que deve ser colocado em votação na Câmara em fevereiro. O governo, com o apoio da opo­­sição, defende que a União pa­­gue apenas em casos de "ação ou omissão", enquanto a Fifa insiste em colocar tragédias da natureza.

"Desastre natural e segurança no país não podem ser responsabilidade da Fifa, têm de ser do go­­verno", disse Jérôme Valcke em co­­letiva no Ministério do Esporte.

Ele comparou a discussão da lei a um "parto" e ainda ironizou a maneira que o Brasil negocia com a Fifa a organização da Copa. "Tal­­vez porque o Brasil é o país que ga­­nhou cinco vezes a Copa e aí vocês acham que podem pedir, pedir e pedir. Mas na vida tem princípios e chegamos bem longe nas discussões. É o momento de acertar o acordo", disse o secretário-geral da Fifa.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, contudo, minimizou a polêmica e disse que os 11 compromissos firmados com a Fifa em 2007 já determinam a responsabilidade do governo – só restando um "acerto de texto".

Valcke também reclamou da negociação com o país em re­­lação à política para a venda de bilhetes para a Copa do Mun­­do. "Já ouvi muitas coisas malucas em relação aos ingressos", disse. Ele afirmou que é preciso discutir quem terá acesso a preços mais baixos, que prevê bi­­lhetes a cerca de US$ 25 (cerca de R$ 45). "Se vocês dão ingressos aos indígenas, vão ter de ga­­rantir que chegarão aos estádios", cobrou.

A entrevista contou ainda com a participação do ex-jogador Ronaldo Nazário, representante do Comitê Organizador Lo­­­­cal da Copa. "Meu papel, além de toda a burocracia que faz parte dentro do conselho do Comitê, é fazer com que brasileiro acredite na Copa e fique orgulhoso", disse o ex-jogador.

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