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Seleção norte-americana treina no estádio do Vitória, em Salvador: mobilização | Marcos Brindicci/ Reuters
Seleção norte-americana treina no estádio do Vitória, em Salvador: mobilização| Foto: Marcos Brindicci/ Reuters

Logística

Com 14 mil quilômetros ‘nas costas’, EUA duelam com a descansada Bélgica

A partida decisiva contra a Bélgica vai colocar à prova o preparo físico dos Estados Unidos. A equipe que mais rodou o Brasil durante a Copa vai encarar justamente o time mais descansado do Mundial.

Os americanos percorreram 14.305 quilômetros durante a primeira fase. O time ficou concentrado em Cotia, na Grande São Paulo, e viajou para jogar em Natal, Manaus e Recife. Ninguém teve um roteiro tão longo.

Enquanto isso, os belgas, que escolheram Mogi das Cruzes (SP) como base, tiveram deslocamentos curtos para Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, totalizando apenas 1.644 quilômetros, quase nove vezes menos que o rival. "Isso não nos preocupa. Viajamos muito no período de preparação para a Copa e aqui no Brasil também. Estamos acostumados e nos sentindo bem", declarou o atacante Dempsey, capitão e principal jogador dos EUA. Além de viajar pouco, a Bélgica, que se classificou com antecedência, ainda poupou muitos jogadores no último jogo da primeira fase, quando venceu a Coreia do Sul por 1 a 0, no Itaquerão. O técnico Marc Wilmots gosta de rodar o elenco e já utilizou 20 dos 23 atletas convocados. "Não sei se teremos vantagem ou não, mas estou tentando administrar o time da melhor forma. Vai ser um jogo muito físico", disse. Os belgas estão mostrando eficiência justamente nos momentos cruciais das partidas. Dos quatro gols marcados pelos europeus na Copa, três saíram depois dos 30 minutos do segundo tempo. Mais uma preocupação para o técnico dos EUA, Jürgen Klinsmann. "Precisamos estar prontos, mas confio em nossa rápida recuperação física", ressaltou.

Estados Unidos e Bélgica fazem hoje o último duelo das oitavas de final da Copa, às 17 horas, na Fonte Nova, em Salvador. Para os americanos, seguir em frente representa não apenas um êxito dentro das quatro linhas, mas fortalecer ainda mais a ‘febre do soccer’ que contaminou o país desde o início do torneio no Brasil.

INFOGRÁFICO: Veja informações sobre esta partida

A mobilização nunca foi tão grande em torno do Mundial. Nos dias de jogos, milhares de pessoas têm se reunido em cidades como Chicago, Nova York e Washington para assistir aos duelos em telões. O ritual vai se repetir hoje. Outra boa parte acompanha pela televisão.

A partida contra Portugal na primeira fase – empate por 2 a 2 – alcançou uma audiência média de 18,2 milhões de telespectadores: um recorde para a modalidade. O número foi superior aos 15,5 milhões registrados durante os playoffs da NBA, a liga norte-americana de basquete, e também bateu o índice das finais da liga de beisebol (14,9 milhões).

Nem Barack Obama ficou isento. Uma foto divulgada pelo governo mostrou o presidente assistindo ao confronto entre EUA e Alemanha durante um voo para Minnesota, na última quinta-feira. No site da Casa Branca, torcedores entraram com uma petição online por feriados nos dias de jogos.

O técnico da equipe, o alemão Jürgen Klinsmann, em tom de brincadeira, chegou a disponibilizar na internet atestados médicos com sua assinatura para liberar os trabalhadores durante as partidas da Copa. "Os jogadores ficam sabendo da mobilização por meio da internet, dos familiares nos Estados Unidos. Não há mais como impedir esse crescimento nos Estados Unidos", disse o treinador.

O novo "xodó" também trouxe muitos torcedores ao Brasil. Ontem, no Pelourinho, um dos principais pontos turísticos de Salvador, era difícil olhar para o lado e não enxergar uma camisa dos EUA. Ao todo, os americanos adquiriram quase 200 mil ingressos para o Mundial. "Nossa liga está mais forte e as pessoas querem conhecer cada vez mais o futebol", diz Tony Kristo, de Boston, que veio com dois amigos para ver a partida na Fonte Nova.

Para a febre não ser passageira, no entanto, é importante que a seleção mostre resultados em campo. "O futebol até pode alcançar o basquete e o beisebol, mas para isso precisamos ganhar. Chegar a uma semifinal ou final", opina o torcedor Brandon Mosorik.

Jürgen Klinsmann concorda. "A locomotiva do desenvolvimento do esporte é a seleção. Estamos famintos e queremos muito mais nessa Copa", reforçou.

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