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Cristiano Ronaldo deve encarar torcida contrária na Arena da Amazônia | José Sena Goulão/ EFE
Cristiano Ronaldo deve encarar torcida contrária na Arena da Amazônia| Foto: José Sena Goulão/ EFE

Ao ataque!

Os EUA estão a uma vitória sobre Portugal para ir às oitavas de final – seria a quinta vez em dez Copas que participou. Por isso, e para não precisar se obrigar a jogar tudo contra a Alemanha na próxima quinta-feira, é que o técnico Jürgen Klismann quer seus comandados em cima dos portugueses."Acreditamos que podemos vencê-los. Tudo o que fizemos até aqui, todos os jogadores que temos, isso mostra que temos qualidade para vencer", disse o treinador.

Para o confronto, o US Team não terá o atacante Altidore, que sofreu uma lesão muscular na estreia diante de Gana – os EUA venceram por 2 a 1. O provável substituto é Johannsson. O outro atacante, Dempsey, que quebrou o nariz na partida, vai jogar normalmente.

EUA

Americanos se entregam ao soccer

O soccer finalmente deixou o gueto nos Estados Unidos. Pelo menos essa é sensação que se tem diante da massa norte-americana que veio ao Brasil para acompanhar a seleção e também do engajamento de quem não viajou.

Hoje, às 19 horas de Brasília, na Arena da Amazônia, em Manaus, os ianques terão uma nova oportunidade de provar que o futebol não é modinha de quatro em quatro anos e que levam jeito para a coisa. Eles enfrentam Portugal, desesperado depois da goleada sofrida para a Alemanha por 4 a 0 na primeira rodada, podendo despachar o melhor jogador do mundo eleito pela Fifa.

O Mundial deste ano testemunha uma invasão de torcedores da terra do basquete. O país só não tem mais ingressos comprados do que o anfitrião. De acordo com a Fifa, os cidadãos dos Estados Unidos adquiram 198,2 mil bilhetes, número muito superior ao terceiro colocado nessa conta, a Argentina, com 61,4 mil – os brasileiros compraram 1,4 milhões.

Não que 200 mil norte-americanos estejam no Brasil. O Consulado Geral dos EUA em São Paulo aponta que 90 mil desembarcaram nas últimas semanas especialmente para a Copa. Na África do Sul, em 2010, o número não passou de 40 mil.

Essa legião é comandada e representada pela American Outlaws (Americanos fora da lei, na tradução livre), uma espécie de torcida organizada, que tem cerca de 18 mil membros – 540 estão por aqui – e que fretou aviões exclusivamente para vir ao Brasil.

"É muito louco como isso ficou grande. Quando começamos [em 2007] que percebemos que muita gente estava procurando por algo assim. E explodiu", resume o co-fundador da American Outlaws, Justin Brunken.

Os gritos de "I believe that we will win [eu acredito que venceremos]" não se restringem aos estádios. Quem ficou em terra gringa, não ficou de fora. Pela televisão, engrossou um número que surpreendeu os jornalistas e analistas norte-americanos no jogo contra Gana na primeira rodada – venceu por 2 a 1.

Segundo dados da Nielsen e da Fifa, a transmissão da partida pela ESPN e Univision Deportes – a primeira em inglês e a segunda em espanhol – atingiu 15,9 milhões de pessoas no país do norte.

Se é pouco em relação a uma final do futebol americano, que foi assistida neste ano por 111 milhões, é um salto signifcativo. A estreia nesta Copa, por exemplo, representou o jogo de soccer com maior audiência na história da ESPN dos EUA.

Essa audiência em jogos dos EUA só ficou atrás da partida das oitavas de final contra a mesma Gana no Mundial de 2010, que chegou a 18 milhões de pessoas. A previsão dos especialistas é que esse número seja superado hoje no confronto diante de Portugal.

"A Copa do Mundo e o nosso time são algo importante no nosso país agora. As pessoas conhecem os jogadores, sabem o que está acontecendo, estão empolgadas para ver os jogos e para torcer por nós, pelo país. Não poderíamos pedir mais nada. E temos que só pensar em vencer", diz o meia Michael Bradley.

Esta Copa já levou alguns dos principais jogadores ao fracasso. Foi assim com os espanhóis Iniesta e Xavi e com os ingleses Rooney e Gerrard. Será da mesma forma para Balotelli ou Suárez na terça-feira. E hoje pode ser o fim da linha para o melhor do planeta, segundo a Fifa: Cristiano Ronaldo.

INFOGRÁFICO: Veja as escalações para a partida e informações sobre a Copa na mídia americana

Essa seria a consequência de uma nada improvável vitória dos Estados Unidos sobre Portugal, hoje, às 19 horas, na Arena da Amazônia, em Manaus. E certamente viraria tema de um fado, daqueles bem melancólicos.

Culpa da goleada por 4 a 0 sofrida para a Alemanha na estreia, que deixou a seleção das Quinas em uma situação delicada, e também do empate entre os alemães e Gana ontem por 2 a 2. Por isso, tem de vencer hoje, de qualquer jeito, para seguir viva. E vai precisar muito de CR7, que esteve apagado na estreia. Aliás, é como se fosse a última chance dele. Não só nesta Copa, mas já pensando na próxima. Com 29 anos hoje, terá 33 no próximo ciclo.

Uma prévia desoladora exatamente no momento em que craque português veio ao Brasil mais animado que nunca. Depois de amargar quatro vices para o argentino Lionel Messi, levou o prêmio da Fifa de melhor jogador. Pouco antes do Mundial, ajudou a tirar o Real Madrid de uma seca de 12 anos sem título da Liga dos Campeões da Europa. Sempre jogando em altíssimo nível. Um cenário ideal para brilhar na Copa.

As lesões, porém, têm atrapalhado. Além de uma na coxa esquerda no final da temporada europeia, ele convive há meses com uma tendinite no joelho esquerdo. Foi poupado em parte da preparação portuguesa e aparece constantemente com proteção e bolsa de gelo no joelho ferido.

O compatriota Hélder Postiga, porém, tenta dar fim ao falatório e tranquilizar os conterrâneos e os madridistas. "Em relação às condições físicas, ele tem treinado ao máximo e se ele não está na lista de machucados da Federação Portuguesa [de Futebol] é porque ele está inteiro para jogar", diz.

Não importa se Cristiano Ronaldo não esteja 100%. A preocupação do adversário com ele é sempre grande. Encarar o que ele tem de melhor não é uma tarefa tranquila. Requer atenção e uma dose de sorte. É uma das missões da seleção norte-americana hoje.

"Ele é um jogador completo. Quando falamos do aspecto físico do futebol, é preciso ter velocidade, força e resistência. Ele tem todas essas características. E quando falamos da habilidade técnica, ele chuta bem de direita, de esquerda, e é bom no jogo aéreo. Ele pode fazer a diferença a qualquer momento", alerta o meia norte-americano Michael Bradley.

Cristiano Ronaldo, no entanto, não joga sozinho. Pelo menos essa é a tentativa do técnico Paulo Bento. "Nunca colocaria sobre ele ou sobre qualquer outro jogador a responsabilidade de resolver os problemas. O único com responsabilidade individual, sou eu", assumiu a bronca o treinador que já tem os substitutos para os quatro desfalques: o goleiro Rui Patrício, o zagueiro Pepe, o lateral-esquerdo Fabio Coentrão e o atacante Hugo Almeida. Bento, porém, não revelou os escolhidos.

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