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O Estádio Couto Pereira passou por ajustes, como a troca da iluminação, para estar em boas condições no retorno do time e, principalmente, da torcida ao Alto da Glória | Fotos: Valterci Santos/ Gazeta do Povo
O Estádio Couto Pereira passou por ajustes, como a troca da iluminação, para estar em boas condições no retorno do time e, principalmente, da torcida ao Alto da Glória| Foto: Fotos: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Elenco

Time alviverde sofreu "mutação" durante o exílio em Santa Catarina

Édson Bastos, Rodrigo Heffner, Jéci, Démerson e Lucas Mendes; Leandro Donizete, Marcos Paulo, Rafinha e Renatinho; Ariel e Marcos Aurélio. Essa é a equipe que iniciou (e venceu, 2 a 0) o clássico com o Atlético na penúltima rodada do Paranaense, em 18 de abril e acabou campeã paranaense. Não foi a última partida no Couto – ainda enfrentou o Cascavel com um time misto na última rodada. Mas de lá até a volta no próximo sábado, muito mudou na formação da equipe, principalmente nos últimos jogos.

Muito em função dos resultados recentes – especialmente as três derrotas consecutivas. O técnico Ney Franco apontou uma razão para a queda repentina. A mesma que faz o elenco comemorar a volta. "A gente tem vida particular, e nessa punição ninguém sofre sozinho com as viagens. A família fica envolvida. Todos têm coisas a resolver, há vontade de estar com os filhos, e chega um momento que, mesmo sendo parte da profissão, o excesso disso cansa. Toda mulher quer o marido em casa para ajudar nas decisões, os filhos sentem falta dos pais... mas enfim, isso vai ser sanado agora", espera.

"Só de saber que não tem mais esse período de viagem para Joinville já traz um novo astral", diz Édson Bastos, um dos que podem voltar a equipe – deixando-a não tão diferente do último encontro no Couto.

Bastos tem dado lugar a Vanderlei no gol, mas já se recupera de um acidente doméstico em que levou cinco pontos na mão . Daquele time, Rodrigo Heffner deixou o clube para disputar a Série A pelo Guarani. Jéci segue como capitão e titular, mas o Coxa de Ney Franco passou a atuar com três zagueiros, sendo que Démerson (opção naquele Atletiba em que Pereira, liberado, voltava de contusão) é banco: Cleiton e Pereira têm formado o trio.

Na esquerda, Lucas Mendes durou bastante no improviso, mas perdeu espaço para o garoto Dênis. Donizete, machucado, não vem participando, bem como Marcos Paulo. Para o jogo com a Lusa, Léo Gago deve voltar, ao lado de Andrade.

Mas a principal atração atuará na armação. É a estreia de Tcheco, repatriado do Corinthians. "É um jogo que tem importância em todos os sentidos. Resgatar sócios, o torcedor acreditar na liderança, essas coisas", afirmou Tcheco. Ao lado dele, Rafinha possivelmente seguirá como titular. Renatinho saiu do time por lesão e não voltou, dando espaços a Dudu (também fora) e Enrico, que ainda pode se manter no time titular, caso Franco coloque Tcheco mais defensivamente.

E no ataque, Ariel deixou o clube e Marcos Aurélio é titular absoluto, quando pode jogar sem dores. Leonardo, recém-chegado do Avaí, e Betinho disputam vaga na frente.

Como todas as mudanças foram gradativas, o torcedor mal viu a mutação do Coxa que se despediu do Couto com sete vitórias seguidas para esse que volta a atuar em sua cancha como terceiro colocado na Segundona. "Está todo mundo feliz com a volta. Sem o excesso de viagens, existe a expectativa de termos um desempenho maior no segundo turno. É um campo que conhecemos, onde está a nossa estrutura, ao lado do nosso torcedor aonde, na teoria, nosso rendimento será ainda maior", espera Ney Franco. (NA)

Planos

Após empate, o recomeço

A primeira partida no Couto Pereira nesta Série B está sendo tratada como um recomeço no clube, em todos os sentidos. Para o técnico Ney Franco, "é procurar refazer no segundo turno aquela sequência de jogos somando pontos."

O discurso veio logo após o empate com o América-MG, no ultimo sábado, comemorado pelo treinador, que não concordou com as cobranças de falta de ousadia na atuação: "Ousamos o tempo todo, mas o jogo é difícil. Foi muito equilibrado. Em alguns momentos o goleiro [Flávio, do América-MG] foi muito bem."

Otimista, Franco aposta que em casa o Coxa será ainda melhor do que no primeiro turno. "Temos tudo no segundo turno para termos um desempenho melhor que o primeiro. E já começamos melhor", disse, contrapondo os números: quatro pontos em dois jogos, contra apenas um somado no mesmo período no primeiro turno.

Mas o adversário deste sábado costuma endurecer. É preciso atenção com a Portuguesa para não se complicar logo no retorno para casa. "Athirson, Dodô, Paulo Sérgio... não é uma equipe boba. Estão acostumados a jogar sob pressão", fala o goleiro Édson Bastos.

