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Mertens, aos 35 do 2º tempo, acerta um belo chute e sela a virada belga | Sergio Perez/Reuters
Mertens, aos 35 do 2º tempo, acerta um belo chute e sela a virada belga| Foto: Sergio Perez/Reuters

Fim da seca

A Argélia não venceu, mas pelo menos balançou a rede, o que não acontecia desde a Copa de 1986. O gol do meia-atacante Féloughi encerrou um jejum de 501 minutos da seleção sem gols em Mundiais. O recorde negativo é da Bolívia, que acumula uma seca de 517 minutos. O objetivo dos africanos agora é voltar a vencer no torneio. O último triunfo ocorreu em 1982 – 3 a 2 diante do Chile. Depois disso, dois empates e cinco derrotas.

É difícil não notar Fellaini em campo. Com um grande penteado black power, o meia belga de 1,94 m parece ainda mais alto. E foi justamente um gol de cabeça dele que iniciou a reação da Bélgica diante da Argélia, ontem, no Mineirão. De virada, os europeus bateram os africanos por 2 a 1 na abertura do Grupo H.

Fellaini, assim como outros 21 companheiros de equipe, participa de uma Copa do Mundo pela primeira vez. O debute, no entanto, começou para ele no banco de reservas. O técnico Marc Wilmots optou por não iniciar com o jogador, comprado pelo Manchester United, em setembro do ano passado, por chamativos R$ 105,3 milhões – jogava no Everton.

Foi uma decepção para a torcida europeia. A vasta cabeleira e as boas atuações no futebol inglês tornaram o atleta o principal queridinho dos belgas. As perucas imitando seu estilo viraram artigo comum entre os fãs dos Diabos Vermelhos. Nas mídias sociais, mais sucesso: no Twitter, é acompanhado por 820 mil seguidores; no Facebook, "curtido" por 2,2 milhões de pessoas.

O camisa 8 virou espectador e foi testemunha de um primeiro tempo irreconhecível da Bélgica. Candidata à sensação do Mundial, a seleção não conseguiu criar jogadas ofensivas e ainda saiu atrás no placar. O argelino Féghouli sofreu pênalti que ele mesmo converteu: 1 a 0.

Os 65% da posse da bola e os 242 passes trocados na metade inicial do jogo não adiantaram nada. Os belgas foram bloqueados e começaram a ser vaiados no estádio. A barulhenta torcida argelina ganhou o reforço dos brasileiros que assistiam ao duelo.

No segundo tempo, o treinador começou a mudar a equipe. Entraram o meia Mertens e o atacante Origi. "Mas cadê o Fellaini?", perguntavam os angustiados belgas. Ele e suas madeixas deram sinal de vida fora do banco aos 20 da etapa final. Ele entrou e, apenas cinco minutos depois, marcou o gol de empate após receber cruzamento da esquerda. A bola ainda bateu na trave antes de tocar na rede.

"Com ele em campo, podemos cruzar mais bolas na área. Dá para fazer isso porque ele ganha praticamente todas as disputas", elogiou o volante Axel Witsel.

Animada, a Bélgica passou a sufocar ainda mais a Argélia, virou o jogo com Mertens, aos 35, e espantou a zebra que estava pronta para dar as caras no Mineirão. Depois do apito final, muitos abraços e até alguns puxões de cabelo carinhosos em Fellaini.

"Foi um momento especial para mim, uma ótima experiência e o mais importante foi que o time venceu. O grupo todo tem qualidade, até quem fica no banco, e mostramos isso", destacou o protagonista da partida. "Agora vamos mais tranquilos para o segundo jogo", completou.

Fellaini e os belgas encaram a Rússia, no próximo domingo, às 13 horas, No Maracanã. Será a vez de os cariocas prepararem as perucas.

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