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Adiada de novo

A crise na base aliada da presidente Dilma Rousseff impediu a votação do projeto da Lei Geral da Copa ontem na Câmara dos Deputados. O principal foco de insatisfação é a falta de uma data para a votação do novo Código Florestal, mas partidos aliados aproveitaram o clima de insatisfação na Casa para impedir a aprovação do projeto envolvendo o Mundial de 2014. A sessão foi tumultuada. Quase todos os partidos da base aliada se posicionaram contra a votação do projeto. Eles ameaçaram apoiar um requerimento da oposição que pedia a retirada de pauta. Por fim, decidiram por obstruir a sessão, impedindo que se alcançasse o quórum de 257 deputados para a votação do requerimento. Com isso, a votação da Lei Geral ficou para a próxima semana.

O líder do governo na Câmara Federal, Arlindo Chinaglia (PT-SP), chegou a um entendimento com as lideranças dos partidos aliados ao governo sobre a venda de bebidas alcoólicas durante a Copa de 2014. A proibição será retirada em âmbito federal, e caberá aos estados legislar sobre o assunto. A decisão ainda não é oficial, já que ainda precisa ser votada em plenário. Entretanto, parlamentares paranaenses já estudam apresentar leis e fazer audiências públicas a respeito.

Hoje, a venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol é proibida em todo o país, por causa do Estatuto do Torcedor. Antes da aprovação do estatuto, sete estados que serão sedes do Mundial já tinham legislação própria para proibir o álcool: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Pernam­­buco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O Paraná não tem legislação a respeito.

Ontem, a Assembleia Legisla­­tiva aprovou a realização de uma audiência pública para debater o tema. O deputado Marcelo Rangel (PPS) foi o autor do requerimento. Ele se diz contra a liberação. "Acho que [a proibição] foi um avanço. É diferente de uma festa, estamos falando de esporte, um ambiente em que existe confronto entre torcidas. Acredito que a venda de bebidas pode ser um facilitador da violência", afirma.

Já os deputados Leonaldo Pa­­­ranhos (PSC) e Stephanes Jr. (PMDB) planejam apresentar projetos a respeito, o primeiro contra e o segundo a favor da liberação. "Não consigo associar esporte com bebida alcoólica. O estádio tem de ser um lugar apropriado para levar os filhos e incentivá-los a praticar esporte, não a consumir bebida alcoólica", diz Paranhos. "Não vejo problema na liberação das bebidas para esses quatro jogos [da Copa], para não termos problemas com a Fifa. Os turistas que virão para os jogos são pessoas de bom nível, então não vejo problema em liberar", rebate Stephanes.

Levantamento informal realizado com os parlamentares presentes na sessão de ontem mostrou grande vantagem para os que pretendem manter o álcool proibido. 35 de­­­putados se manifestaram contra a retirada das proibições, enquanto apenas 11 são favoráveis à liberação.

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