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Daqui a cinco dias, o torcedor do Coritiba reviverá a emoção de assistir ao time do coração em seu próprio estádio. Parece pouco, pa­­ra quem passou 99 dos seus 100 anos fazendo do campo uma arma. Mas a pena imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em função da barbárie de 6 de dezembro do ano passado colocou o Coxa durante 10 partidas lon­­ge do Couto Pereira. O tempo, que parecia não passar, passou. Ou quase. Quando chegar o dia 18, e o torcedor puder ver a equipe em campo contra a Portuguesa, Join­­vil­­le será apenas história.Para a volta, muitas ações preparadas. "Colocamos novas torres de iluminação, holofotes, recuperamos o gramado, pintamos toda a parte interna, renovamos banheiros e vestiários, retrabalhamos a parte elétrica, que era de 1967, e uma série de outras coisas", enumerou o vice-presidente Vilson Ribeiro de Andrade, comemorando a volta e um objetivo: manter o quadro as­­so­­ciativo em alta. O número, que era cerca de 11 mil em 2009, baixou a 2,5 mil e, mesmo com 10 jogos em Joinville, começa esse novo período com, aproximadamente, 8 mil adimplentes."É uma campanha voltada in­­tei­­rinha para motivar o associado e o torcedor", diz Vilson, sobre as a­­ções do clube na tevê, rádio, mí­­dias sociais e até mensagens de voz dos jogadores a torcedores cadastrados e associados. Tudo para o resgate financeiro do clube, baseado nos sócios. Jogadores e o técnico Ney Franco estão com o discurso afinado: "Qualquer equipe é dependente do seu torcedor", fa­­lou Franco. Uma nova campanha de televisão e rádio vai ao ar hoje. O conteúdo é guardado a sete chaves.

Quem for ao jogo no sábado vai en­­contrar uma "maquiagem" na fachada do Couto Pereira: painéis ao redor do estádio com frases de torcedores dizendo o que o Couto representa em suas vidas. Dentro, um Green Hell diferente. Com a proibição de fogos em estádios, a festa será com papel picado e fu­­maça verde e branca. E algumas ações promocionais "Temos algo com os patrocinadores. E há uma ideia de que profissionais possam descer de paraquedas com saudações aos torcedores", confidenci­­ou Andrade. Ainda haverá uma preliminar entre garotos do Cori­­tiba e um time escolar de Joinville. A cidade catarinense, aliás, será homenageada pelo clube, com presença do prefeito da casa provisória alviverde.

A diretoria espera um público acima de 25 mil torcedores, muitos dos quais pretende transformar em sócios. Uma das ações de retorno foi a criação do programa de atendimento móvel, carros que circulam por Curitiba, região me­­tropolitana e algumas cidades do interior tentando associar torcedores.

Vilson Andrade, que reconheceu um prejuízo de R$ 12 milhões com despesas e a perda de receita de jogos, sócios e patrocínio no período, projeta: "O retorno vai ser fundamental nesse sentido. Os no­­ve jogos [ restantes na Série B] vão minimizar o prejuízo, mas não irão recompor a receita." E, em campo, a cereja do bolo: o jogo. Um dos atletas mais ligados ao clube, o goleiro Édson Bastos, espera outro lucro: "Que o Couto Pereira volte a ter aquela energia positiva."

Campanha em Joinville permite repetir desempenho de 2007

A campanha irreparável para quem atuou 10 vezes com mando seu longe de casa permitirá ao Coritiba reeditar o desempenho caseiro no acesso – e título – em 2007, quando também disputou a Série B. Naquele ano, sob o comando de Guilherme Macuglia e depois René Simões, o Coxa disputou 19 jogos no Couto Pereira. Venceu 15, empatou 2 e sofreu 2 derrotas: uma para o São Caetano (1 a 0), quando Macuglia foi de­­mitido e outra para o Marília (3 a 2), no dia em que poderia ter conquistado, antecipadamente, a taça, o que só foi acontecer na úl­­tima rodada, no Recife, contra o Santa Cruz (3 a 2).

É bem verdade que para repetir o feito terá de ter 100% de a­­pro­­veitamento daqui em diante – serão nove jogos até o final do campeonato. Isso porque, este ano, em Joinville, o Coxa já em­­patou duas (1 a 1 com o América-MG e 0 a 0 com Bragantino) e perdeu duas (2 a 1 para o São Caetano e 2 a 0 para o Duque de Caxias). "O torcedor está eufórico, mas tem de vir ciente de que vamos en­­contrar dificuldades. Não é o retorno que vai nos fazer ganhar todos os jogos. Do outro lado vai ter uma equipe e nós vamos ter que fazer por onde", disse o goleiro Édson Bastos, um dos remanescentes daquela campanha.

Também foi no Couto Pereira que o Coritiba estabeleceu o re­­corde de público daquela competição. Precisamente 38.689 assistiram a Coritiba 2 x 3 Marília no dia 16 de novembro, na 37.ª ro­­dada.

Se em Joinville, agora, a média de público ficou abaixo dos 2,5 mil torcedores, em 2007, jogando em casa, chegou a 17 mil por partida – o 3.°, atrás de San­­ta Cruz e Vitória. Também houve lucro, sendo o time líder em arrecadação: R$ 253.648,84.

Tudo isso faz com que o retorno seja o Eldorado Coxa depois da tempestade do centenário. E em campo também. "Ganha com certeza o apoio da torcida, porque a gente passou o ano inteiro jogando longe", reconhece o meia Enrico.

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