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Reginaldo Cordeiro, da Federação de Futebol, pede a Cunha informações sobre a Arena. Sanepar e Copel reforçaram apelo | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Reginaldo Cordeiro, da Federação de Futebol, pede a Cunha informações sobre a Arena. Sanepar e Copel reforçaram apelo| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Cobrança por transparência marca reunião

A falta de informações sobre o projeto e o andamento das obras da Arena foi cobrada ontem na reunião da Câmara Temática de Estádios ligada à secretaria para Assuntos da Copa do Mundo 2014, comandada por Mario Celso Cunha.

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O que está em jogo

De acordo com dados trazidos pela diretoria do Atlético, mas ainda não confirmados pelo governo e prefeitura, a obra da Arena tem uma participação decisiva das administrações estadual e municipal. Conforme informação da CAP/SA, empresa criada para concluir a obra, 33,4% da reforma será paga pelo clube. Os 66,6% restantes virão do poder público. No diagrama do Furacão, além dos R$ 92,2 milhões de potencial construtivo cedidos pela prefeitura, aparecem outros R$ 30,8 milhões que viriam do estado e do município como "recursos próprios" (R$ 15,4 milhões de cada um).

Relatório

TCU diz que Arena é obra mais atrasada

De acordo com dados apresentados ontem pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na Câmara dos Deputados, a Arena da Baixada é a obra mais atrasada para a Copa. O estádio de 42 mil lugares está com apenas 8,5% da reforma acabada, segundo o relatório.

Ainda conforme o órgão, os trabalhos na Baixada estariam orçados em R$ 234 milhões. O valor é diferente do apresentado pelo Atlético, mas não deve contabilizar as isenções fiscais. O clube informa que os trabalhos de adequação na praça esportiva vão custar R$ 184,6 milhões.

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Secretário estadual para a Copa do Mundo e membro do Conselho Deliberativo do Atlético, o clube en­­volvido com o evento da Fifa no Paraná, Mario Celso Cunha rejeita qualquer incompatibilidade da dupla função.

Mesmo após a polêmica em torno da declaração em que sugeriu que o Rubro-Negro acabaria não precisando pagar o financiamento público para a conclusão da Arena, o vereador licenciado afirma que vai prosseguir no colegiado rubro-negro.

Reeleito para o órgão clubístico em dezembro do ano passado, como integrante da chapa que alçou novamente Mario Celso Petraglia à presidência do Atlé­­tico, Cunha diz acreditar que uma atividade não interfere na outra.

"Não vejo problema nenhum. É importante para acompanhar. Muitos assuntos são tratados nas reuniões e só os conselheiros podem participar. Questões do cronograma das obras, por exemplo", justificou. Passam pelo Deli­­be­­rativo rubro-negro todas as decisões importantes quanto aos rumos da Baixada.

No entanto, ao mesmo tempo em que prega a compatibilidade, o secretário se defendeu das críticas utilizando o argumento de que, em julho de 2010, quando falou so­­bre um possível calote ao empréstimo com a União, atuava como dirigente e não político.

Postura que agora, ocupando a cadeira do principal órgão gestor da Copa do Mundo no estado, ele afirma não mais existir. A paixão pelo Furacão, garante, foi deixada de lado. "Se eu for lá [no Conselho Deliberativo] vai ser para ouvir. Falo como secretário, não como conselheiro", cravou.

Na última terça-feira, Cunha recebeu apoio do Furacão em uma nota oficial que dizia, entre outras coisas, que ele "sempre agiu com responsabilidade e dedicação ao esporte". Segundo o secretário, o suporte mostra que ele tem sabido conciliar os dois trabalhos.

"Foram dias tristes, mas recebi o apoio de vários colegas conselheiros que me ligaram. Não estou aqui para enganar ninguém", declarou em reunião, ontem pela manhã.

Postura completamente diferente tem outro importante agente na engenharia financeira que permitirá a reforma da Arena – orçada em R$ 183 milhões, montante que será dividido entre o Ru­­bro-Negro, o estado e a prefeitura.

O presidente da Fomento Pa­­raná, órgão que fará o repasse dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Atlético, Juraci Barbosa, decidiu se afastar da cúpula atleticana desde que assumiu o posto no governo.

Em entrevista no fim de fevereiro, antes da controvérsia envolvendo Cunha, Barbosa afirmou ser incompatível manter o vínculo com o clube e a nova condição pú­­blica.

"Houve um vacilo lá atrás, quando eu emprestei meu nome no sentido de apoio [para a chapa de Petraglia]. Mas o que torna al­­guém conselheiro é a posse. E eu não tomei posse. De imediato, quando soube que meu nome estava no processo, mandei uma correspondência ao presidente do Conselho, dizendo que eu declinava da posição por uma questão ética", explicou.

Barbosa era conselheiro da gestão anterior e, antes de optar pelo afastamento, já não vinha participando do processo que en­­volve uma praça esportiva particular e o repasse de dinheiro público.

"Também não participei das discussões para não misturar as coisas. Aliás, participei de uma reunião acompanhando o prefeito Luciano Ducci. Eu sou muito cauteloso com isso, não misturaria as coisas."

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