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Curitibano ainda critica o financiamento da Arena da Baixada | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Curitibano ainda critica o financiamento da Arena da Baixada| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo
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Sem incentivo, torcedores abrem mão da decoração

Adriana Brum

Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Maurício Menegusso, dono de loja, confia em boom de decoração após o início da Copa

Na véspera da Copa, a torcida curitibana pela seleção ainda é tímida, embora o número de bandeiras pelas ruas e carros tenha aumentado nos últimos dias. Mesmo assim, torcedores fervorosos acreditam que o time de Felipão vai contagiar.

"A empolgação vai estourar quando a bola rolar. Foi assim na África do Sul", confia Maurício Luiz Menegusso, dono de uma loja de embalagens e produtos decorativos.

A agente de segurança Sil­­mara Cristine Nadolny é exceção. Ela manteve o costume de cinco Copas e cobriu de verde e amarelo a casa, os muros, meio-fios, fachadas e até o ponto de ônibus da rua no bairro Abranches. Gastou 70 litros de tinta. "Começou em 94 para homenagear o Senna e não parei mais. Neste ano achei que seria a maior decoração de todas, porque é no Brasil, mas acho que vai ser a mais sem graça", conta.

A escassez de decoração em Curitiba também está relacionada ao fato de a prefeitura não promover ações para enfeitar a cidade. Os R$ 10 milhões que seriam para o marketing da Copa foram realocados para o transporte.

A um dia da abertura da Copa e a cinco do primeiro jogo em Curitiba, um levantamento da Paraná Pesquisas, encomendado pela Gazeta do Povo, mostra que o curitibano mudou o humor e está mais animado em relação à realização do Mundial na cidade. Mesmo assim, segue crítico da maneira como o evento foi conduzido pelo poder público, especialmente sobre a fórmula de financiamento para a reforma da Arena e a falta de fiscalização.

INFOGRÁFICO: Levantamentos mostram leve aumento na aprovação da Copa em Curitiba

Nas quatro tomadas anteriores, o apoio à Copa na capital paranaense despencou de 66,49% em junho de 2011 para 38,69% em abril de 2014, o menor de todos, exatamente no momento em que havia muitas dúvidas em torno da capacidade da cidade de entregar o estádio. O pouco tempo para o pontapé inicial, porém, inverteu levemente essa tendência, mesmo que a maioria ainda seja contrária: agora 46,43% são favoráveis.

"A proximidade da Copa mudou esse cenário. Agora está tudo pronto. E se o Brasil começar a ganhar, o apoio vai aumentar ainda mais. Mas mesmo assim é uma porcentagem muito baixa em relação à inicial", destaca o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.

Enquanto a aprovação com o evento aumen­ta, as contas da Arena ainda não foram bem digeridas pela população. Tanto que 87,9% dos entrevistados são contra o uso de dinheiro público no estádio – o número anterior era 87,5%. Ao mesmo passo, a fiscalização dos recursos aplicados segue com grande reprovação: 85,91%. Porcentual que só cresceu desde maio de 2009, quando 42,03% apontavam a falha.

Até por esse clima de reprovação, 75,99% dos entrevistados acreditam que haverá protestos em Curitiba durante o Mundial. Só que o engajamento da população não é mais o mesmo que foi no ano passado, ao longo da Copa das Confederações. É isso que aponta outra pesquisa, realizada pela Brain – Bureau de Inteligência Corporativa. A participação nas manifestações será realidade para apenas 7%. A maioria, por outro lado, vai assistir de longe: 45% não vão participar e nem apoiar os protestos e outros 39%, apesar de defenderem a iniciativa, também não vão para rua.

"O apoio caiu muito porque agora as manifestações estão mais ligadas à noção de violência do que o próprio protesto. Até por isso não teremos grandes manifestações. Serão pequenas e violentas", analisa o economista e sócio da Brain Fábio Tadeu Araújo.

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