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Felipão bancou a titularidade de Daniel Alves, que não mostrou bom desempenho até agora | Albari Rosa
Felipão bancou a titularidade de Daniel Alves, que não mostrou bom desempenho até agora| Foto: Albari Rosa

Histórico

Felipão bancou por mais um jogo seu time titular. Mas pelo retrospecto da seleção, terá de mudar dentro do mata-mata para ser campeão.

• A regra

1958 – Após o empate por 0 a 0 com a Inglaterra, na segunda rodada, Dino Sani, Joel e Mazzola perderam vaga para Zito, Pelé e Garrincha.

1962 – Pelé saiu machucado do segundo jogo, com a Tchecoslováquia (0 a 0) e não jogou mais. Amarildo foi titular até o fim.

1994 – Ricardo Rocha saiu machucado na estreia e perdeu lugar para Aldair. Após a segunda partida, contra Camarões, Raí perdeu a braçadeira de capitão para Dunga e a posição para Mazinho, fechando o time do tetra.

2002 – Felipão manteve o mesmo time até as oitavas de final. Dentro do jogo com a Bélgica, Juninho Paulista foi substituído por Kléberson. A entrada do paranaense foi efetivada a partir das quartas de final.

• A exceção

1970 – Considerado um dos maiores times da história do futebol, a seleção do tri manteve a mesma formação do início ao fim da Copa.

Torcida

Fifa tenta evitar problemas para estádio 92% verde e amarelo

Após enfrentar a oposição de cerca de um terço de mexicanos nas arquibancadas do Castelão, o Brasil voltará a contar com o apoio da maioria absoluta da torcida no jogo contra Camarões. 92% dos ingressos vendidos para a partida foram comprados por brasileiros. O calor dos fãs começou desde a chegada a Brasília – cerca de 400 torcedores recepcionaram a seleção no hotel, às 23 horas de sábado.

A capital federal também se esforça para evitar a repetição de problemas de organização fora de campo. Estádio mais caro construído para a Copa (custou R$ 1,9 bilhão), o Mané Garrincha foi o único que registrou falhas no acesso de torcedores. Na partida entre Suíça e Colômbia, dia 15, cerca de um terço do público de 69 mil pessoas só conseguiu entrar na arena depois do apito inicial. A solução para não repetir o episódio, de acordo com a Fifa, é que as pessoas cheguem mais cedo.

Questionada pela Gazeta do Povo, as assessorias de comunicação da federação e do Comitê Organizador Local (COL) disseram que as filas foram provocadas por uma combinação de dois fatores – problemas com parte do efetivo dos operadores dos detectores de metais e a chegada do público muito próxima ao horário da partida. "Até uma hora antes do jogo, apenas 20% do público havia entrado no estádio, com mais de 35 mil torcedores acessando o estádio entre 12 e 13 horas (horário de início da partida)", informaram. "Por este motivo, desde a Copa das Confederações no ano passado, a Fifa e o COL reiteram com a imprensa a importância de os torcedores chegarem cedo."

O problema não se repetiu no segundo jogo em Brasília, entre Colômbia e Costa do Marfim. Em compensação, o Mané Garrincha se manteve no grupo de arenas que teve problemas com falta de comida e bebida. A Fifa informou que houve "melhorias na operação" de alimentação ao longo dos últimos jogos e que o fornecimento de bebidas está "totalmente normalizado".

A partida deve ser a única do Brasil no Mané Garrincha – só volta ao estádio em caso de disputa de terceiro lugar.

  • Felipão bancou a titularidade de Paulinho, que não mostrou bom desempenho até agora

A seleção brasileira define hoje seu rumo na Copa do Mundo de 2014. Sairá da partida contra Camarões, às 17 horas, no Estádio Mané Garrincha, sabendo se continua no torneio e, em caso de classificação, qual será o caminho para chegar à final, dia 13 de julho, no Maracanã. Para isso, precisará reencontrar o horizonte perdido na Copa das Confederações com o mesmo time que há um ano parecia pronto, mas perdeu sua essência em dois jogos no Mundial.

