Irritado, Petraglia rebate rejeição do curitibano à Copa

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O levantamento que indicou que 57,5% dos curitibanos desaprovam a realização da Copa do Mundo na cidade perturbou os participantes da coletiva na Arena, ontem. A sondagem solicitada pela Gazeta do Povo ao Paraná Pesquisas verificou o pior índice das quatro feitas pelo instituto ao longo dos últimos três anos.

Apenas 38,7% dos 504 habitantes da capital, ouvidos do dia 12 e 15 de abril, apoiam o Mundial – 3,8% não sabem. Queda brusca na comparação com o trabalho anterior, que apontou 55,1% entre 436 pessoas em julho do ano passado. A margem de erro de ambas é de 4,5% a 5%.

Confrontado pela insatisfação da maioria, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, resolveu interceder. "Vou me permitir responder na frente e se vocês concordarem que eles não respondam", declarou.

Em seguida, o dirigente atacou. "Esse moço [Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pes­­­­quisas] errou todas as últimas pesquisas que fez. Rio desse tipo de pesquisa. O que me surpreende é o principal veículo de comunicação da cidade se prestar a fazer uma reportagem desse nível."

Procurado, Murilo Hidalgo se defendeu. "Nossos levantamentos que mostraram a torcida do Atlético como a maior do Paraná foram todos reproduzidos pelo clube. Estou há 24 anos no ramo. Vou procurar as vias judiciais para que o presidente prove."

Após a resposta de Petra­­glia, Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, baixou o tom. "O importante será ver a pesquisa um ano depois da Copa e veremos se as pessoas vão dizer se foi acertada ou não. É a vida, 50 a 50. Normal", ponderou.

A sondagem manifestou ainda que 72,6% dos questionados entendem que o Mun­­dial trará mais prejuízos para a cidade, enquanto 23,6% preveem benefícios (3,8% não sabem). Os representantes públicos relativizaram o desencanto com o legado. "Os 42 mil torcedores com ingressos [para os jogos na Arena] garanto que não foram pesquisados. O 1,8 milhão, que são os habitantes de Curitiba, estes talvez foram pesquisados e por estarem revoltados por não conseguirem ingressos estão contra a Copa", comentou Mario Celso Cunha, coordenador da Copa no estado.

Reginaldo Cordeiro, secretário municipal do Mundial, fe­­chou: "A unanimidade é burra. Vamos ter vantagens, vamos começar a vender as coisas boas para o turista. Somos a capital europeia do Brasil".