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Dunga observa jogador durante treino da seleção na Granja Comary | Bruno Domingos /Reuters
Dunga observa jogador durante treino da seleção na Granja Comary| Foto: Bruno Domingos /Reuters

Teresópolis - Dunga está às vésperas de disputar mais uma Copa do Mundo, agora como treinador. E tem um mérito enorme na reconstrução da seleção brasileira depois do fracasso no Mundial da Alemanha há três anos. O ex-volante assumiu o lu­­gar de Carlos Alberto Parreira, em agosto de 2006, com a missão de mudar o ambiente e de resgatar nos jogadores a vontade de defender o Brasil.

A caminhada, porém, não foi nada fácil. Dunga sofreu muita pressão até conseguir uma vaga na Copa do Mundo da África do Sul ao bater a Argentina, em Rosário. Amanhã, contra a Bolívia, em La Paz, ele completa 49 jogos. A partida de número 50 será na próxima quarta-feira contra a Venezuela, em Campo Grande.

O treinador, no entanto, não relaxa nem um minuto. "Na seleção brasileira, você nunca está tranquilo, precisa sempre estar mostrando. Esse estresse nos faz caminhar. Temos sempre de buscar vitórias, independentemente de já estarmos classificados", discursou. "Vocês não vão nos perdoar por nenhum tropeço. Precisa ter o resultado positivo porque, caso contrário, todos serão cobrados aqui".

O desempenho de Dunga é ex­­celente. A estreia não foi assim tão animadora – um empate por 1 a 1 com a Noruega, no dia 16 de agosto de 2006 –, mas, em 48 jo­­gos, fo­­ram 34 vitórias, 10 empates e ape­­nas 4 derrotas – todas por 2 a 0 para Portugal, México, Ve­­nezuela e Paraguai. O aproveitamento é de 77,7% dos pontos disputados.

O treinador conquistou o título da Copa América e da Copa das Confederações, além de conseguir vaga na Copa de 2010. Dunga, po­­rém, nunca escapou das críticas, principalmente pelo trato com os jornalistas. O ex-capitão da seleção se mostrava rancoroso ainda pelos tempos de jogador.

O técnico, porém, provou que é du­­ro na queda. A seleção não perde há 19 jogos, com 11 vitórias se­­guidas, e vai à África do Sul como fa­­­­vorita. "Fiquei 15 anos na seleção. En­­tão era melhor colocar um técnico experiente ou alguém que conhece tudo isso que está envolvido? Aqui você precisa ter atitude, de­­cisão... Quem está aqui precisa ter co­­­­ragem. Vamos acertar, errar... O maior ganho foi o ambiente, o en­­­­tu­­siasmo dos jogadores em jo­­gar pela seleção", analisou o treinador.

Dunga até exalou bom humor nas duas entrevistas que concedeu nesta semana. "Frio na barriga eu tenho quando vou enfrentar todos vocês", disse, rindo, quando questionado se o sentimento de disputar uma Copa era diferente. "Tudo que eu fiz não adianta se eu perder na próxima."

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