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Gustavo Nadalin, Renê Dotti e Júlio Brotto explicam a tese de defesa do Coritiba: se não conseguir adiar o julgamento, clube tentará demonstrar ao tribunal que foi vítima | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Gustavo Nadalin, Renê Dotti e Júlio Brotto explicam a tese de defesa do Coritiba: se não conseguir adiar o julgamento, clube tentará demonstrar ao tribunal que foi vítima| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Critério técnico é a única chance de o Alviverde ter pena abrandada

A interpretação da 2.ª Comis­­são Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) – e posteriormente do Pleno –, a respeito da denúncia oferecida pelo procurador-geral Paulo Schmitt contra o Coritiba, será fundamental para determinar qual a pena aplicada ao clube pelos incidentes do último dia 6, no Couto Pereira.

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Câmara vota projeto pela identificação de torcedores

A primeira medida antiviolência depois das cenas de selvageria que marcaram o fim da partida entre Coritiba e Fluminense, no Couto Pereira, começa a sair do papel hoje. A Câmara de Vereadores de Curitiba vota, pela manhã, o projeto de lei que prevê a identificação dos torcedores nos estádios de futebol da capital com capacidade superior a 15 mil pessoas.

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  • Entenda a denúncia como será o julgamento do Coritiba

O Coritiba tem duas estratégias para enfrentar o julgamento de hoje, a partir das 17 horas, no Su­­pe­­rior Tribunal de Justiça Des­­portiva (STJD). A primeira será ganhar mais tempo para incrementar a defesa. Se não conseguir, tentará mostrar que fez todo o possível para evitar os incidentes ocorridos no Couto Pe­­reira logo após o jogo contra o Flu­­minense, que decretou o re­­baixamento do Alviverde.

Pela invasão de campo e selvageria de torcedores no gramado, o clube corre o risco de perder o man­­do de campo por 30 jogos e ser multado em até R$ 620 mil.

O futuro do Alviverde na próxima temporada será decidido no 15.º andar de um prédio no centro do Rio de Janeiro. Mas antes de o julgamento começar, os advogados do Coxa tentarão adiar a audiência. A ideia inicial é que o STJD espere pela conclusão dos inquéritos policiais – até aqui a polícia já realizou 17 prisões, mas o processo de identificação dos vândalos continua.

O adiamento também serviria para baixar a poeira em torno do ocorrido, o que poderia tornar os auditores mais amenos em suas decisões quando o STJD retornar do recesso de fim de ano, no começo de janeiro.

"A conclusão desses inquéritos servirá para tentarmos diminuir, senão excluir, a culpa imputada ao Coritiba", afirmou o advogado Rene Dotti, que esteve à frente do grupo de juristas que ajudou o Co­­xa na elaboração da defesa.

Em entrevista coletiva em seu escritório, no centro de Curitiba, o advogado e seu grupo foram incisivos quanto ao posicionamento do clube na sustentação oral que será feita pelo advogado carioca José Mauro Couto Filho em conjunto com o diretor jurídico do clu­­be, Gustavo Nadalin: de­­monstrar que o Coxa, ao invés de culpado, também é vítima.

"O Coritiba não pretende que o direito e a Justiça não sejam aplicados, mas o que vai procurar sustentar é que o clube é tão vítima como as pessoas que foram agredidas", afirmou o advogado Júlio Brotto.

Para isso, uma das provas será ofício enviado ao secretário estadual da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, no dia 3 de dezembro, três dias antes do confronto, relatando que integrantes de torcidas organizadas "circularam pelas filas incitando-os (os outros torcedores) a promover um quebra-quebra no estádio, independentemente do resultado do jogo". O documento também relata as ameaças sofridas pelo presidente Jair Cirino, do lado de fora do Couto Pereira.

O clube também mostrará que contratou 278 seguranças o que, exposto em outra planilha, de­­monstra que é quase o dobro do que foi utilizado na semifinal da Copa do Brasil, contra o Inter­­na­­cional (153 seguranças), por exemplo.

"Não podemos interditar uma rua pela violência que lá ocorre", comparou Dotti, que imputa ao estado a responsabilidade maior de garantir a segurança dentro do estádio.

Outra tese que será defendida é a de que o vandalismo teria sido um ato passional. E que a violência nessas circunstâncias pode comprometer até as previsões mais pessimistas. "Se trata da violência generalizada contra o objeto de amor."

Embora seja considerada difícil, os advogados afirmam que, tecnicamente, a absolvição é possível. Contudo, o grupo de Dotti per­­manecerá em Curitiba para, se o resultado for inverso, já começar a preparar o recurso.

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