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Eddie Jordan: "Eu acredito que ele (Hamilton) não precisa ir para a batida, mas isso é o que ele está inclinado a fazer" | Darren Staples / Reuters
Eddie Jordan: "Eu acredito que ele (Hamilton) não precisa ir para a batida, mas isso é o que ele está inclinado a fazer"| Foto: Darren Staples / Reuters

Felipe Massa e Lewis Hamilton decidirão daqui a uma semana o título da temporada da Fórmula 1, no Grande Prêmio do Brasil, no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos. Apesar de os dois pilotos, o primeiro da Ferrari e o segundo da McLaren, terem declarado várias vezes que farão uma prova limpa, um polêmico velho personagem resolveu aparecer para colocar mais lenha na fogueira.

Com sete pontos à frente de Massa (94 a 87), Hamilton não precisa vencer para ser campeão. Por isso, Eddie Jordan, o irreverente ex-chefe da equipe que levava seu nome, deu uma entrevista ao jornal britânico Daily Express sugerindo que a decisão do campeonato pode ocorrer em uma batida intencional.

"Eu acredito que ele (Hamilton) não precisa ir para a batida, mas isso é o que ele está inclinado a fazer", opinou o irlandês de 60 anos, responsável pela entrada da então jovem promessa Michael Schumacher na F-1, em 1991.

A desconfiança de Eddie Jordan sobre uma possível batida recai também sobre o brasileiro Massa. Para o ex-dirigente, considerado um dos mais espertos que já passaram pela F-1, o piloto da Ferrari também pode arriscar uma colisão para tirar Hamilton do jogo.

Jordan faz a análise levando em conta o acontecido entre os dois postulantes ao título no GP do Japão. Em Fuji, Massa foi superado por Hamilton e colidiu com o inglês na tentativa de defender a posição na segunda perna da chicane. O resultado foi que o brasileiro seguiu e o inglês caiu para último.

"As pessoas podem não gostar de mim por dizer isso, mas se Massa tentar tirar Hamilton, como fez no Japão, para ficar com o título, Lewis precisa estar preparado", explicou Jordan, que ainda deu uma dica. "Caso ele tente isso, Lewis terá de tentar acertar o Massa para que nenhum dos dois termine a corrida."

Entretanto, os dois pilotos continuam com discurso cauteloso. Massa comentou que não torcerá contra ninguém, só vai tentar aproveitar a aparente superioridade da Ferrari em São Paulo. Massa disse também que não adianta secar os rivais na F-1, porque toda a energia pode voltar contra si.

Hamilton segue a mesma linha de raciocínio do brasileiro. O inglês tem a vantagem de não precisar vencer para ser campeão, e tentará jogar toda a pressão para cima de Massa, que estará em casa - no ano passado, foi o mais forte do GP Brasil.

Eddie Jordan tem embasamento para sugerir uma decisão polêmica neste ano. Ayrton Senna, Alain Prost e Michael Schumacher já conquistaram títulos após manobras duvidosas na prova decisiva.

Após perder o título de 1989 para Prost, que jogou sua McLaren em cima, Senna deu o troco em 1990. Na largada do GP do Japão, em Suzuka, Senna usou da mesma tática. Por dentro na primeira curva, Senna manteve a trajetória e foi acertado pelo francês, que perdeu o título.

O primeiro título de Schumacher foi manchado por uma batida intencional. No GP da Austrália, em Adelaide, Schumacher tinha um ponto de vantagem sobre o vice, Damon Hill. Na 35ª volta, o alemão foi desleal ao fechar a porta para Hill, que colidiu na Benetton de Schumacher. Ambos abandonaram e o alemão ficou com o título.

Mas, três anos depois, Schumacher, então na Ferrari, não foi feliz. No GP da Europa de 1997, em Jerez de la Frontera (ESP), Schumacher tinha de terminar na frente de Jacques Villeneuve. Na 47ª volta, Villeneuve teve seu carro abalroado pela Ferrari de Schumacher, que levou a pior, já que o canadense seguiu na corrida e conquistou o título por três pontos.

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