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Não há arquibancadas nem luxo no acanhado palco de peladas de veteranos em Pau Grande | Fotos: Hugo Harada
Não há arquibancadas nem luxo no acanhado palco de peladas de veteranos em Pau Grande| Foto: Fotos: Hugo Harada
  • Túmulo de Garrincha é parada obrigatória para quem visita a cidade fluminense.
  • Busto de Garrincha foi levantado em frente da então fábrica de tecidos onde trabalhou
  • Campo da Barreira, local onde Garrincha deu os primeiros passos no futebol.
  • Fachada da Escola Municipal Mané Garrincha, enfeitada para a disputa da Copa no Brasil.

Mais caro da Copa do Mundo, custou quase R$ 2 bilhões, o Estádio Mané Garrincha tem um homônimo escondido na região serrana do Rio de Janeiro. Localizado em Pau Grande, distante em tudo da suntuosa praça esportiva erguida em Brasília, palco de sete jogos do Mundial.

O batismo idêntico é praticamente a única associação. Homenagens ao atacante bicampeão mundial com a seleção brasileira (1958 e 62), morto em 1983, mas com vantagem para a versão carioca. Garrincha nasceu a poucas quadras de distância, no distrito que pertence à Magé.

O tributo esportivo é ainda uma das raras lembranças do camisa 7 na terra natal. Há dois bares que emprestam o apelido de Manuel Francisco dos Santos e um busto na praça central. O museu prometido há décadas sempre emperra em brigas políticas – a nova data prevê abertura em 2015.

Resta aos fãs do lendário jogador, que marcou época no Botafogo, conhecer o lugar onde o gênio começou, revelado pelo Esporte Clube Pau Grande. "É uma pena que seja assim. O Garrincha merecia muito mais", comenta o presidente do clube, Édson José de Barros.

Fundada em 1908, a agremiação local luta para sobreviver – o time de futebol deixou de disputar campeonatos no início dos anos 2000. A ausência de um representante é outra semelhança com o "irmão rico", que também não possui uma equipe como mandante regular.

Sem competições para cobrar ingressos do público, as rendas do "irmão pobre" vêm do aluguel para peladas de veteranos nos fins de semana, do bar e dos 50 sócios que quitam em dia a mensalidade de R$ 12.

"Estou há dois anos tentando conseguir um alvará na prefeitura para legalizar o bar e nada. Não temos apoio de quase ninguém. É muito duro", reclama Bastos. No último balanço, "auditado" no caderninho, lucro de R$ 3 mil.

Apesar das dificuldades, o Mané Garrincha autêntico está bem cuidado. A grama é aparada regularmente, sob a dedicação do único funcionário, o faz-tudo José Carlos. "Não sei se é padrão Fifa, mas dá pra rolar a bola direitinho", comenta o piloto do cortador de grama.

Não há arquibancada. O torcedor assiste aos jogos em pé, colado nos jogadores, atrás do alambrado. Ou pendurado no muro. Nada de padrão Fifa.

A sede do Mundial – que receberá Brasil e Camarões, dia 23 – possui 71.400 cadeiras. Considerando o custo direto e o número de assentos, é o terceiro mais caro do mundo, de acordo com estudo da Pluri Consultoria. Atrás somente de Wembley, na Inglaterra, e o Stade de Suisse, na Suíça.

Os vestiários em Brasília lembram hotéis de alto padrão. Realidade diferente em Pau Grande, onde há três vestiários apertados para atletas e árbitros. Em condições razoáveis. Há também uma cancha de malha (como o jogo de bocha é chamado no Rio) e duas piscinas, ambas pequenas, entre as instalações. Ao lado das piscinas, um gramado amplo serve para shows esporádicos. Não há conforto algum, mas o Mané Garrincha humilde também é multiuso.

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