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O "Brasileirinho" está definitivamente aposentado. Nem o pouco tempo que Daiane dos Santos terá para adaptar a nova música – "Isso aqui o que é?", de Ary Barroso – à coreografia e saltos é motivo para que a ginasta cogite a hipótese de, mesmo como emergência, voltar a competir com o antigo tema.

A estréia da nova performance da ginasta está marcada para o dia 18 de março, em Lyon, na França, sede da primeira etapa da Copa do Mundo de Ginástica. Mesmo que faltem apenas 24 dias para a competição e Daiane ainda não tenha realizado sequer um treino com a nova canção.

"Tem de ser (a estréia). Até porque eu não estou mais nem treinando com o ‘Brasileirinho’. Uso as coreografias dele apenas para não perder o condicionamento", conta a ginasta gaúcha, que treina com a seleção em Curitiba.

Ontem, ela deveria conhecer a versão final da adaptação de "Isso aqui o que é?" para a apresentação de solo. Contudo, a produção da música ainda não foi terminada, o que só deve ocorrer após o carnaval. A produtora Maria Ângela Molteni está trabalhando em três períodos. "Só paramos com ela pronta", diz.

Depois disso, uma nova coreografia será criada para a ginasta e só então os treinos começarão. Parece tudo em cima da hora, mas Daiane explica que não é bem assim: "Fazer a coreografia é o mais rápido. O Ronny (Ferreira, coreógrafo) já está com tudo na cabeça e nós só vamos fazer uns ajustes. Em um dia está pronta. Foi assim com o ‘Brasileirinho’".

Embora as acrobacias representem 50% da apresentação e a coreografia os outros 50%, a última exige bem menos tempo de treinamento. Por dois motivos. Primeiro, porque a dificuldade de uma dança é bem menor do que a de um salto acrobático. Segundo, algumas partes da nova linha não deve mudar muito.

Brasileirinho é um chorinho; Isso aqui o que é?, um samba. Mas a música que vinha sendo utilizada há um ano e meio, na época também ganhara acordes de samba a pedido de Daiane, para ficar mais agitada.

"É que eu sou elétrica", diz, sorrindo, sentada no tablado. Na mesma toada, brinca com a única possibilidade que considera possível de algo dar errado.

"O que demora um pouco é automatizar, chegar num ponto em que se consegue realizar a apresentação com ou sem o som. Como aconteceu lá em São Paulo (no ano passado, na Copa do Mundo), quando a música parou e eu continuei normalmente, pois não precisava mais dela para me guiar".

Esse, aliás, foi um dos motivos para a mudança: Daiane não agüentava mais ouvir o "Brasileirinho". "De todas as formas que você pode imaginar eu já escutei a música. Na rádio, campainha de celular, caixinha de fósforo e até tocado com folha de jornal na boca. Pior é que onde eu ia, para me agradar, as pessoas tocavam", conta, rindo.

A apresentação de Daiane deverá ter até 1min29s. A idéia da ginasta é que este seja seu último tema na carreira. Deve ir com ele até a Olimpíada de Pequim, em 2008, e depois disso abandonar a ginástica. "Quero parar bem."

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