• Carregando...

A depender exclusivamente dos elogios da comissão da Fifa ao fim da apresentação de Curitiba, nesta segunda-feira (29), no seminário organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), tecnicamente a capital paranaense já está garantida entre as dez cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014. "O pessoal ficou impressionado", disse um assessor da entidade, que acompanhou integralmente a exibição de quase uma hora, no Rio de Janeiro, e pediu para não ser identificado.

Na palestra, dividida em três blocos, o secretário estadual de Turismo, Celso Caron, detalhou o planejamento do Paraná para áreas como segurança, transporte e hotelaria. A supervisora de informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Susana Lins Afonso da Costa, representando o poder municipal, falou de aspectos como mobilidade urbana e infra-estrutura do município. Já Mário Celso Keinert Petraglia, filho do presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, explicou o planejamento do clube para a conclusão da Arena. "Eles realmente gostaram muito", ressaltou Reginaldo Cordeiro, engenheiro da prefeitura e um dos vice-presidentes da Federação Paranaense de Futebol (FPF).

A questão, porém, é que as escolhas não devem seguir unicamente o aspecto técnico. A capacidade de articulação política de cada estado pode fazer a diferença e ser usada, se necessário, como critério de desempate – teoricamente, a briga neste momento é com Florianópolis, Cuiabá e Fortaleza.

Neste sentido o Paraná saiu atrás. Os desmandos na FPF sob a gestão Onaireves Moura e a rixa entre o prefeito Beto Richa e o governador Roberto Requião obrigaram o presidente da CBF e do comitê organizador do Mundial no Brasil, Ricardo Teixeira, a deixar Curitiba no fim da fila. Somente agora, com a criação de um grupo responsável apenas por cuidar da questão, é que o assunto parece estar sendo tratado como prioridade.

Há, contudo, aspectos na política local que ainda incomodam Teixeira. Um interlocutor que participou da reunião de quase três horas do presidente da FPF, Hélio Cury, com o cartola, na sexta-feira, no bar do luxuoso hotel que sediou o evento da CBF, na Zona Oeste da capital fluminense, revelou que ele cobrou mais unidade das bancadas do Paraná na Câmara Federal e no Senado em relação à Copa – vale lembrar que o senador Álvaro Dias (PSDB) é tratado por Teixeira como inimigo, devido à atuação do parlamentar na CPI CBF/Nike, entre 2000 e 2001.

O dirigente demonstrou preocupação também com quem será o substituto de Requião no Palácio Iguaçu, e se o novo governador continuará dando atenção à organização do Mundial. "Conversamos demoradamente sobre vários assuntos. Estou trabalhando ativamente para defender os interesses do Paraná", afirmou o presidente da FPF.

Na tentativa de sensibilizá-lo, Cury reforçou o convite para que Teixeira visite Curitiba. A expectativa é que o cartola desembarque na cidade após a definição do quadro eleitoral, até a primeira quinzena de novembro. "Ele irá à prefeitura, ao governo, à Arena... Conhecerá toda a estrutura do município", explicou Cordeiro. "Sabemos que isso (lobby) também é muito importante", acrescentou Caron, apostando no próprio poder de convencimento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]