Peça-chave
Marcelo terá papel fundamental no ataque do Brasil contra a Alemanha. Ontem, ele foi muito exigido nos treinos táticos de Luiz Felipe Scolari. A intenção é que o ala, em parceria com Hulk, aproveite os espaços deixados pelo veterano Philip Lahm na lateral direita germânica. Na atividade, Marcelo recebeu várias bolas lançadas em profundidade pelos zagueiros e pelos meias. Sua tarefa era cruzar para Fred ou entrar em diagonal, mas sempre definindo o lance rapidamente.
Apito
Brasil e Alemanha fazem jogo de morde e assopra com a arbitragem
De Belo Horizonte
Um jogo de morde e assopra com a arbitragem marcou as entrevistas da véspera de Brasil x Alemanha. Luiz Felipe Scolari, crítico feroz do apito nesta Copa, esteve tão manso que até elogiou o mexicano Marco Rodríguez, indicado para a partida de hoje. Joachim Löw, traumatizado pelas 54 faltas do duelo entre brasileiros e colombianos, pediu rigor. E Thiago Silva, fora da semifinal, tratou de reclamar do cartão que resultou na sua suspensão e da joelhada de Zúñiga que tirou Neymar da disputa.
"A entrada foi um pouco covarde. Aquilo não foi um lance normal. Eu sou um zagueiro, sei como marcar. Não existe tentar passar por dentro das costas de outro jogador com o joelho. A não ser que você esteja com o pensamento de atingir", atacou Thiago Silva.
Até ontem pela manhã, o capitão brasileiro alimentava a remota esperança de jogar. O pedido da CBF para anular seu cartão foi negado, restando reclamar da punição aplicada em campo pelo espanhol Carlos Velasco: "Em nenhum momento tive intenção de tirar a bola do goleiro. Não sou juvenil. Estava evitando tanto fazer falta porque já tinha cartão".
Felipão ouviu a tudo com uma serenidade que contrastava com as duras críticas a Velasco na sala de imprensa do Castelão. A Rodríguez, reservou gentileza mesmo questionado sobre o árbitro de hoje não ter visto a mordida de Luis Suárez em Chiellini. "Não viu, não viu. Muitos lances acontecem em que o árbitro não viu uma falta. Foi um lance inusitado, ele estava olhando a bola", atenuou.
Uma complacência que Löw não está disposto a ter, especialmente com erros disciplinares. "Espero que o árbitro se imponha. Não podemos ter coisas além dos limites como ocorreu em Brasil x Colômbia. Foram faltas brutais", criticou o técnico alemão.
O Brasil perdeu o seu artilheiro na Copa do Mundo, Neymar, com quarto gols. Problema para Fred que, contra a Alemanha, hoje, às 17 horas, ganha responsabilidade extra e nova chance de mostrar a que veio.
O desempenho do camisa 9 até então é um fracasso. Anotou um gol apenas, contra Camarões (3 a 1), seleção que cumpriu a pior campanha entre as 32 participantes do Mundial em solo brasileiro. Foi o único brilho do jogador do Fluminense. No mais, Fred aparece pouco, mal encosta na bola durante as partidas. Inoperância comprovada pelas estatísticas pessoais.
Foram 402 minutos em campo nos cinco confrontos que participou. Dez chutes, 54 passes completados e nenhuma investida solo com a bola até a área inimiga. Na comparação com os matadores das semifinais, o brasileiro é lanterninha.
O rival desta tarde, Thomas Müller, marcou 4 gols, chutou 14 vezes, completou 139 passes e carregou a bola até dentro da área em 6 oportunidades. Van Persie, da Holanda, fez 3 gols, deu 14 arremates, acertou 59 passes e invadiu a área em 4 situações.
Fred só encontra um concorrente no argentino Higuaín. O atacante também guardou um gol só, mas o que classificou sua seleção ante a Bélgica, nas quartas. Atirou as mesmas 10 vezes, finalizou mais passes, 89, e realizou 3 ações individuais.
Questionado sobre a passividade do centroavante, o técnico Luiz Felipe Scolari tem tido dificuldades para encontrar argumentos que justifiquem a manutenção entre os 11. O treinador chegou a valorizar a participação do atleta nos escanteios defensivos.
"A equipe não conta só com atacantes. Nós contamos com um grupo. Quando um grupo vence, vence todo o grupo. Esta participação também fez com que, em determinados momentos, nós tivéssemos um suporte defensivo", comentou o treinador, em entrevista ao Jornal Nacional, sábado. Um alento para Fred é o compromisso desta tarde ser no palco preferido dele. Em 49 atuações no Mineirão, balançou as redes 42 vezes. Foram 36 gols pelo Cruzeiro, 3 pelo Fluminense, 2 pelo América-MG e 1 pela seleção.
Para a Fifa, no entanto, o camisa 9 é melhor do que alguns dos nomes da competição, como o holandês Van Persie, o goleiro mexicano Ochoa, o meia colombiano Cuadrado e o meia Bryan Ruiz, da Costa Rica. Entre os 736 jogadores inscritos para o Mundial, ele tem a 36.ª maior nota média do Mundial.
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