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Ricardo Teixeira nega acusações e tem apoio da Fifa | Andreas Meier / Reuters
Ricardo Teixeira nega acusações e tem apoio da Fifa| Foto: Andreas Meier / Reuters

As denúncias feitas pela rede britânica BBC envolvendo o nome do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e outros dois dirigentes (Nicolás Leoz, presidente da Conmebol, e Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana) podem ressuscitar algumas conclusões apresentadas no relatório final da CPI do futebol, encerrada em 2001. A rede afirmou que existem novas evidências de corrupção (pagamento de propinas) na escolha da empresa International Sports and Leisure (SL) como agência de marketing da Fifa.

Segundo o senador paranaense Álvaro Dias (PSDB), ex-presidente da CPI, as novas informações podem fazer com que o processo que pede a condenação de Teixeira por evasão de divisas e lavagem de dinheiro (entre outros crimes fiscais) volte a caminhar na Receita Federal e no Banco Central.

Para o senador, boa parte das informações trazidas pela reportagem não é nova. Contudo, o fato de Teixeira ter recebido parte de uma propina da ISL (cerca de R$ 16 milhões) reforça a tese defendida por Dias de que Teixeira praticou uma série de crimes e que precisa ser punido por isso. O problema é que os processos administrativos estão parados.

Nesta terça-feira (30) Álvaro Dias decidiu encaminhar um requerimento ao Banco Central e à Receita Federal pedindo um posicionamento sobre o porquê de tanta morosidade no julgamento do processo. "Como fato novo estou encaminhando um requerimento à Receita Federal e ao Banco Central, solicitando informações sobre o andamento das providências requeridas pela CPI na parte administrativa", disse, por telefone, à Gazeta do Povo.

O interesse dos britânicos em Teixeira pode ter relação com uma futura eleição para a sucessão na Fifa. "Para mim tem a ver com a disputa pela presidência da Fifa. Em função dessas denuncias, é possível que o caso volte à tona, já que os jornalistas britânicos estão investigando a fundo. Agora a coisa pode andar".

O processo penal que poderia causar a prisão de Teixeira esta parado na Justiça porque o inquérito administrativo ainda não foi concluído e se arrasta desde 2001. "É um argumento jurídico que já foi usado para conseguir a anulação da pena de 10 anos de prisão que foi imposta ao Eurico Miranda, por exemplo. O mesmo esta acontecendo com o Teixeira", acrescentou Dias, lembrando que esta imbuído de fazer o que estiver ao seu alcance para trazer o caso novamente aos noticiários. "A CPI foi extremamente bem sucedida, pois apresentou provas cabais e até gerou uma mudança na legislação. Agora é com o judiciário", completou Dias.

O senador conclui dizendo que a campanha para trazer a Copa para o Brasil pode ter prejudicado o julgamento dos processos contra Teixeira. "Certamente a boa vontade foi prejudicada pelo fato de a Copa vir para cá. Isso impôs um ritmo de lentidão absurdo".

Fifa ignora denúncias; CBF assina embaixo

A Fifa emitiu um comunicado oficial rejeitando as denúncias feitas pela BBC. Segundo a nota oficial, "as questões referentes aos casos estão relacionadas há muitos anos e já foram investigadas pelas autoridades responsáveis na Suíça". "É importante ressaltar mais uma vez o fato de que nenhum integrante da Fifa foi acusado de qualquer ofensa criminal nesses procedimentos. A investigação e o caso estão definitivamente encerrados", disse a entidade.

A reportagem entrou em contato com a CBF que afirmou não ter interesse em se manifestar sobre o assunto. Segundo o diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva, o comunicado emitido pela Fifa fala por todos, inclusive pelo presidente Ricardo Teixeira.

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