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 | Sergio Perez/Reuters
| Foto: Sergio Perez/Reuters

Na Arena da Baixada, o público curitibano viu o Irã ficar com a bola por apenas 19 minutos na estreia diante da Nigéria, na última segunda-feira. Contra a Argentina, hoje, no Mineirão, os persas devem ter a Brazuca nos pés por tempo ainda menor. Em um dos duelos mais desiguais desta Copa, a expectativa é pela maior goleada do torneio, com Lionel Messi como protagonista.

INFOGRÁFICO: Veja informações sobre o jogo Argentina e Irã

O cenário para o craque argentino brilhar está montado. A seleção asiática é considerada uma das mais fracas da competição e a maioria dos jogadores não tem experiência internacional. Messi, sozinho, vale cerca de cinco vezes mais do que todo o elenco iraniano: R$ 363,6 milhões contra R$ 73 milhões.

Para complicar ainda mais a vida dos iranianos, a Argentina vai mudar o esquema em relação a estreia contra a Bósnia, passando a atuar com três atacantes. Messi terá a ajuda de Agüero e Higuaín na busca de um objetivo pessoal. Acostumado a encantar os torcedores do Barcelona, o camisa 10 ainda persegue uma grande atuação em uma partida de Copa do Mundo.

Em 2006, na Alemanha, ele não era titular da equipe e esteve em campo por poucos minutos. Em 2010, na África do Sul, já com o status de melhor do mundo, La Pulga decepcionou e encerrou o Mundial sem marcar um gol sequer. Nas duas disputas, a Argentina caiu nas quartas de final.

No Brasil, Messi estreou bem – balançou a rede uma vez e comandou a vitória argentina por 2 a 1 diante da Bósnia. Com menos pressão nos ombros, os hermanos aguardam por uma atuação de gala do jogador em Belo Horizonte. "O gol foi importante, foi bom que tenha saído já na primeira partida. Dá uma tranquilidade", disse o atleta.

O goleiro titular do Irã, Haghighi, aposta na ajuda da tecnologia para levar a melhor no duelo com o "tranquilo" Messi. Durante a semana, o camisa 12 treinou com uma máquina que dispara bolas em alta velocidade para testar o reflexo dos arqueiros.

Com ou sem auxílio, o técnico do time asiático, o português Carlos Queiroz, sabe da difícil tarefa do seu goleiro passar os 90 minutos sem sofrer gols. Questionado sobre a forma de parar Messi, o treinador brincou: "Vou pedir à Fifa para entrar em campo com 14 jogadores".

Mais sério, Queiroz exaltou a chance de enfrentar uma das seleções candidatas ao título mundial. "Esse vai ser o maior jogo da história do Irã e meus jogadores querem aproveitar essa chance. As melhores equipes não vencem sempre e elas não ganham só com os gênios, como o Messi. Teremos muita determinação", garante Queiroz, que espera ter o apoio da torcida brasileira durante a complicada jornada.

Vale tudo pela taça

Na véspera do duelo entre Brasil e Argentina, na Copa de 1990, Maradona e os companheiros de time interromperam um casamento que ocorria no hotel em que a equipe estava hospedada e, um a um, cumprimentaram a noiva. Eles não conheciam a moça. Estavam apenas cumprindo ordens do então técnico Carlos Bilardo, que acreditava que a mulher prestes a casar é um símbolo de sorte. No dia seguinte, derrota e eliminação brasileira no clássico sul-americano. Este é apenas um dos episódios curiosos envolvendo Bilardo, treinador que já havia sido campeão mundial em 1986. Hoje, ele é o diretor técnico da seleção e as superstições seguem em torno do ambiente da Albiceleste. Confira algumas dos rituais e outras curiosidades envolvendo os hábitos dos hermanos durante a Copa no Brasil.

13 e 17 nem pensar!

A Argentina alterou a numeração dos quartos na Cidade do Galo, local em que está concentrada em Belo Horizonte. As hospedagens 13 e 17 foram substituídas por 33 e 77. Bilardo acredita que aqueles números podem trazer azar para o time.

Sem oba-oba

Em 4 de junho, o CT do Atlético-MG começou a ganhar a identidade visual argentina e uma faixa com os dizeres "Bem-vindos, futuros campeões" foi instalada na entrada do local. Quatro dias depois, tudo foi mudado por ordem de Bilardo e do técnico Alejandro Sabella. Para eles, o otimismo em excesso não é bom para o time. Agora, a mensagem diz apenas "Bem-vindos".

Com a bênção do Papa

Um grande banner com uma foto do Papa Francisco com os jogadores da seleção ocupa toda a lateral de um dos hotéis na Cidade do Galo. O objetivo é atrair as boas vibrações do pontífice argentino, um fã assumido de futebol.

180 quilos de doçura

Ninguém na seleção argentina vai passar vontade. Foram trazidos 130 quilos de doce de marmelo e 30 quilos de doce de leite para o Brasil. Só é bom ter cuidado para não engordar.

Parrilla

Sobremesa garantida. Churrasco também. Três parrilleras foram instaladas na área de lazer junto com mesa de pebolim, sinuca e um Playstation 4. Um outro espaço mais descontraído foi reservado para os jogadores receberem familiares. Isso será permitido em alguns dias.

Frango? Melhor não

O alimento não está proibido, mas Bilardo não recomenda o consumo de frango nos dias dos jogos. Afinal, a ave cisca para trás, o que não é um sinal de prosperidade.

Um quarto para chamar de meu

Na divisão dos quartos entre os jogadores, apenas um atleta ganhou o privilégio de ficar sozinho. E não foi Lionel Messi. O volante Fernando Gago é o único com quarto exclusivo. Messi divide o espaço com Sergio Agüero.

Incentivo

Não há contato com a torcida no local de treinamento, mas nas varandas dos quartos existem várias mensagens de incentivo aos jogadores. Algumas das frases são: "Se podemos sonhar, podemos alcançar"; "Viajam 23, empurram 40 milhões. Até a final Argentina!" e "Abram caminho, perseguimos um sonho mundial"

Falando em torcida...

Segundo pesquisa da multinacional P&G com o Instituto Ipsos, divulgada em março deste ano, os torcedores da Argentina são os mais supersticiosos da América Latina. De acordo com o estudo que ouviu 1.500 pessoas, 24% dos argentinos só lavam a camisa da seleção quando a Copa chega ao fim. Além disso, 30% diz assistir aos jogos sempre no mesmo lugar e com as mesmas pessoas.

Maldição de Tilcara

Não adianta nenhum ritual. Alguns argentinos têm certeza de que a equipe não vai levar a Copa. Tudo por causa de uma maldição. Em 1986, Bilardo levou 14 jogadores para Tilcara, vilarejo a 1.600 km de Buenos Aires, para uma aclimatação antes do Mundial. Eles foram à igreja local e prometerem voltar e erguer a taça para a Virgem de Tilcara se o título fosse conquistado. A Argentina venceu, mas não voltou lá. Muitos acreditam que por isso o time nunca mais venceu um Mundial.

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