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Enquanto esperavam a chamada para o exame médico, os jogadores do Flamengo tiveram o privilégio de assistir ao que o clube já produziu de melhor. No auditório da Gávea, passava um filme do Canal 100 sobre os anos dourados do clube, entre 1978 e 1983. Por ironia, estava na platéia o herdeiro do maior símbolo daquela geração. Embora ainda esteja tentando se firmar no futebol, Thiago Coimbra, filho de Zico, foi a maior atração da reapresentação do time em 2006. Ele e o Flamengo querem um ano bem diferente de 2005.

Aos 22 anos, Thiago recebeu uma chance nos profissionais do Flamengo depois de se sentir discriminado nas divisões de base. Em entrevista ao GLOBO, há um ano, ele disse que sofreu preconceitos porque, "além de ser filho do Zico, tinha uma condição financeira melhor". Logo depois, assinou contrato de três anos com o Coritiba, mas ficou apenas cinco meses. Só jogou amistosos. Thiago reconhece a sua responsabilidade nas duas situações.

"Dispensei algumas oportunidades. Em Curitiba, não agüentei morar sozinho. Eu me precipitei e me arrependi. Mas a gente vai aprendendo", afirmou ele, que embora tenha dito que assinou contrato de dois anos, fará experiência de três meses e poderá renovar até o fim do ano.

Convênio com Nacional uruguaio

Em seus anos de aprendizado, Thiago descobriu que seu sobrenome pode até abrir portas, mas mantê-las abertas é com ele mesmo. Reconhece que a responsabilidade é grande, mas se diz pronto para ser apenas o Thiago e não o filho de Zico.

"Meu pai me alertou para estar preparado para toda essa cobrança", contou ele, que joga na mesma posição em que seu pai foi rei.

A preocupação de Zico é natural. Ele sabe que todo o assédio sobre o filho cria mais responsabilidade.

"Deixa ele jogar. O Thiago ainda tem que mostrar o seu futebol. É uma chance de ouro", disse Zico.

A comissão técnica também está se preparando para diminuir a pressão sobre Thiago. Embora ele tenha sido criado na Gávea, o psicólogo Paulo Ribeiro vai incluí-lo no grupo de jogadores que vieram de fora.

"Nem o Zico quer que ele seja tratado como o filho do Zico. E nem vai ser cobrado mais que os outros", disse o técnico Valdir Espinosa.

Dois reforços rubro-negros se preparam para enfrentar outro tipo de cobrança. Juan e Toró, que vieram do rival das Laranjeiras, tiveram de responder várias perguntas sobre a identificação deles com o Fluminense. O lateral explicou declarações suas dadas ano passado. Ele disse que não trocaria o tricolor pelo Flamengo.

"Disse isso num momento em que o Fluminense estava perto de disputar a Libertadores em 2006. Aqui, talvez, haja maior visibilidade que no Fluminense", disse Juan.

Toró contou que foi muito bem recebido por seus novos companheiros. Aos 19 anos, ainda com aparelho nos dentes, acredita que terá, na Gávea, uma seqüência de jogos que não encontrou nas Laranjeiras, onde era apontado como promessa desde adolescente.

"Aqui, vou trabalhar com o Andrade, meu técnico na seleção sub-15 e com o Espinosa, que me levou para o profissional do Fluminense."

O presidente Márcio Braga conversou de manhã com os jogadores. Além das palavras de incentivo, ele falou de um velho problema: atraso de salários. A diretoria deve o mês de novembro e o 13. Outra novela é a do apoiador Renato. Depois de nova reunião ontem, o impasse com um de seus procuradores continua.

O vice-presidente de futebol, Kleber Leite, acertou um convênio com o Nacional, do Uruguai. Dois jogadores rubro-negros disputarão a Libertadores pelo clube uruguaio, que cederá atletas para o Flamengo. Haverá também intercâmbio de dirigentes.

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