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Jogadores do Tricolor esperaram quase o dia inteiro na antessala da presidência na sede da Avenida Kennedy, mas o dinheiro não saiu ontem | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Jogadores do Tricolor esperaram quase o dia inteiro na antessala da presidência na sede da Avenida Kennedy, mas o dinheiro não saiu ontem| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

O presidente do Paraná, Aqui­­lino Romani, havia estipulado para ontem o acerto de contas com os atletas – na sede da Avenida Kennedy, seriam pagos os três meses de salários atrasados, o 13.º e as férias. Com a promessa, praticamente todos os jogadores foram ao clube. Porém passaram o dia na antessala da presidência e, ao fim da tarde, foram embora de mãos vazias.

O único dirigente presente na Kennedy foi o diretor de futebol Paulo César Silva. Romani não apareceu. Apesar disso, partiram dele duas novas propostas para saldar a dívida de cerca de R$ 1,5 milhão, verba que viria de um empréstimo pessoal do dirigente.

"É dinheiro de banco. Atra­­sou, só saiu à tarde. Está sendo encaminhado. Os jogadores fo­­ram todos juntos e isso dificultou. Amanhã [hoje] vou acertar tudo. Não é calote, o pessoal que fique tranquilo", disse Romani, em entrevista à Rádio Banda B.

Quem tem contrato longo, ouviu que serão quitados os meses de setembro e outubro até o fim da semana, com novembro permanecendo "pendurado". Para os demais, que têm ou terão seus vínculos encerrados até o fim do ano, a oferta é pagar uma determinada quantia [não revelada] até quinta-feira e parcelar o restante.

Ninguém gostou. Durante o período que esteve no local, a reportagem ouviu as mais di­­versas reclamações. "É uma vergonha, já nos falaram tudo. O Pa­­raná deveria cair para a Terceira Di­­visão. Todo ano é a mesma lorota", disse um. "E eu acreditei", emendou outro. Te­­ve até a seguinte sugestão, em tom de brincadeira: "Cada um pega alguma coisa da sala por garantia".

Na sala bastante ampla da Kennedy, os jogadores se acomodavam das mais diversas maneiras. Dividindo o único sofá disponível, ocupando a cadeira da se­­cretária (quando ela deixou a sala) e, a maioria, sentados pelo chão. Duas garrafas de dois litros de refrigerante vazias repousavam no local.

Quando os fotógrafos surgiram, muitos preferiram esconder o rosto e, na saída, quase ne­­nhum aceitou falar sobre o as­­sunto. O capitão Luiz Hen­­ri­­que, um dos líderes do elenco, topou falar com a imprensa. "Vou conversar com a minha esposa e amanhã [hoje] volto aqui para ver se eles vão pagar mesmo. Vou pensar. É difícil, a gente vem sofrendo o ano inteiro dessa maneira. Mas se não for assim, vai ter que ser de outro jeito", afirmou o zagueiro, que terá seu contrato finalizado neste ano e não deve ficar na Vila Ca­­pa­­nema.

Além do desgaste atual, os atrasos paralisaram o processo de montagem da equipe para a temporada 2011. Todos os jogadores afirmaram que não têm conversa para ficar enquanto os atrasos não forem saldados. "Não dá para falar nada. Não tem como fazer mais uma dívida. Eu gostaria de ficar, mas desse jeito fica difícil. Agora vamos ver no que vai dar", discursou o zagueiro Alessandro Lopes.

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Interatividade

Como você vê a crise financeira vivida pelo Paraná? Dá para acreditar em uma temporada melhor em 2011 sem dianheiro?

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