INFOGRÁFICO: Veja detalhes sobre o confronto brasileiro da última rodada e o histórico de partidas da seleção em todas as copas

O próprio Luiz Felipe Scolari parecia convencido da necessidade de mudanças. Após o jogo contra o México, admitiu fazer alguma modificação além da simples volta de Hulk no lugar de Ramires. Paulinho e Fred eram os mais ameaçados por substituições que simplesmente não aconteceram.

"Não vou fazer mudança nenhuma. Confio no time que coloquei no primeiro jogo", cravou Felipão, que mais adiante fez uma defesa feroz de Paulinho. "Confio cegamente no Paulinho."

Pouco antes, o capitão Thiago Silva havia feito o mesmo com Fred. "Ele não tem de fazer gol todos os jogos. Se não fizer gol e abrir espaço para o Neymar e o Oscar fazer, ele ficará feliz. Certeza que amanhã [hoje] o Fred vai tirar esse peso das costas", afirmou.

Com o mesmo time, Felipão busca retomar a fórmula da Copa das Confederações. Quer a marcação sob pressão desde o início que sufocava adversários. Camarões, mesmo eliminado, diz saber como repetir explorando outro elemento, a pressão sobre a seleção de não estar classificada. "O Brasil vai tentar nos dominar rapidamente, ainda não está classificado. Vamos tentar nos despedir com uma boa imagem", disse o camaronês Makoun.

Camarões deixar uma boa imagem fatalmente será sinônimo de um desastre para o Brasil. Desde a Copa de 1978, na Argentina, a seleção não chegava à última rodada da primeira fase sem ter vencido os dois jogadores anteriores. O Mundial de 1966 foi o último com queda na primeira fase. Hoje, a seleção precisa empatar para passar ao mata-mata e ganhar para fazê-lo à frente de Croácia ou México, que decidem a outra vaga.

Quando o Brasil entrar em campo, Chile e Holanda já terão definido o primeiro e o segundo colocados do Grupo B. Portanto, a seleção saberá o que terá de fazer para encarar este ou aquele adversário. Também saberá o caminho até a decisão.

Se for primeiro, joga em Belo Horizonte (oitavas), Fortaleza (quartas) e novamente BH (semifinal). Embora, em tese, diminua o risco de cruzar com a Holanda já na próxima fase, pode ter pela frente o segundo colocado do grupo da morte nas quartas de final (Itália ou Uruguai). Na semifinal, um iminente duelo contra Alemanha ou França, duas equipes de melhor futebol até o momento.

Passando em segundo, terá um roteiro 1,5 mil quilômetros mais longo. Passa por Fortaleza, Salvador e São Paulo. Começaria fatalmente contra os holandeses. Teria, nas quartas, provavelmente uma seleção de pouca tradição – Costa Rica ou Costa do Marfim. E poderia duelar com os argentinos já na semifinal. Um caminho que o Brasil espera desenhar com vitória e, se possível, o bom futebol que outras seleções já apresentaram dentro do Mundial.

"Queremos passar ao mundo a impressão de uma equipe bem coesa, que joga futebol coletivo. A gente pensa em entrar para vencer. Se vai dar espetáculo, é outra coisa, é consequência", resume Thiago Silva.

Scolari diz que Van Gaal é "burro ou mal intencionado"

Luiz Felipe Scolari abriu guerra ontem contra o técnico da Holanda, Louis Van Gaal. O brasileiro não gostou de uma declaração do colega, que teria sugerido que o Brasil entra na última rodada podendo escolher o adversário das oitavas. O primeiro colocado do grupo do Brasil enfrenta na próxima fase o segundo colocado do grupo da Holanda – e vice-versa.

"É claro que o Brasil não deve querer enfrentar a Holanda. Marcamos gols, e gols fantásticos", disse Van Gaal. Em vários momentos da entrevista coletiva de ontem à noite, Scolari fez críticas ao posicionamento do holandês, mas sem citá-lo pelo nome. Ele chegou a falar que o ex-jogador Rivaldo, pentacampeão em 2002, já havia o alertado sobre "essa pessoa" – Rivaldo e Van Gaal tiveram uma série de desentendimentos no Barcelona.

"Algumas pessoas se manifestam dizendo que vamos escolher adversário. Ou são burras ou mal intencionadas. Temos de jogar para classificar. Os horários [dos jogos] quem escolheu foi a Fifa", afirmou Scolari.

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