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Weggis, Suíça – O amistoso da seleção brasileira contra o FC Lucerna tem tudo para ser o grande e último momento na carreira como jogador de Everson Rodrigues, o Ratinho, ponta-direita habilidoso revelado pelo Matsubara e que se destacou vestindo a camisa do Atlético no início da década passada.

Aos 35 anos, depois de rodar pelo futebol da Suíça, Alemanha e até se aventurar pela China, Ratinho decidiu pendurar as chuteiras. A decisão veio junto com a crescente vontade de se tornar técnico. Como mantém vínculo com o time suíço que enfrenta os pentacampeões essa tarde, imaginou ser essa a oportunidade para sair de cena em grande estilo.

"Pedi aos dirigentes para fazer dessa partida uma espécie de jogo de despedida para mim. Eu entro aos 20 minutos do segundo tempo e deixo o gramado faltando cinco. Estou há um ano parado, mas ainda assim mais magro do que o Ronaldo", brinca.

Thomas Viss, técnico interino do clube, já garantiu que lhe dará a colher de chá. "Joguei ao seu lado. É meu amigo. Será uma bela homenagem", adianta.

Ratinho acertou os últimos detalhes por volta das 23h30 de ontem (18h30 de Brasília). Chegará na Basiléia 4h30 antes do jogo, pega o uniforme e oficializa o adeus diante de 31 mil espectadores do Estádio St. Jakobs.

O sonho de disputar a partida festiva não foi um rompante de soberba. Após deixar Nova Esperança, norte do estado, o ex-atleta construiu uma carreira sólida. Passou pelo St-Gallen, Aarau (ambos suíços) e depois foi para o Kaiserslautern, onde jogou oito anos e foi campeão da Alemanha em 98 – após subir com a agremiação uma temporada antes. Também faturou muito dinheiro.

"Sou conhecido por aqui. Tenho alguns fãs", garante Ratinho. "Estou satisfeito com toda a minha trajetória. Fiz quase 200 partidas pelo liga alemã. Também fui eleito o melhor da Suíça em 95", reforça ele, que assumiu recentemente o comando do time sub-14 do Lucerna e ensina futebol para crianças da região por um projeto encabeçado pelo McDonald’s.

Com relação ao sparring da seleção, o ainda aprendiz de treinador (espera tirar diploma para exercer a função, exigência européia, até 2008) não vê maiores dificuldades. Muito pelo contrário. "Estava todo mundo de férias. O grupo vem sendo formado às pressas", explica.

O Lucerna fez apenas quatro treinos preparatórios para esse desafio. Piermin Schwegler, 19 anos, recentemente vendido para o Bayer Leverkusen (Alemanha), está sendo rotulado como o craque. O artilheiro camaronês Tchouga, 27, também tem moral entre os anfitriões.

"Vi um pouco do treino da seleção em Weggis. Achei que o pessoal anda em campo. Fiquei preocupado com a Copa", palpita o sorridente Ratinho, ao lado da família. E manda o recado para o filho Guilherme, 15 anos. "Vou meter na caneta do teu ídolo (Roberto Carlos)."

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