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Contra o Uruguai, Cuadrado percorreu 8,7 quilômetros | Felipe Trueba/ Reuters
Contra o Uruguai, Cuadrado percorreu 8,7 quilômetros| Foto: Felipe Trueba/ Reuters

Até os 12 anos, Juan Guillermo Cuadrado foi um piá travesso de Necoclí, cidade do Caribe colombiano localizada a 918 km da capital Bogotá. Era o baixote da turma – media somente 1,35 m –, mas também era o mais valente, o mais rápido e o mais apaixonado por futebol.

Amanhã, 14 anos mais velho, o escudeiro de James Rodríguez na Colômbia traz sua molecagem a campo contra o Brasil. No país de Ronaldo e Ronaldinho, suas inspirações de infância, a polivalência do meio-campista será fundamental para os Cafeteros seguirem fazendo história na Copa.

Dos 11 gols marcados pela equipe de José Pekerman até as oitavas de final do Mundial, cinco tiveram participação direta da ‘Vespa’, como é conhecido. Foram quatro assistências e um gol, contra o Japão, de pênalti. Se normalmente atua pelo lado direito do campo, ele se multiplicou no mata-mata.

Contra o Uruguai, o menino que era amarrado pela avó para não jogar bola correu como fugia das palmadas. O mapa de calor da partida mostra que Cuadrado percorreu praticamente o campo inteiro, totalizando 8,7 km com arrancadas que alcançaram 28 km/h. No duelo com o Brasil, se mantiver a média, ele completa sua maratona individual no Mundial.

"Desde as divisões inferiores ele já era muito ágil, esperto e gostava muito de correr com a bola", recorda José Leonel, um dos primeiros treinadores do jogador, à Gazeta do Povo.

No Regifo, time local da ensolarada Necoclí, Leonel ensinou futebol a Cuadrado entre 7 e 12 anos. E o pupilo aprendia rápido. "Era um menino muito inquieto, muito ativo. Desde o início jogava com os mais velhos", conta o técnico, orgulhoso por vê-lo como peça-chave da "melhor Colômbia de todos os tempos".

O avante, que depois aprendeu a jogar como meia e lateral-direito, foi o único que vingou daquele time de garotos. Mas não sem superar seus próprios dramas. Aos quatro anos, foi testemunha – escondido em baixo da cama – do assassinato do pai por traficantes. Logo em seguida, foi atropelado por um caminhão de transporte de cavalos e rompeu o tendão de Aquiles. Superou também problemas de crescimento para atingir 1,76 m de altura. "Não crescemos quando as coisas vêm fáceis, mas sim quando encaramos os desafios", diz uma das mais recentes postagens do jogador no Twitter.

Após ser desprezado por equipes argentinas, o camisa 11 teve sua grande chance no Independiente de Medellín, em 2008. Um ano e meio depois, já estava na Itália, com a camisa da Udinese. Na última temporada, marcou 15 gols pela Fiorentina e chamou a atenção de gigantes europeus como Manchester United e Barcelona.

Segundo o site Transfermarkt, o colombiano vale atualmente cerca de R$ 63 milhões. "Ele está pronto para ir a um grande time, independentemente do que aconteça na Copa", banca Pekerman. Se escolher a Espanha, o Barça pode ganhar um novo ídolo. "Como jogador ele é versátil e místico. Como pessoa, humilde e musical. É como se fosse o Ronaldinho colombiano", compara o jornalista Juan Diego Ramírez, do jornal El Espectador.

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