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A reforma da Arena da Baixada ganhou ritmo após as ameaças da Fifa de excluir Curitiba | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A reforma da Arena da Baixada ganhou ritmo após as ameaças da Fifa de excluir Curitiba| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
  • Centro de transmissão da Copa: investimento de quase R$ 2 mil
  • Restaurante Madalosso se movimenta para agradar aos turistas
  • O polêmico viaduto estaiado também integra o pacote Copa do Mundo na capital paranaense

Quando os telefones do governador do Paraná, Beto Richa, e do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, tocarem na terça-feira, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, terá para os dois uma resposta que vale mais de R$ 2,5 bilhões para o estado. O dia 18 de fevereiro é a data-limite para a Arena da Baixada trocar o status de estádio sem condição de abrigar um jogo de futebol pelo de estádio que pode ficar pronto a tempo de receber jogos da Copa do Mundo de 2014.

A força-tarefa começou em 21 de janeiro, quando Valcke anunciou um plano emergencial para evitar que Curitiba seja a primeira cidade-sede excluída de uma Copa do Mundo. Um pacote de três pontos, com a formação de um novo comitê para gerenciar a obra, aumento gradual no número de operários e entrada de mais dinheiro no projeto. A combinação entre esses fatores permitirá à Fifa encontrar uma Arena com cara de estádio.

"Chegaremos na terça-feira com uma evolução significativa da obra", diz o secretário municipal de Copa, Reginaldo Cordeiro, que na sexta-feira fez um tour pela Arena seguindo o trajeto que deve ser feito daqui a dois dias pelo consultor Charles Botta.

Hoje, o custo estimado da Baixada é de R$ 330 milhões. O centro de um conjunto de investimentos e projeções de faturamento. No primeiro grupo, estão as obras de mobilidade do PAC da Copa, que devem ficar prontas até maio a um custo de R$ 558,1 milhões; R$ 113,8 milhões a serem gastos pelo município no entorno do estádio e estruturas temporárias; aportes em infraestrutura, como os R$ 500 milhões gastos pela Copel para garantir que não falte luz durante os jogos do Mundial; ou os R$ 100 milhões em segurança pública.

"80% dos investimentos para a Copa já estão concluídos. Somente o restante depende de terça-feira. A Fifa está preocupada é com o estádio. Sabe que, com o estádio pronto, o resto vem", diz o coordenador-geral de Copa no Paraná, Mario Celso Cunha.

No segundo grupo, estão as projeções otimistas, como a que prevê R$ 240 milhões de aumento no setor de alimentação no estado, feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Ou a da Associação Comercial do Paraná (ACP) para os quatro dias com jogos, de quase dobrar os R$ 150 milhões diários de movimento no comércio em Curitiba. Estas, sim, totalmente dependentes do veredicto da Fifa.

"Se Curitiba ficar fora, o comércio não movimenta, a indústria não coloca no mercado o que já produziu, a rede hoteleira perde as reservas feitas. A própria Fifa já quantificou um prejuízo de R$ 35 milhões para reprogramar os quatro jogos. Fora a desmoralização para a cidade", analisa o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Helio Bampi.

Ao menos pelo discurso dos principais personagens envolvidos, o prejuízo à imagem de Curitiba deve estancar na terça-feira. "Não há preocupações. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, me garantiu que o estádio em Curitiba estará pronto", afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Cronologia

O mês decisivo na construção da Arena

• 15/jan – O consultor de estádios da Fifa, Charles Botta, fica assustado com o ritmo lento da obra na Arena. Ele recomenda um incremento de 50% no número de operários para o estádio ficar pronto a tempo.

• 17/jan – Alertado por Botta, o secretário-geral Jérôme Valcke muda o roteiro da sua visita ao Brasil e inclui uma passagem por Curitiba.

• 20/jan – Na véspera da visita de Valcke, prefeitura, governo do estado e governo federal se reúnem para alinhavar o plano emergencial para acelerar a obra.

• 21/jan – Em uma tensa reunião com governo estadual, prefeitura, Atlético e governo federal, Valcke revela o seu descontentamento com o ritmo da Arena, que por ele seria excluída imediatamente. Com o discurso afinado, prefeitura, estado e União apresentam um plano de retomada. Valcke aceita e elege 18 de fevereiro como o dia para Curitiba seguir na Copa.

• 23/jan – A Fomento Paraná deposita na conta da CAP S/A os R$ 39 milhões ainda pendentes do empréstimo assinado em dezembro. Esse dinheiro mantém a obra até o carnaval. O clube protocola na agência um orçamento de R$ 319 milhões, contra os R$ 265,4 milhões anteriores.

• 24/jan – O comitê formado por técnicos da prefeitura, do governo do Paraná, do Atlético e do Sinduscon-PR começa a trabalhar na obra. O gramado começa a ser colocado.

• 3/fev – Em encontro com a diretoria da Associação Comercial do Paraná (ACP), Mario Celso Petraglia diz que a Arena custará R$ 330 milhões.

• 5/fev – Em visita a Curitiba, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, diz que a evolução da Arena é visível.

• 6/fev – Charles Botta volta a Curitiba. Indica satisfação com o avanço da obra, porém pede mais operários.

• 7/fev – O governo estadual vai ao BNDES negociar um novo empréstimo para a conclusão do estádio.

• 12/fev – O governo estadual protocola, no BNDES, um pedido de empréstimo de R$ 250 milhões, dos quais R$ 65 milhões para terminar a Baixada.

• 13/fev – O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) recomenda a suspensão do repasse de recursos à Arena por falta de transparência na obra.

• 18/fev – O dia D para Curitiba. Charles Botta fará sua última visita à Arena, que guiará o veredicto de Jérôme Valcke sobre a sede paranaense.

Obras da Copa em Curiba

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