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Marcelo, lateral da seleção brasileira | Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo
Marcelo, lateral da seleção brasileira| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

O lateral-esquerdo Marcelo enfrenta um desafio extra na Copa do Mundo. Quebrar a sina dos jogadores que venceram a Liga dos Campeões pelos clubes e, logo em seguida, fracassaram defendendo o Brasil no Mundial.

Foi assim em 2006, na Alemanha, com Ronaldinho Gaúcho. O meia do Atlético-MG liderou o Barcelona no principal torneio europeu até a vitória sobre o Arsenal (2 a 1) na decisão. Depois, sumiu no time de Carlos Alberto Parreira, eliminado pela França (1 a 0) nas quartas de final.

O mesmo ocorreu em 2010, na África do Sul, com o goleiro Júlio César, o lateral-direito Maicon e o zagueiro Lúcio. O trio bateu o Bayern de Munique (2 a 0) na Liga e, depois, afundou com o time de Dunga diante da Holanda (2 a 1), também nas quartas.

"Eu cheguei muito confiante [em 2010] e autoconfiança demais atrapalha. Experiência própria", relembrou Júlio César, em tom de alerta a Marcelo. Na ocasião, o atual arqueiro do Toronto FC era considerado o melhor do mundo na posição.

O estágio atual do companheiro é diferente. O carioca perdeu o posto de titular do Real Madrid para o português Fábio Coentrão. Na seleção, Maxwell não o ameaça. Mas o camisa 6 sabe que tem algo a provar.

A final da Liga serve de motivação. Marcelo substituiu Coentrão aos 15 minutos da etapa final e foi peça-chave na virada heroica sobre o rival Atlético de Madrid, fechada em 4 a 1. Em lance individual, anotou o terceiro gol, já no segundo tempo da prorrogação em Lisboa.

"Foi uma temporada difícil, só eu sei o que passei com a minha família. Conseguir entrar e fazer um gol na decisão foi um alívio de dever cumprido", comentou Marcelo, ontem, na entrevista coletiva na Granja Comary.

Outro impulso é reprisar o feito do maior ídolo: Roberto Carlos. O ex-lateral-esquerdo triunfou na Liga em 2002, também pelo Real Madrid. Na se­quên­­­­cia, sagrou-se pentacampeão pela seleção brasileira, na Coreia do Sul e no Japão. "Eu penso, sim, em repetir. Ele fez por merecer e eu estou fazendo meu trabalho", afirma Marcelo.

O ambiente da seleção o favorece. Marcelo é considerado por todos os colegas como o "brincalhão". "Ele é muito criativo para tirar onda, zoar alguém, sabe dançar, é o cara engraçado", definiu o meia Hernanes.

Bom humor misturado com irreverência. Ontem, Marcelo riu da gafe de um repórter (que errou a data do aniversário dele), fez-se de desentendido para outro (quanto ao grupo "secreto" de Whatsapp – programa de mensagens via celular – da seleção) e soltou um "você está de sacanagem" ao rebater um terceiro (que afirmou faltar craques ao país, exceto por Neymar).

Atrevimento também evi­­dente no visual. O cabelo armado, estilo black power, ganhou uma tiara. O corpo tem incontáveis tatuagens. Inspiração no rapper americano Lil’ Wayne, de quem o jogador é fã assumido.

Um dos desenhos marcados para sempre no bra­­­­ço é a reprodução de um fusquinha. Carro que o avô Pedro usava para levá-lo aos treinos no Fluminense, no centro de treinamento de Xerém. "Ele está sempre comigo, me dá força para jogar, treinar, ser um pai", diz Marcelo.

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