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Dunga mostrou mais uma vez nesta terça-feira que não deixa de responder a uma crítica, mesmo se o momento pede diplomacia. Ao ouvir que o presidente da Fifa sugeriu que o Brasil levasse força máxima às Olimpíadas de 2010 e voltasse a jogar bonito, o treinador da seleção voou na canela do suíço Joseph Blatter.

- O Brasil está jogando futebol-arte. Nas últimas seis competições, ganhamos cinco. Se o presidente da Fifa quer uma seleção diferente, ele tem que comandar a equipe. Aí vai ver as cobranças e o trabalho do dia-a-dia para se formar uma seleção - afirmou Dunga, após convocar 22 jogadores para o amistoso contra a Argélia, no dia 22.

Blatter fez o comentário ao receber o caderno de encargos para a Copa do Mundo de 2014 das mãos de Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Confira abaixo alguns momentos da entrevista coletiva de Dunga.

Ronaldinho Gaúcho e Kaká

"Tínhamos falado com eles no último amistoso, e são jogadores selecionáveis. Nós nos propusemos a fazer o melhor para a seleção, não tem questão pessoal. Eles deixaram de ganhar um título pela seleção. Cada jogador que vence com a seleção tem um reconhecimento diferente. Eles perderam essa oportunidade. Não tenho rancor deles nem de ninguém. Tomo minhas atitudes e faço um trabalho para a seleção, que é a minha prioridade. Vou tentar sempre resolver primeiro os problemas da seleção."

Retorno ao time titular?

"Temos que acabar com a filosofia do titular absoluto. Júlio Baptista entrou bem e ficou, o Josué também. Em função do que acontecer dentro de campo, vamos definir a equipe. Não existe titular ou reserva na seleção. Fica aquele que entrou e jogou bem. Não estou vendo diferente do que vocês vêem. O Juan tem jogado e é sempre titular. O Lúcio também."

'Triângulo mágico'

"A seleção brasileira tem um desenho tático que foi campeão da Copa América, mas o esquema tático pode mudar. Vocês estão preocupado com os três (Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho). E eu tenho que encaixar também o Rafael Sóbis, o Vagner Love, o Juan... Eu tenho que trabalhar com os 22 jogadores. Não posso me preocupar apenas com esse ou aquele jogador"

A polêmica de Ricardo Teixeira

"Não posso falar de uma situação da qual não participava. Cheguei à seleção e estou implantando uma filosofia, com responsabilidade acima de tudo. Não tivemos nenhum problema por enquanto. Não vou falar do passado, nem emitir uma opinião sobre os profissionais que trabalhavam naquele momento. Não seria ético." (Em entrevista ao "Estado de S.Paulo", o presidente da CBF afirmou que alguns jogadores chegavam bêbados e já de manhã à concentração da seleção.)

O próximo adversário

"A maioria na seleção da Argélia joga fora do país. É um time que marca forte, tem a defesa alta e sai em velocidade. Vamos observar alguns amistosos, mas, quando a equipe joga contra o Brasil, sempre tem alguma coisa diferente."

Ronaldo tem chance?

"Todos os jogadores podem ser chamados. As portas não estão fechadas para ninguém, desde que o jogador tenha rendimento e a gente ache que é oportuno convocá-lo."

Treinadores de cabeça quente

"Tínhamos que criar regras mais definidas, e elas teriam que ser respeitadas. Falamos muito do profissional que está em campo, mas e o profissional que escreve? Ele está em casa, tem tempo para pensar e às vezes fala coisas muito mais fortes do que o treinador que está no campo. Muitas vezes o treinador fala da boca para fora. Mas ninguém é perfeito. A discórdia faz parte da democracia."

Rumo às Olimpíadas

"Eu faço o meu trabalho na seleção, o que foi programada desde o início. A decisão cabe ao presidente da CBF. As coisas acontecerão naturalmente. Quando eu era jogador, queria disputar todas as competições. Como treinador, isso não mudou."

Romário contra o Equador?

"O Romário iniciou uma geração vencedora e agora é representante da CBF para a Copa de 2014. Mas não estou sabendo de nada sobre esse assunto." (De acordo com o colunista Ancelmo Gois, o atacante poderia jogar pelas eliminatórias para se despedir da seleção brasileira)

Os ausentes

"Conversei com os jogadores, e o caminho está aberto para todos. Haverá oportunidades mais para frente. O Anderson foi chamado na Copa América para ganhar maturidade, e o Helton já jogou com a gente. Achamos melhor não expor os jogadores nesse amistoso, no início do trabalho deles. A seleção está aberta, não tem nada definitivo. Aqueles que têm qualidade precisam estar preparados, e os que estão dentro não podem deserdiçar um minuto"

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